
Canal Do Brow
February 12, 2025 at 01:47 PM
Se eu fosse presidente, minha resposta ao Trump e sua taxação contra o Brasil seria essa:
O Brasil hoje financia a dívida americana com suas reservas internacionais enquanto paga juros extorsivos pra rolar sua própria dívida interna. Isso precisa acabar.
Temos cerca de US$ 330 bilhões em reservas internacionais, grande parte aplicadas em títulos da dívida dos EUA, rendendo míseros 3% ao ano.
Enquanto isso, o governo brasileiro paga 13% ao ano sobre sua dívida pública, torrando quase R$ 1 trilhão só em juros em 2024.
E o custo desse esquema vai além:
📉 Custo social: Entre 2000 e 2019, manter essas reservas paradas custou ao Brasil US$ 245 bilhões.
📉 Custo de oportunidade: O país deixou de ganhar US$ 138,8 bilhões (2002-2018) se investisse esse dinheiro internamente.
Ou seja: financiamos os EUA a juros de banana enquanto pagamos juros de agiota. Um subsídio disfarçado de "prudência fiscal".
Mas o problema não é só econômico. É geopolítico.
💰 Caso Rússia (2022): reservas russas foram congeladas.
💰 Trump já impôs tarifas de 25% sobre o aço brasileiro: o que impede os EUA de atacar nossas reservas?
💰 80% das reservas brasileiras tão sob jurisdição americana: o que nos torna reféns de sanções e chantagens.
A solução? Repatriar as reservas e criar um Fundo Soberano de Liquidez Nacional
Um país não é soberano se seu colchão financeiro tá no bolso de outro. Internalizar as reservas hoje em dia não é protecionismo. É autopreservação.
Passo 1: Repatriar as Reservas e Criar um Fundo Soberano
O Brasil venderia gradualmente os títulos americanos e internalizaria os US$ 330 bilhões, mantendo-os em dólar.
🔹 O FMI não exige que reservas fiquem no exterior, apenas que sejam líquidas.
🔹 O Banco Central pode manter os dólares em cofre próprio, evitando exposição à jurisdição estrangeira.
🔹 Em vez de dinheiro parado servindo aos EUA, ele se tornaria a base de um Fundo Soberano de Liquidez Nacional (FSLN).
Passo 2: Usar a Lógica dos Bancos Contra Eles
Os bancos criam dinheiro via multiplicador financeiro e lucram sem produzir nada. O governo, por outro lado, fica preso a uma dívida impagável.
Se o Brasil tentasse quitar sua dívida apenas com superávit primário, nem 30 anos seguidos de saldo positivo seriam suficientes — isso sem contar que manter superávits constantes por três décadas nunca foi viável.
Mesmo nos anos em que tivemos superávit, a dívida só cresceu...
O sistema atual foi desenhado pra manter o Brasil refém do mercado financeiro, pagando juros abusivos enquanto bancos lucram sem risco. Mas essa lógica pode ser invertida.
Virarando o jogo contra os bancos.
Se os bancos multiplicam dinheiro com reservas fracionária (R$ 1 → R$ 4), o Fundo pode fazer o mesmo.
Base: R$ 1,88 trilhão (reservas internalizadas).
Multiplicador: 4x.
Resultado: R$ 7,52 trilhões em capacidade de crédito.
Esse mecanismo permitiria que o governo refinanciasse sua dívida pública sem depender de bancos e investidores privados, substituindo títulos caros por títulos baratos liberando recursos pra infraestrutura, tecnologia e inovação.
O governo trocaria dívida cara (Selic de 12-13%) por dívida barata (6-7%), o que significaria:
📉 Menos influência dos bancos privados sobre a política monetária.
📉 Banco Central livre pra ser técnico e reduzir a Selic pra níveis civilizatórios 7-8%, barateando crédito pra todo o país.
📉 Economia de R$ 400 bilhões ao ano em juros.
Sem essa drenagem infinita para os bancos, o Brasil recuperaria sua autonomia financeira.
Esse plano não quebra regras internacionais. Ele simplesmente muda a destinação das reservas internacionais, transformando-as em um instrumento ativo de soberania financeira.