
pratica_filosofica - Boletim mais ou menos diário
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About pratica_filosofica - Boletim mais ou menos diário
Desde fins de 20/8/2024, tb no Telegram, https://t.me/pratica_filosofica por Gilberto Tedeia, no mundo do trabalho alguém que mexe com filosofia, psicanálise sobretudo lacaniana e certa "teoria crítica brasileira" A proposta aqui é a socialização de rascunhos de ideias às voltas com aparências sociais contraditórias, mais doses de algo brejeiro, cuja leveza atenue a angústia diante do deserto do real Aos 5 leitores: a periodicidade é "elástica", mais ou menos diária
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*rei morto, rei posto, viva o rei... morto* _– a seguir mais um caso em que, nessa quadratura do planeta, o mundo não gira, o mundo capota e feio, vejamos isso mais de perto_ Pois fique para a próxima algo que preste vindo do time do rei morto, lá no estádio que o homenageia, Estádio Rei Pelé. Por que não verão?, cf. aqui: https://substack.com/profile/1445228-pratica-radical/note/c-119869146 *comentário sobre certo esfarelamento, que fecha citando e linkando clássico de Noel Rosa, em versão original* _“Seu garçom, faça o favor de me trazer depressa_ _Uma boa média que não seja requentada_ _Um pão bem quente com manteiga à beça_ _Um guardanapo e um copo d'água bem gelada_ _Feche a porta da direita com muito cuidado_ _Que não estou disposto a ficar exposto ao sol_ _Vá perguntar ao seu freguês do lado_ _Qual foi o resultado do futebol”_


*Das coincidências de datas históricas aleatórias: vinte e uns de fevereiro* *21/02/1848*, a formulação do espectro da revolução dos que nada terão a perder exceto seus grilhões: é lançado, a insistentes pedidos da militância, a mais conhecida versão de manifesto que se tem notícia, o Comunista. *21/02/1972*, a espectro da luta de classes, como o ser em Aristóteles, se diz de múltiplas maneiras. Nixon visita a China, e tem início passagem do bastão ao novo hegemón nas relações abstratas produtoras de mais-valor. A derrota é tamanha, a do mundo do trabalho, que, em *22/02/1980* tinha início a longa trajetória, ainda em curso, do "maior partido dos trabalhadores do Ocidente", cuja festa de 45 anos teve como destaque entre oradores seu mais longevo cacique, Lula, o único bom de votos na legenda aliás, e ele sabe disso. Sendo assim, como um excurso, *fiquemos no Manifesto Comunista*, tendo por companhia algumas ideias de Arantes publicadas em "Nem tudo que é sólido desmancha no ar, Revista Estudos Avançados, v.12, n.34, set-dez 1998, baixe aqui: https://t.me/pratica_filosofica/221, publicado em uma edição especial da Revista do IEA aquando dos 150 anos do Manifesto. Aqui estamos naquela obra em que toda a história é história da luta de classes, porque ela é sempre a mesma: pré-história, cifra da modernidade movida por destruições próprias de um sistema marcado pela proletarização dos pobres, submetidos à tirania do assalariamento, servindo de carne e alimento do processo de acumulação de capital, processo cujo fim único é acumular mais capital. Ainda assim, temos nesta obra algo de otimismo, que é a proposta de uma outra humanidade que consiga quebrar o feitiço da alienação. Para tanto, era necessário um desenho do que havia de inovador na modernidade capitalista, seu impacto nas formas de legitimação social, os mecanismos de reprodução social postos em marcha pelo capitalismo, sob o qual tudo que é sólido desmancha se no ar. Como colocar um Ponto Final? Por um projeto emancipatório que faria girar a manivela e finalmente poderíamos entrar na história, este girar da manivela é o processo conhecido como luta de classes que aposta na emancipação da humanidade. Em contraponto a esta marcha, temos o estado de barbárie da sociedade burguesa, suas guerras de extermínio, a redução dos indivíduos à fome, o reconhecimento portanto de dois campos sociais antagônicos, campos marcados pela dominação sem sujeito da sociedade pela economia de mercado. Cabe ao proletariado a vontade e o poder de construir um outro sistema que não seja apenas a dominação de homens sobre homens, que não funcione somente a favor dos dominantes, ainda que o trabalho de parto desta nova sociedade seja previsivelmente doloroso. É uma obra que traz um diagnóstico do capitalismo marcado pela autorreflexão da espécie humana, reflexão que os 30 Anos Dourados do pós-guerra europeu anestesiou, mas que as catástrofes que se seguem nas quatro últimas décadas exigem lembrar que o alarme soado pelo manifesto comunista continua soando, sinal de alarme que talvez “desperte a humanidade do pesadelo ancestral da dominação”. Fim do excurso. *_Mas e os peronistas que tu falou com a data dos 45 anos atrás?_* *Se nem eles se entendem, quem sou eu para opinar a respeito*

