Versando Com Chico

Versando Com Chico

6/8/2025, 12:49:42 PM

• Geografia do Desejo O prazer, meu amor, não tem endereço. É clandestino como um beijo roubado, um murmúrio entre estantes de uma biblioteca, onde as palavras, cúmplices, se calam. Na cozinha, o vapor não vem só do fogão. A colher desliza como tua mão na cintura, a mesa é palco de uma dança interrompida, enquanto o sal não sabe se vem do suor ou do mar. Elevadores são confessionários do proibido. Botões apertados, corpos mais ainda, e o breve silêncio entre andares é um convite ao desatino. No estacionamento, as luzes piscam como testemunhas disfarçadas. Entre ferros e cimento, a carne descobre sua fragilidade em ser tão viva. E no escritório, o fetiche do inesperado: papéis voam, como nossas defesas. A gravata vira nó nas costas, a cadeira range como quem aprova. Te amo nos cantos onde não cabe o pudor, onde o riso escapa entre suspiros e o mundo, oh, o mundo, se torna pequeno demais para conter a vastidão do nosso querer. - Francisco Mariano Júnior #Poetizando #Versando

Versando Com Chico

6/8/2025, 1:31:15 PM

Improvável Presença Num encontro inesperado, na esquina do acaso, Cruzaram-se nossos olhares, num lance de embaraço. Geografia distante, destinos que se cruzam, Num momento improvável, nossos caminhos se juntam. Era como se o tempo parasse, numa dança sem pressa, Nossas almas se encontraram, num elo de beleza. Química perfeita, mistura de essências, Nosso amor se revela, em pura transcendência. De mundos diferentes, viemos nos encontrar, Numa história improvável, onde o destino quis brincar. Entre risos e suspiros, o amor se fez presente, Numa jornada única, que nos tornou cúmplices, confidentes. E assim, nessa improvável presença, Descobrimos o poder da essência. Unidos pelo acaso, pelo destino traçado, Nosso amor floresce, em cada passo dado. Por Francisco Mariano Júnior

Versando Com Chico

6/8/2025, 1:47:16 PM

Sombras do Arrependimento Nas sombras densas do remorso vagueio, Arrependimento, candeia que ilumina Os caminhos escuros da memória. A dor dilacera, como garras afiadas, E o passado se ergue como um espectro A assombrar os sonhos da alma aflita. Oh, como desejo desfazer os erros, Retornar ao tempo e refazer escolhas Que me levaram ao abismo da tristeza. Mas o tempo, implacável, segue adiante, E o arrependimento se torna meu fardo, Pesando como uma âncora na minha existência. Por Francisco Mariano Júnior

Versando Com Chico

2/15/2025, 12:02:10 AM

O Cântico dos Prazeres Oh, doce deleite que em brisa sussurra, nas curvas do riso e no vinho a dançar, no toque que acende, na boca que jura que a sede é eterna e não quer se saciar. São néctares quentes que em lábios escorrem, mistério em carícias de pele e ardor, nos lençóis desfeitos que as sombras socorrem, nas noites que acordam banhadas de amor. Oh, vida, me embriaga com teus desvarios, com mãos que exploram sem medo ou pudor, com risos que voam nos ventos vadios, com corpos que cantam em febre e fulgor. Pois tudo que é belo se perde na pressa, e o tempo, tirano, não volta jamais, então que se goze, que o mundo enlouqueça, que a carne e a alma não queiram ter paz! - Francisco Mariano Júnior