Æternus ☩
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June 12, 2025 at 02:40 PM
`A VIRGINDADE PERPÉTUA DE MARIA` ‐ Coletânea de Apologéticas: Lex Fidei, Lex Defensionis, Lex Veritatis. _Por: Adam Delaris, 2025._ Olá a todos! Novamente venho trazer uma nova defesa da fé, desta vez focada em defender a nossa amada mãe, Maria, a Virgem puríssima, na qual é tão atacada. Ora, sempre que abro uma rede social há um ataque novo, e quase sempre são argumentos fracos. Não generalizando, mas quase sempre de protestantes. Vejo que são poucos que não a atacam, como os luteranos; porém, eles deixam essa questão em aberto. Vamos iniciar a nossa defesa a favor da virgindade perpétua de Maria. 1. Por que Maria seria virgem? Maria permaneceu virgem antes, durante e após a concepção de Jesus Cristo, demonstrando que Ele foi concebido pelo Espírito Santo, obra divina, não humana e carnal. Ou seja, não foi algo de origem humana ou ligada a isso. Maria, fazendo a vontade de Deus, aceitou humildemente ser a mãe do Cristo, do Verbo encarnado, e se manteve pura antes, durante e após a concepção. Agora vamos para as primeiras objeções. "Mas e os tais irmãos de Jesus?" Isso não passa de uma interpretação errada do versículo. Em nenhum momento os tais irmãos são chamados de filhos de Maria, ou até filhos de José, ou é dito que têm alguma relação familiar explícita. O erro está na interpretação e tradução, já que no texto original podemos ver isso. No texto em grego, veremos uma palavra que agrupa parentes próximos e amigos, porque naquela época realmente não havia uma palavra específica para irmãos. Fiquem com a análise: Grego (Texto Majoritário — Bizantino) οὐχ οὗτός ἐστιν ὁ τοῦ τέκτονος υἱός; οὐχ ἡ μήτηρ αὐτοῦ λέγεται Μαριάμ, καὶ οἱ ἀδελφοὶ αὐτοῦ Ἰάκωβος καὶ Ἰωσῆφ καὶ Σίμων καὶ Ἰούδας; καὶ αἱ ἀδελφαί αὐτοῦ οὐχὶ πᾶσαι πρὸς ἡμᾶς εἰσίν; Análise: ἀδελφοὶ (adelphoí) = plural de ἀδελφός (adelphós) Hebraico/Aramaico (Reconstrução Baseada no Uso Bíblico) הֲלֹא זֶה בֶּן־הַנַּפָּח? הֲלֹא אִמּוֹ מִרְיָם, וְאַחִיו יַעֲקֹב וְיוֹסֵף וְשִׁמְעוֹן וִיהוּדָה? וְהֲלֹא כָּל־אֲחָיו הֵנָּה עִמָּנוּ Análise: אָח (ach) = irmão, mas usado para primo, sobrinho ou parente próximo. Aqui temos a confirmação de que realmente não havia uma palavra específica para irmãos. Vemos também Abraão chamando Ló de "adelphós" (irmão), mesmo Ló sendo o seu sobrinho. Qual seria o argumento aqui? Não há. Veremos também que o Tiago citado no versículo é Tiago Menor, que é filho de Alfeu, assim como são identificadas duas Marias em Mateus 27:56: “Entre elas estava Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.” Após Maria Madalena, temos a Maria mãe de Tiago e de Jose, além da mãe dos filhos de Zebedeu, e não a Virgem Maria. Isso não é algo complexo de se entender. Em Gênesis 29:15, veremos novamente "adelphós" sem estar relacionado com irmãos de sangue, onde Labão chama Jacó de irmão, mesmo Jacó sendo seu sobrinho. O catecismo da Igreja afirma: MARIA – «SEMPRE VIRGEM» 499. O aprofundamento da fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria (162), mesmo no parto do Filho de Deus feito homem (163). Com efeito, o nascimento de Cristo «não diminuiu, antes consagrou a integridade virginal» da sua Mãe (164). A Liturgia da Igreja celebra Maria “Aeiparthenos” como a «sempre Virgem»(165) 500. A isso objecta-se, por vezes, que a Escritura menciona irmãos e irmãs de Jesus (166). A Igreja entendeu sempre estas passagens como não designando outros filhos da Virgem Maria. Com efeito, Tiago e José, «irmãos de Jesus» (Mt 13, 55), são filhos duma Maria discípula de Cristo (167) designada significativamente como «a outra