
Æternus ☩
June 19, 2025 at 05:24 PM
*CRISTO NA IGREJA*
> Eis que estarei convosco até ao fim dos séculos. (Mt 28, 20).
> Karl Adam, A Essência do Catolicismo, cap. 1, pp. 22-23, par. 1
[...] E, no entanto, os sacramentos, por mais santos que sejam, *não são ainda o que há de mais profundo e mais santo.* Jesús liga-se de tal maneira aos seus crentes, tão ativa, tão penetrante é a sua graça, *que ele se dá a si mesmo, pessoalmente, como uma realidade ativa e benéfica.* Jesús comunica aos seus sua realidade íntima, *o que ele tem de mais precioso, o seu eu, a sua personalidade divina.* Comemos o seu corpo, bebemos o seu sangue. Ama Jesús de tal forma os seus, *que não se contenta com o vivificá-los com a sua graça e a sua força, anima-os realmente da sua pessoa humano-divina, põe-se em comunhão de carne e sangue com eles, une-os ao seu ser como a rama ao cepe da vinha.* Não, em verdade, *não fomos abandonados como orfãos neste mundo. Sob a aparência do pão e do vinho, o Mestre continua a viver em meio dos seus discípulos,* o "Senhor" em meio do seu povo, *até que do alto do céu ele retorne em toda a sua majestade.* O sacramento do altar *é o memorial mais possante, mais profundo, mais íntimo do Senhor, à espera do seu glorioso retorno.* Malgrado as centenas ou milhares de anos, malgrado a sucessão dos povos e das civilizações, *Jesús não poderia ser esquecido.* Nenhum coração, na terra, nem mesmo o de nenhum pai ou de mãe nenhuma, *tem sido amado tão verdadeiramente, tão fielmente, tão fortemente e com devoção tamanha, por milhões e milhões de seres humanos, quanto o coração de Jesús.*
Nos sacramentos, *especialmente no do altar,* aparece da maneira mais patente a idéia fundamental da Igreja: *a incarnação do Cristo em seus fiéis.* Por isto mesmo, um católico acharia que pretender encontrar a origem, *não somente deste ou daquele rito exterior, mas do conteudo próprio e do sentido dos sacramentos,* em crenças e ritos *estranhos ao cristianismo,* talvez mesmo nos mistérios do paganismo, seria ver as coisas muito pela superfície. *Os sacramentos da Igreja nos reportam,* pelo contrário, *à vida cristă das origens, a realização sensivel da idéia central* – que encontramos desde as origens cristās – *a de uma união indissoluvel com o Cristo, de "um ser no Cristo" em continuidade até hoje.* Na doutrina mística dos sacramentos, o Cristo *é compreendido imediatamente como o Senhor da comunidade fiel, como o princípio invisivel de força e de atividade.* Assim se traduz de maneira concreta a idéia fundamental da Igreja: o Cristo *que continua a viver nela, a incarnação do divino no humano.*

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