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Edson Basilio Escrevendo

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Edson Basilio Escrevendo
Edson Basilio Escrevendo
6/15/2025, 4:22:42 PM

Cobertor (Nanoconto) Meus pés sempre ficam para fora. O frio que eu sinto vem de dentro, do vazio sem tamanho que alguém deixou ao sair. Não existe cobertor interno. Por isso, não importa o quanto eu me cubra, meus pés sempre ficam para fora.

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6/17/2025, 12:06:24 AM

Confusão (Nanoconto) Me contaram que ontem ao anoitecer eu saí de casa e andei pela noite da cidade. Luzes me rodeavam, estavam nos postes, letreiros e em todos os lugares que eu entrava. Disseram que fiz coisas do arco da velha: bebi, xinguei, briguei. Mas hoje quando acordei estava tudo escuro.

Edson Basilio Escrevendo
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6/17/2025, 2:18:11 PM

Olhos (Nanoconto) Aqueles olhos pareciam estar me observando em todos os lugares que eu fosse. Eu tinha essa sensação, mas, por mais que procurasse, não os encontrava. Até que o dia chegou. Ficamos olhando uns dentro dos outros. Será que eram realmente eles? Nunca vou saber. Mas passaram a ser.

Edson Basilio Escrevendo
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2/9/2025, 8:19:08 PM

*Viajação* Fui daqui pra Zoropa Seguindo uma rota Que dá pra ir à pé Pela gruta de Maquiné De carro ou de carré Só não dá de carrapé Fui do Peru ao Butão No mapa, com o dedo da mão No navio de Dom João Lázaro também tava lá Disse que a viagem foi de matar Fomos andando à pé de avião Com a sandália na mão Porque não tinha carro não Plantando bananeira anda mais Deixa o zotro pra trás Lá na fila do gás Em pleno Vaticano Encontrei Seu Lunga Ele tava reclamando Que fizeram uma pergunta E a resposta era bobeira Disse que queria ser batuta Assim como Zé Limeira

Edson Basilio Escrevendo
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2/9/2025, 8:18:07 PM

Tinha uma história na Bíblia então Escrita num papel de pão Bem lá no começo Que Deus criou um beiço Com Eva e Adão Por ser uma fruta Que comeram inteira Sem deixar nem uma beira Pra depois de tanta luta Comer também o patrão Como vingança foi expulso Com Eva sem fazer o buço E foi embora com a cobra na mão

Edson Basilio Escrevendo
Edson Basilio Escrevendo
2/10/2025, 10:36:20 AM

Lá pros lados da França De onde vem a melhor cachaça Raspa árvore e sai borracha Ninguém nunca se cansa Comeu e encheu a pança Deita, puxa um ronco e relaxa Queijo que vem do litoral Puxa muito no sal Tem até espuma de onda Derruba até anaconda Que não toma Sonrisal Vai parar no hospital Doutor Pedro Álvares Cabral Quem não come carne de porco Come muito ou come pouco Toma um litro de água de coco Comer buchada de bode Não tem bucho que não fede Aí sim você pode

Edson Basilio Escrevendo
Edson Basilio Escrevendo
2/14/2025, 4:05:37 PM

Um senhorzinho se aproximou de mim na fila do banco e puxou conversa, daquele jeito que sempre costumam fazer: “- Tá quente hoje, né?”. A gente responde e, a partir daí, o assunto nunca mais acaba. Outra coisa que também nunca mais acabava, era o arroz que ele mastigava. Sabe aquele grão eterno que fica na ponta da língua de alguns idosos e a gente acaba vendo porque eles mastigam, mastigam, mastigam e depois põem a língua para fora da boca, parecendo até que querem mostrar aquilo para todo mundo, e ele ainda está lá intacto? Como pode uma coisa ser mastigada tantas vezes e nunca acabar? A gente tenta focar na conversa, mas não dá, a nossa atenção fica naquilo, tentando resolver esse mistério. Ele não parava de falar, e a fila não andava. A fila não andava, e ele não parava de falar. Falava, falava, falava e falava mais um pouco. Eu fingia que estava escutando e entendendo por educação, só balançando a cabeça num “sim” contínuo. Tudo entrava por um ouvido e saía pelo outro. Às vezes eu ouvia um “naquele tempo que era bom”, “na minha época era muito diferente” e outras frases parecidas. Eu estava alí contra a minha vontade, doido para resolver logo um problema na minha conta. Não dava para ficar prestando atenção nas histórias da vida dele. Finalmente, consegui chegar ao balcão e pegar uma senha para o atendimento. Entrei na sala de espera. Lá, pelo menos, tinha lugar pra sentar. Uma sala cheia de idosos, eram tantos que olhei para a minha senha e pensei que eu é que deveria ter recebido uma preferencial. Hoje em dia ninguém mais vai ao banco, todo mundo resolve tudo no conforto do seu lar, direto do aplicativo de celular, mas as pessoas idosas têm dificuldade com tecnologias e, por isso, as agências de banco passaram a ser quase que exclusivamente para eles. Mas, para o meu azar, a minha conta deu problema, e era do tipo que só dá para resolver pessoalmente na agência. O senhorzinho, que eu já tinha apelidado mentalmente de Seu Zé do Arroz, como já era esperado, foi chamado antes de mim… preferencial. Tirou um monte de papeis amarelados de dentro de uma daquelas sacolas plásticas recicladas meio acinzentadas que têm um cheiro ruim e pôs na mesa. Começou a falar batendo com a ponta do dedo indicador em cima da pilha de papeis. Pela distância não dava para escutar o que ele dizia, mas dava para ver que falava um pouco e parava para dar mais umas mastigadas no arroz. O atendente olhava fixamente para ele, provavelmente estava prestando bastante atenção no que escutava para tentar ajudar. Para a minha surpresa, assim que o atendimento do Seu Zé terminou, eu fui chamado. O atendente me desejou boa tarde e perguntou se eu tinha visto o senhor que ele atendeu antes de mim. Eu disse que sim e que tinha conversado um tempão com ele na fila. Ele continuou: “- Você reparou no grão de arroz que ele fica mastigando? Não acaba nunca!”.

Edson Basilio Escrevendo
Edson Basilio Escrevendo
2/9/2025, 8:17:55 PM

Estou escrevendo poemas inspirados na obra de Zé Limeira, o poeta do absurdo. Cordelista surrealista nordestino. Quem não conhece, sugiro. Seguem abaixo alguns que eu escrevi.

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2/9/2025, 8:18:29 PM

*Exaltação a Madonna* "Um homem sem chifres é um animal indefeso" Escreveu Pero Vaz de Caminha quando foi preso Dom Pedro leu e não acreditou Fez mais, xingou Disse que tinha espada Para satisfazer sua amada Enfiou nela e em mais um monte Até na minha, não tive sorte Com tanta força que ela morreu Agora o viúvo corno sou eu Quando Lampião tentou me matar Muito atirou mas só conseguiu errar Só não morri com tiros de tantos calibres Porque pude me defender com meus chifres

Edson Basilio Escrevendo
Edson Basilio Escrevendo
2/25/2025, 4:28:56 PM

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