Maria» (Mt 28, 1). Trata-se de parentes próximos de Jesus, segundo uma expressão conhecida do Antigo Testamento (168). Indo para João 19:25, veremos: “Junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena.” Tiago Menor seria filho dessa mulher, que seria parente da Virgem Maria, sendo assim parente próximo de Jesus, "adelphós". Agora vamos partir para a segunda objeção: Utilizam Coríntios 7:1-5 para atacar a castidade de José e Maria, insinuando que, por lei, eles deveriam ter relacionamentos. Ora, vamos analisar este texto: 1 Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher; 2 mas, por causa da prostituição, cada homem tenha sua própria mulher, e cada mulher tenha seu próprio marido. 3 O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. 4 A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. 5 Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos dedicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência. Texto em grego (1 Co 7:3-5 — parte central) ὁ ἀνὴρ τῇ γυναικὶ τὴν ὀφειλὴν ἀποδιδότω, ὁμοίως δὲ καὶ ἡ γυνὴ τῷ ἀνδρί. ἡ γυνὴ τοῦ ἰδίου σώματος οὐκ ἐξουσιάζει ἀλλ᾽ ὁ ἀνήρ· ὁμοίως δὲ καὶ ὁ ἀνὴρ τοῦ ἰδίου σώματος οὐκ ἐξουσιάζει ἀλλ᾽ ἡ γυνή. μὴ ἀποστερεῖτε ἀλλήλους, εἰ μήτι ἂν ἐκ συμφώνου πρὸς καιρὸν. A palavra “ὀφειλή” (opheilē) significa literalmente “dívida” ou “dever moral”, mas o contexto é pastoral, não jurídico. O termo “ἐξουσιάζει” (exousiázei) significa “ter autoridade sobre”, e Paulo usa isso reciprocamente, o que reforça o cuidado mútuo e não uma imposição de direito. Só essa análise já refutaria tal ideia; porém, vamos ver a continuação da passagem: I Coríntios 7:6 [6] Isto digo como concessão, não como ordem. Ora, fim de assunto. Paulo deixa claro que não é uma ordem, muito menos lei, e mesmo se fosse, não se aplicaria ao relacionamento de José e Maria. Vê agora como essas pessoas são desonestas e utilizam de distorção bíblica para atacar a Virgem Puríssima? É lastimável tal ação, de uma tristeza imensa. José, um homem casto, temente a Deus e tão gentil… acha mesmo que ele forçaria tal relação com Maria por "lei"? Paulo adverte os coríntios, não dá uma lei ou ordem universal. 2. A heresia moderna do arianismo germânico Durante o início do século XIX, com o crescimento de ideias racistas e de eugenia, supremacia racial, etc., isso começou a respingar no Evangelho, na Sagrada Escritura, resultando em heresias novas, como a ideia de Maria ter tido Jesus com um soldado romano chamado "Pantera". Isso soa irreal e inimaginável, pois é falácia que não se prova, baseada em racismo puro e antissemitismo, negando Jesus ter sangue judeu. Ora, isso é extremamente fácil de rebater: Jesus é da tribo de Judá, descende de Davi. Jesus nasceu em Belém da Judeia, conforme as profecias (Miqueias 5:2), e a comprovação dela em (Mateus 2:1). Após retornar do Egito, onde fugiram, pois Herodes queria matar o menino, eles se mudaram para Nazaré, onde Jesus foi criado. A genealogia de Jesus Cristo em Mateus 1 1 Registro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão: 2 Abraão gerou Isaque; Isaque gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos; 3 Judá gerou Perez e Zerá, cuja mãe foi Tamar; Perez gerou Esrom; Esrom gerou Arão; 4 Arão gerou Aminadabe; Aminadabe gerou Naassom; Naassom gerou Salmom; 5 Salmom gerou Boaz, cuja mãe foi Raabe; Boaz gerou Obede, cuja mãe foi Rute; Obede gerou Jessé; 6 e Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou Salomão, cuja mãe tinha sido mulher de Urias; 7 Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8 Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Uzias; 9 Uzias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10 Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amom; Amom gerou Josias; 11 e Josias gerou Jeconias e seus irmãos no tempo do exílio na Babilônia. 