*Das coincidências de datas históricas aleatórias: dezenove de fevereiro* *1997*: morre Deng Xiaoping. Em 12/1978 lança as bases do capitalismo de Estado atualmente em vigor por lá, que seus defensores chamam de "socialismo com características chinesa" ou coisa parecida. É dele a frase "não importa a cor do gato, desde que cace os ratos" que ilustra a sua "economia de mercado socialista". *2008*: renúncia de Fidel Castro, que esteve à frente da Revolução desde a tomada do Quartel de Moncada, em 26/7/1953. Faleceu aos noventa anos, em 2016. Nem China nem Cuba acabaram com a troca de comando. Tampouco seguiram o que foram nos anos 60 ou 80. Mas relaxe, baby, das coisas que mudaram para pior, o destaque segue sendo o da gestão amadora do futebol brasileiro pelos caciques dos times e pelos estafetas das "instituições" locais que formam a correia de transmissão do crime organizado que vai da Fifa às federações estaduais dos cafundós amazônicos, no colo do presidente de uma das tais, a paraense, caiu o cargo de presidência da CBF quando o titular eleito para o cargo tanto aprontou que acabou perdendo a boquinha.


Único erro da matéria: não foi *questionamento* em 2013, e sim uma constatação negociada: alguém que não duraria muito foi "escolhido", coroando assim o processo de dupla negociação, processo que começou lá atrás, quando escolha de Ratzinger. A negociação foi com o grupo do cardeal Martini, o candidato mais forte e que preferiu esse caminho, e acertou as duas sucessões, com hipótese de renúncia de Francisco sobre a mesa aliás, visando assim evitar que voltasse o poder para as mãos da quadrilha, digo "Estado Profundo Vaticano" responsável pelo cancro maligno que foi o reinado do anãozinho polonês, aquele que de tanto se curvar aos poderes terrenos deixou de fora o cofrinho. Fato é que nos dois últimos mandatos a quadrilha foi combatida, levemente pelo alemão e com mais força pelo argentino. Felizmente ele teve tempo de renovar o colégio dos cardeais. Com ascensão de visada teológica protomedieval cristã ao primeiro plano com o vice-presidente estadunidense, Vance, e seu bilionário de estimação que o carrega no bolso, ops, digo, o empresário americano, ativista político e filantropo que o financia, Peter Thiel, não seria difícil aos EUA colocarem outro cadelinho na cadeira papal se Martini não tivesse cuidado de lidar, lá quando da nomeação de Bento XVI, como modo de lidar e confrontar a "banda podre" vaticana como horizonte norteador de ação da Igreja pelas décadas seguintes. Afinal, nunca foi o amadorismo de cadelinhos que fez uma empresa conseguir se manter à tona por mais de dois mil anos, não mesmo. Esses, os cadelinhos, chegam latem, brandem motosserras, se pintam de laranja, masturbam-se delirando alguma coisa grande again, mas os séculos os devoram sob montanhas de entulhos de lixos análogos tão sem-nome e sem vida própria quanto esses cadelinhos que por ora arranham nossos tímpanos. https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2025/02/17/internado-com-infeccao-papa-perdeu-parte-do-pulmao-ha-mais-de-60-anos.htm

