“Você pode tentar de novo”. “O destino quis assim”. É comum que frases como essas sejam ditas a mães enlutadas pela perda de um bebê, tamanha a dificuldade que ainda existe na hora de acolher o luto gestacional. Mas tornar esse assunto um tabus não diminui a dor das mulheres que vivem essas perdas – pelo contrário. “Se minha filha foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, por que não posso falar dela?”, conta a produtora cultural Adriana Souza, mãe de Arthur, 1 ano, e Clarice, que viveu por quinze dias na UTI Neonatal.  Para jogar luz sobre um lugar desconhecido e assombrado, além de acolher outras mulheres que perderam seus filhos, ela idealizou e dirigiu o documentário “Colo Vazio” (2022). No filme, disponível na íntegra no YouTube, Adriana e outras cinco mães refletem sobre suas maternidades e o direito de sentir a ausência e dividir as memórias dos filhos que tiveram uma vida breve. “Não existe luto curado, existe luto cuidado”, diz Adriana.  https://www.instagram.com/p/DGA4hr3Ot-m/