12 Depois do exílio na Babilônia: Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13 Zorobabel gerou Abiúde; Abiúde gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; 14 Azor gerou Sadoque; Sadoque gerou Aquim; Aquim gerou Eliúde; 15 Eliúde gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó; 16 e Jacó gerou José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo. 17 Assim, ao todo, houve catorze gerações de Abraão a Davi, catorze de Davi até o exílio na Babilônia, e catorze do exílio até o Cristo. Provando sua genealogia, agora vamos para o que o catecismo diz: "Jesus nasceu de uma mulher judia, na Lei de Moisés, em Belém, no tempo do rei Herodes, e trabalhou como carpinteiro em Nazaré" (CIC §423). O catecismo da Santa Igreja afirma que Jesus tem sangue judeu, que Jesus é judeu etnicamente. A própria Bíblia comprova isso. Mas, voltando à falácia de Jesus ter sido filho de um soldado romano, falácia essa que não há base histórica e nem bíblica, vamos para uma análise de João 1:1, que não é de minha autoria: COMENTÁRIO SOBRE JOÃO 1:1 • Grego Koiné: Ἐν ἀρχῇ ἦν ὁ Λόγος, καὶ ὁ Λόγος ἦν πρὸς τὸν Θεόν, καὶ Θεὸς ἦν ὁ Λόγος. • Transliteração: En archē ēn ho Lógos, kai ho Lógos ēn pros ton Theón, kai Theós ēn ho Lógos. • Tradução: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." ANÁLISE DA EXPRESSÃO "καὶ Θεὸς ἦν ὁ Λόγος" "Θεὸς" (Theós) - "Deus" O termo aparece sem o artigo definido, mas isso não diminui sua força. No grego koiné, a ausência do artigo pode enfatizar a natureza ou essência do sujeito, e não apenas sua identidade. "ἦν" (ēn) - "era" Verbo "εἰμί" (eimi) no imperfeito, indicando uma existência contínua no passado. O Verbo (Logos) não teve um começo, mas sempre existiu. "ὁ Λόγος" (ho Lógos) - "o Verbo" "Λόγος" (Lógos) significa "Palavra", "Verbo" ou "Razão". No contexto do evangelho de João, refere-se claramente a Cristo (cf. João 1:14: "E o Verbo se fez carne"). REFUTAÇÃO DA IDEIA DE QUE NÃO SE REFERE A JESUS João 1:14 confirma que o Verbo é Jesus "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, glória como do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." Aqui, João identifica explicitamente que o "Logos" do verso 1 se encarnou, o que só pode se referir a Cristo. Uso da gramática grega Algumas traduções erradas tentam argumentar que "Theós" (Deus) sem artigo significa "um deus". No entanto, a estrutura gramatical do grego não permite tal interpretação. A ordem das palavras em grego enfatiza que o Logos possui a natureza de Deus, sem confundi-lo com o Pai. O texto original grego, analisado dentro da gramática e do contexto de João 1:1 e João 1:14, confirma que o Verbo é Jesus Cristo e que Ele é verdadeiro Deus. A argumentação de que houve erro de tradução não se sustenta, pois a construção grega demonstra claramente que João estava afirmando a divindade do Logos. João 1:1 quebra qualquer argumentação contra a divindade de Cristo, já que, se Jesus teria nascido de um soldado romano e Maria, como ele seria Deus? Se não foi concebido pelo Espírito Santo, argumentam também que Jesus poderia ser ariano (por puro racismo e antisemitismo) porque durante sua formação, ele havia atributos físicos divinos. Mas, ora, qual seria a base para tal argumentação? As sagradas escrituras demonstram que Jesus não chamava a atenção, que Jesus não causava desejo nas pessoas. Não nego tal representação de Cristo como um loiro dos olhos azuis, porém defender