pratica_filosofica - Boletim mais ou menos diário
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February 22, 2025 at 10:26 PM
*Das coincidências de datas históricas aleatórias: vinte e uns de fevereiro* *21/02/1848*, a formulação do espectro da revolução dos que nada terão a perder exceto seus grilhões: é lançado, a insistentes pedidos da militância, a mais conhecida versão de manifesto que se tem notícia, o Comunista. *21/02/1972*, a espectro da luta de classes, como o ser em Aristóteles, se diz de múltiplas maneiras. Nixon visita a China, e tem início passagem do bastão ao novo hegemón nas relações abstratas produtoras de mais-valor. A derrota é tamanha, a do mundo do trabalho, que, em *22/02/1980* tinha início a longa trajetória, ainda em curso, do "maior partido dos trabalhadores do Ocidente", cuja festa de 45 anos teve como destaque entre oradores seu mais longevo cacique, Lula, o único bom de votos na legenda aliás, e ele sabe disso. Sendo assim, como um excurso, *fiquemos no Manifesto Comunista*, tendo por companhia algumas ideias de Arantes publicadas em "Nem tudo que é sólido desmancha no ar, Revista Estudos Avançados, v.12, n.34, set-dez 1998, baixe aqui: https://t.me/pratica_filosofica/221, publicado em uma edição especial da Revista do IEA aquando dos 150 anos do Manifesto. Aqui estamos naquela obra em que toda a história é história da luta de classes, porque ela é sempre a mesma: pré-história, cifra da modernidade movida por destruições próprias de um sistema marcado pela proletarização dos pobres, submetidos à tirania do assalariamento, servindo de carne e alimento do processo de acumulação de capital, processo cujo fim único é acumular mais capital. Ainda assim, temos nesta obra algo de otimismo, que é a proposta de uma outra humanidade que consiga quebrar o feitiço da alienação. Para tanto, era necessário um desenho do que havia de inovador na modernidade capitalista, seu impacto nas formas de legitimação social, os mecanismos de reprodução social postos em marcha pelo capitalismo, sob o qual tudo que é sólido desmancha se no ar. Como colocar um Ponto Final? Por um projeto emancipatório que faria girar a manivela e finalmente poderíamos entrar na história, este girar da manivela é o processo conhecido como luta de classes que aposta na emancipação da humanidade. Em contraponto a esta marcha, temos o estado de barbárie da sociedade burguesa, suas guerras de extermínio, a redução dos indivíduos à fome, o reconhecimento portanto de dois campos sociais antagônicos, campos marcados pela dominação sem sujeito da sociedade pela economia de mercado. Cabe ao proletariado a vontade e o poder de construir um outro sistema que não seja apenas a dominação de homens sobre homens, que não funcione somente a favor dos dominantes, ainda que o trabalho de parto desta nova sociedade seja previsivelmente doloroso. É uma obra que traz um diagnóstico do capitalismo marcado pela autorreflexão da espécie humana, reflexão que os 30 Anos Dourados do pós-guerra europeu anestesiou, mas que as catástrofes que se seguem nas quatro últimas décadas exigem lembrar que o alarme soado pelo manifesto comunista continua soando, sinal de alarme que talvez “desperte a humanidade do pesadelo ancestral da dominação”. Fim do excurso. *_Mas e os peronistas que tu falou com a data dos 45 anos atrás?_* *Se nem eles se entendem, quem sou eu para opinar a respeito*
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