Alexandre Borges
Alexandre Borges
June 20, 2025 at 11:57 AM
São João Paulo II entrou na sinagoga de Roma em 1986, abraçou o rabino-chefe Elio Toaff e disse: “Vocês são nossos irmãos mais velhos na fé”. A cena resumiu seis décadas de virada doutrinal iniciada pelo Concílio Vaticano II. A declaração Nostra Aetate (1965) lembra que “a Igreja não pode esquecer que recebeu a revelação do Antigo Testamento por intermédio desse povo” e que “jamais se deve atribuir aos judeus, indistintamente, o que se realizou na paixão de Cristo”. O texto ainda sublinha: “A Igreja deplora cada perseguição, em qualquer tempo e por quem quer que seja, contra os judeus”. O Catecismo (839-840) reforça: “Quando examina o seu próprio mistério, a Igreja descobre o seu vínculo com o povo judeu” e esclarece que a expectativa messiânica de Israel permanece legítima. Pontífices recentes vêm repetindo o núcleo desse ensinamento. Bento XVI declarou em Colônia, 2005: “Quem ataca os judeus fere a própria Igreja”. Francisco, em Budapeste, 2021: “Antissemitismo é veneno; profana o nome de Deus”. São Paulo conclui a lógica em Romanos 11,29: “Os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis”. Se o magistério qualifica os judeus como irmãos, se a Escritura confirma a permanência da aliança e se os papas definem o antissemitismo como ofensa a Deus, odiar judeus não é opinião teológica: é ruptura com a fé. Um católico que cultiva esse ódio rejeita o mandamento evangélico de amar a Deus e ao próximo. E abandona o próprio coração do catolicismo.
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