tal visão por racismo e antisemitismo é algo absurdo, doentio e criminoso (além de não ser provado). Agora, terminando isso, comprovando a divindade de Cristo na sagrada Escritura: — "Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão [...] pois Eu e o Pai somos um." (São João, 10:28-30) — "Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a Igreja de Deus, que Ele adquiriu com o seu próprio sangue." (Atos, 20:28) — "Prostrei-me aos seus pés para adorá-lo, mas ele (o anjo) me disse: 'Não faças isso! Eu sou um servo, como tu e teus irmãos, possuidores do testemunho de Jesus. Adorai a Deus!'. Porque o espírito profético não é outro que o testemunho de Jesus." (Apocalipse, 19:10) — "Respondeu-lhe Tomé: 'Meu Senhor e meu Deus!'. Disse-lhe Jesus: 'Creste, porque me viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto!'." (São João, 20:28-29) — "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por Ele, e sem Ele nada foi feito." (São João, 1:1-3) A esse ponto, duas falácias já caem por terra: Maria não ser virgem e Jesus não ser Deus. Na próxima questão, iremos abordar o seguinte: 3. A tradição e os Padres da Igreja Entramos agora na verdadeira catena áurea, onde iremos analisar citações e falas dos santos padres que vêm da sagrada tradição. Iniciemos com a afirmação da virgindade perpétua de nossa senhora: Hilário de Poitiers “Se eles [os irmãos do Senhor] tivessem sido filhos de Maria e não aqueles tirados do antigo casamento de José, ela nunca teria sido entregue no momento da paixão [crucificação] ao apóstolo João como sua mãe, o Senhor dizendo a cada um: 'Mulher, eis aí teu filho', e a João: 'Eis aí tua mãe' [João 19:26–27], ao legar amor filial a um discípulo como consolação ao desolado.” (Comentário sobre Mateus 1:4 [354 d.C.]). Essa citação, que trata nossa primeira questão, demonstra que naquela época da Igreja primitiva, já acreditavam que não havia tal ideia de os supostos irmãos de Jesus serem realmente irmãos de sangue. Assim, Hilário defende sua virgindade perpétua e trata de um ponto importante: Jesus ter confiado Maria a João, nos dando como mãe. Ora, isso realmente nos faz pensar. Na cultura judaica, isso não faria sentido algum, Maria tendo outros filhos e sendo confiada a um apóstolo de Cristo — que na visão da época era um blasfemador (pra alguns). Isso causaria um grande alvoroço e, observando isso, temos a noção de que não há sentido. Agora, vamos continuar com as citações: Papa Leão I “Sua [de Cristo] origem é diferente, mas sua natureza [humana] é a mesma. Uso e costumes humanos estavam ausentes, mas pelo poder divino uma Virgem concebeu, uma Virgem deu à luz, e Virgem ela permaneceu.” (Sermões 22:2 [450 d.C.]). Essa citação do Papa Leão I afirma que não houve relação carnal, que não foi algo humano, mas sim divino. E trata também de sua união hipostática. Já voltando pra Theotokos, podemos refletir sobre essa citação: "uso e costumes humanos estavam ausentes", referindo-se claramente ao modo ordinário de concepção e nascimento, ou seja, a relação carnal entre o homem e a mulher, que claramente estava ausente ali. Papa Leão também afirma que ela permaneceu virgem, e realmente permaneceu. Não há base para negar isso, mas há base para defender sua virgindade perpétua. Ora, em nenhum momento fala na sagrada Escritura que Maria teve relações com José. Mas aí aparece uma objeção: "E [José] não a conheceu até que" Mas isso é facilmente rebatido. O mesmo termo foi utilizado várias vezes durante a sagrada Escritura e não quer dizer que só após conhecê-la houve relações, mas reafirma a virgindade de Maria antes, durante e após o