Christus Regnat
Christus Regnat
February 9, 2025 at 06:34 PM
Quantas vezes ao entrarmos nas nossas Igrejas nos causa pena, muita pena, a indiferença, a falta de fé com que parte da assistência, sobre tudo os homens, ouve missa! Já pensaram os nossos leitores na gravidade da culpa em que incorrem tantos cristãos ao portarem-se e bastas vezes na Igreja com a mesma sem-cerimônia que usam em casa? *Em alguns a temeridade chega a ponto de levá-los a olhar para todos os lados, a dar fé dos que entram e saem, a pensar em assuntos mundanos e a conversar inútil e descaradamente em quanto no altar se celebra o tremendo Sacrifício, Mistério augustíssimo ante o qual os próprios Anjos velam respeitosos o rosto.* Podia Cristo dizer-lhes, tão justificadamente como as disse aos vendilhões do Templo aquelas palavras que o Evangelho nos transmitiu: «A minha casa é casa de orações e vós a tornastes covil de ladrões» Corneille de la Pierre explica bem que: «As Igrejas cristãs são verdadeiramente a casa de Deus, visto que Jesus. Cristo nelas reside real e pessoalmente no Santo Sacramento» *Ora se Nosso Senhor expulsou às chibatadas os judeus profanadores do Templo, porque não havia de expulsar do mesmo modo os cristãos que profanam as Igrejas?* Transcrevem os Bolandistas esta passagem da Bem-aventurada Verônica do Binasco: «Um dia, quando ouvia missa, pus os olhos numa freira de joelhos perto do altar. E logo um Anjo, que costumava conservar-se ao meu lado, me repreendeu tão severamente, que julguei morrer de medo. Olhou para mim severamente e preguntou-me com aspereza: — Por que motivo assim deste largas ao coração? Por que razão olhaste com curiosidade para tua irmã? Fica sabendo que pecaste. Continuou no mesmo tom e, por ordem de Deus, impôs-me, para castigo da minha falta, uma dura penitência que me valeu três dias de lágrimas. Agora, quando assisto ao Santo Sacrifício, nem ouso mexer a cabeça, tão grande receio tenho de ofender a Majestade divina» Por esta confissão de uma alma que o Céu iluminava do alto, podemos ver quanto desagrada ao Senhor a liberdade do olhar durante a Missa. Se a simples curiosidade merece censura, que diremos das conversas e das outras faltas e irreverências que tantas vezes vemos nas Igrejas? *É muito mais fácil calar a boca do que fixar a vista. Assim também, falar na Igreja é geralmente pecado maior de que n’ela deixar os olhos divagar.* `São Cesário é de opinião que quem falta à Missa, tem menor, culpa que os que importunamente falam durante a celebração do Mistério, porquanto estes distraem o próximo.` Desculpais-vos, dizendo que preciso é responder aos que vos interrogam? Pretexto vão! *Só um motivo muito grave e necessidade urgente podem desculpar o ato de falar com demora, enquanto se reza a Missa*. Quantas pessoas a ouvem mal por isso? Convém, pois, saber que contraímos pesada responsabilidade, cada vez que tomamos parte nas conversas dos outros. - Padre Paul Henry O’Sullivan

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