Uenio Viana / Padre Pio
Uenio Viana / Padre Pio
February 19, 2025 at 04:39 PM
RECORDAÇÕES DE UM FILHO ESPIRITUAL " Ouvimos falar pela primeira vez de Padre Pio em em 1959. Hoje, em 2002, continua tudo gravado no fundo do nosso coração. O primeiro contato com Padre Pio foi em setembro de 1966. Estávamos morando em Florença. Fui sozinho a San Giovanni Rotondo, sentindo o amargor de uma derrota: meus filhos, Gustavo e João, foram considerados incuráveis e teriam que passar o resto da vida em cadeiras de rodas. Fui atrás da graça material e é fácil escrever isso hoje, quando temos a certeza de que nossos filhos estão com Padre Pio. Mas, voltemos ao primeiro encontro com o Padre. Depois de todos os protocolos e de alguma espera, estava finalmente com minha senha na mão: era a de número 55. Naquele dia, a chamada começava do número 50 e fui encaminhado à velha Igrejinha, com mais 10 companheiros que seriam os " confessáveis" daquela manhã, se o Padre aguentasse. Meu passado escolar marista e jesuíta determinava o grande valor que sempre dei à confissão. Dali a pouco, estaria diante de Padre Pio,o Estigmatizado. Das confissões feitas anteriormente, seria, sem dúvida, a mais importante, não só pela graça, como também pelo seu poder junto a Deus, que o Capuchinho inspirava. Tive a maior emoção de minha vida. Chorei... Na minha frente, confessava-se o homem portador da senha 54. O próximo seria eu. De pé, enquanto aguardava ansiosamente pela minha vez, via Padre Pio a uns 5 metros de distância, sentado em uma cadeira, com um genuflexório a sua frente, onde os penitentes se ajoelhavam para a Confissão . Eram momentos angustiantes, já que aquele confessor tinha o dom de ler a nossa alma. Pensei: antes agora do que no dia do " Juízo Particular ". Chegou a minha vez . Ajoelhei-me. - Há quanto tempo não se confessa? - perguntou-me Padre Pio. - Há dois anos- respondi. - Sai, filho do demônio! Fiquei desesperado. Tinha vindo para fazer um pedido e não pude falar coisa alguma, não pude nem me confessar. Naquele momento, alguém se aproximou e me disse : " O remédio do Padre é forte...Vai, se confessa e volta outra vez. ABRIL de 1967 Voltei a San Giovanni, com toda a minha família e o Padre Rudezinho, que me tinha confessado e preparado para o segundo encontro com o Padre Pio. Desta vez, graças às prerrogativas que tinham os sacerdotes, confessei-me no dia seguinte à minha chegada. A mesma Igrejinha, o mesmo genuflexório, mas uma grande alegria me dominava. Desta vez, estava preparado para me confessar com Padre Pio. Se fizermos a vontade de Jesus, seremos bem recebidos pelo Padre Pio. Aproximei-me. Ajoelhei-me. - Há quanto tempo não se confessa? - Há uma semana - Que é que você fez? - Me distraí na oração. - E então?... - Recomecei a oração.. - E o que mais? - Nada. -Está bem. -Queria ser seu " filho espiritual ". -Sim. Mas, seja bom. Senti-me como uma nuvem branca num céu tremendamente azul. ( 18 de abril de 1967) Em abril, depois de retornarmos à Florença, começou a se fortalecer em nós a ideia de morarmos por algum tempo em San Giovanni Rotondo. Para isso, fomos agraciados com uma nova amizade, a amizade de Giuliana Monni. Parecia nos ter sido enviada especialmente pela Providência Divina, para nos dar assistência. Profunda conhecedora de tudo que se relacionasse com Padre Pio, San Giovanni Rotondo, " filhos espirituais ", etc., Giuliana passou a fazer parte de nossa família que nessa época era constituída por minha esposa, Maria Lúcia, e meus filhos, Gustavo, Maria do Rosário e João. Tivemos mais duas filhas, nascidas posteriormente, a quem demos o nome de Maria Pia, em homenagem a Padre Pio, e Giuliana Maria, em homenagem à nossa amiga Giuliana. Por sua indicação, alugamos o andar térreo de uma casa vizinha ao Convento dos Capuchinhos. Em setembro de 1967, entramos na terra de nosso Santo. Nunca poderíamos imaginar as graças espirituais que iríamos receber... (Texto retirado do livro: Quem é Padre Pio) Sant'Anna,Lilá. Quem é Padre Pio?/Lilá Sant'Anna- Rio de Janeiro : Manuad 2002.

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