parto, assim como veremos na análise que não é de minha autoria: “E [José] não a conheceu até que ela deu à luz seu filho primogênito...” (grego: καὶ οὐκ ἐγίνωσκεν αὐτὴν ἕως οὗ) ἕως οὗ (heōs hou) — “até que” — no grego bíblico não implica necessariamente que algo mudou depois. Ela delimita um período sem afirmar o que acontece depois. Agora, vamos para as citações: O "até" de Mateus 1:25 mostra que Maria teve mais filhos? Em 1Cr 23:22, vemos que: “Eleazar morreu e não teve filhos, mas filhas; e estas se casaram com os filhos de Cis, seus irmãos”. As filhas de Eleazar eram primas dos filhos de Cis. Veja também: Êx 2:11; Mt 23:8; Gn 9:5; Mt 5:21-22; 1Co 15:6. Outros exemplos que mostram que as expressões “até que”, “até” ou “enquanto” não necessariamente insinuam o que deverá ocorrer no futuro após determinado evento: Mt 28:20; Gn 28:15; Gn 8:7; Sl 111:8; Dt 7:24; Salmos 56:2, 71:7, 93:12-13, 109:1; Is 22:14; Mt 5:18, 22:44; Hb 1:13, 10:12-13. Com essas explicações, tal objeção cai por terra, e reafirmo a virgindade de Maria com os santos padres: “Ó nobre Virgem, verdadeiramente tu és maior que qualquer grandeza. Pois quem é igual a ti em grandeza, ó habitação do Verbo Divino? A quem entre as criaturas devo te comparar, ó Virgem? Tu és maior que todas elas, ó Aliança, vestida com pureza ao invés do ouro! Tu és a Arca na qual é encontrado o vaso dourado contendo o verdadeiro maná, isto é, a carne na qual a divindade reside.” Atanásio, Homília do Papiro de Turin 71:216 (antes de 373 d.C.). “Maria, uma Virgem não apenas incorrupta, mas uma Virgem que a graça fez inviolável, livre de qualquer mancha do pecado.” Ambrósio, Sermão 22, 30 (388 d.C.). Tal devoção e crença já estava enraizada no início da Santa Igreja, ou seja, não é algo inventado ou criado pelo Império Romano, como muitos pensam. Continuarei as citações a seguir: Epifânio de Salamina “Cremos em um só Deus, Pai todo-poderoso, criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis; e em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus... que, por nós, homens, e para nossa salvação, desceu e se fez carne, isto é, nasceu perfeitamente da santa, sempre Virgem Maria, pelo Espírito Santo” (The Man Well-Anchored 120 [374 d.C.]). Aqui Epifânio afirma que o Deus encarnado, o Verbo, que nasceu de uma Virgem — Virgem essa que se manteve virgem eternamente. Como podem tantos padres da Igreja errar sobre um assunto incomum? Isso mesmo: não podem. É uma verdade enraizada na Igreja desde a era apostólica. "E todas as gerações me proclamarão bem-aventurada." E assim foi feito, ó Virgem perpétua. Termino o texto com um complemento: COMPLEMENTO I: Na fé católica, cremos que Nosso Senhor Jesus Cristo não nasceu da forma convencional, da relação da Virgem Maria com São José, seu esposo. Mas Cristo foi concebido pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria. Explicando isso, o anjo Gabriel diz a Nossa Senhora: "Por isso, o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus". Deus sempre busca a cooperação de suas criaturas, assim como no Antigo Testamento quis a cooperação de Moisés para libertar o povo do Egito, assim como no Novo Testamento quis a cooperação de Maria para dar vida a Seu Filho. Por isso, antes dos séculos, a predestinou como Mãe do Salvador. Não conheço o autor dessa fala, mas afirma bem no que cremos. Termino essa defesa comprovando tal doutrina de sua virgindade perpétua, algo irrefutável, e, por mais que continuem surgindo novas objeções, estaremos aqui para refutá-las. — Lex Fidei, Lex Defensionis, Lex Veritatis. — Adam Delaris
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