*dormindo com o inimigo, parte 001* _Amazon deixa explícito que os e-books do Kindle não te pertencem; entenda_ *âmbito estadunidense* _o novo aviso da Amazon sobre licença de uso de e-book: “ao fazer o pedido, você está comprando uma licença de conteúdo e concorda com os termos de uso da Loja Kindle”_. *âmbito brasileiro* _Na versão brasileira da Loja Kindle, um texto pouco explicativo e prolixo._ _no meio do artigo 1, sobre o Conteúdo Kindle: o conteúdo Kindle é apenas licenciado pela Amazon, não vendida por ela ... ~resumindo o dito sem o abuso juridicizante:~ ... se o acordo da big tech com uma editora ou autor acabar, você perde o acesso._ _... a Amazon não é a única companhia que pode tirar um conteúdo digital “comprado” por você. Teoricamente, lojas de games podem fazer o mesmo com seus jogos — isso é mais provável de ocorrer com lojas das próprias desenvolvedoras_ https://tecnoblog.net/noticias/amazon-deixa-explicito-que-os-ebooks-do-kindle-nao-te-pertencem-entenda/

*_Aguentando o rojão_* [19/02/2025, Passa Palavra] _Sala dos professores, sete horas da manhã de uma quinta-feira comum, uma professora chega para a outra e diz: —“Não estou nada bem hoje. Meu remédio da manhã acabou e esqueci de comprar. Estou descompensada.” — “Não amada, não pode! Você vai ficar muito mal. Pede para fulano, ele começou a tomar um igual ao seu. — “Fulano, não estou bem. Estou sem o meu remédio da manhã.” —“É para já! É Vanlafaxina né?” —“Poxa, não. Esse é o que o meu marido toma. Eu preciso de Desvenlafaxina. Uma outra professora, vendo a conversa, fala baixo: — “Esses eu não tenho, mas se vocês quiserem eu estou vendendo caixas de Centralina; é que minha médica trocou minha medicação e eu já havia comprado esses caixas. Uma das professoras responde: — “Poxa, não tomo esse, mas acho que a fulana toma. Espera. Fulana, vem cá.”_

*Das coincidências de datas históricas aleatórias: dezoito de fevereiro* Irrelevância ao comum dos mortais, em 1930 é descoberto Plutão. 2010. Bradley Manning, analista de inteligência do exército estadunidense, repassa centena de milhares de documentos secretos a um site que começa a soltar em 18/2/2010, como faria com qualquer outro depois de "filtrado", o material repassado pelo tal analista do exército, com prova de crimes cometidos, dezenas de milhares deles. E nesse dia de 2010, de uma hora pra outra, torna-se mundialmente conhecido o WikiLeaks.com, por meramente publicar o que receba. Desde então, (1) Bradley virou Chelsea; (2) Julien Assange amargou 14 anos de [xilindró ou, de ago.2012 a abr.2019, refugiado na embaixada equatoriana] e (3) política estadunidense mundo afora se reduz cada vez mais a "desce o porrete", estreando com tudo a versão Pau-no-Lombo-Amigo – _plá_, aos íntimos, _versão Mega-plá_, sabor Laranjão.


*O que outro título "ad hitlerum" poderia escamotear?* Não será nesse post que abre uma série de sabe-se lá quantos episódios que tu o saberás. Nesta "abertura da série", te apresentarei o tal argumento tecido, dessa feita por Rui Tavares, ex-deputado europeu, articulista com espaço semanal no jornal da rua Barão de Limeira, que, no seu último artigo, "Munique é berço de traição da Europa e de seus ideais, como foi com Adolf Hitler" _[18/02/2025, https://www1.folha.uol.com.br/colunas/rui-tavares/2025/02/munique-e-berco-de-traicao-da-europa-e-de-seus-ideais-como-foi-com-adolf-hitler.shtml, caminhão russo passando na casa do meu primo deixou cair aqui o teu exemplar do artigo: https://t.me/pratica_filosofica/225]_, aproxima três situações espaciais que inscrevem Munique como relevante para análise política europeia A primeira é a negociação em 1938: Neville Chamberlain e Hitler negociando parte da Tchecoslováquia em nome da paz na Europa. A segunda: em 2007, Vladimir Putin anuncia o fim da ordem internacional imposta unilateralmente pelos EUA, mas interesses comerciais falaram mais alto; desde então, *Ações de Putin*: 2008, invade a Geórgia; 2014: anexa a Crimeia; 2022: quer chegar em Kiev em três dias, mas enfrentou resistência. A terceira: começo de 2025, na mesma Conferência de Segurança Munique, o vice-presidente estadunidense anuncia aos europeus condições para a paz na Ucrânia mais perniciosas ao país que as impostas à Alemanha após sua derrota em 1918, Aqui vem o elemento que torna indicável esse artigo como ponto de partida. Até essa altura do texto, nada há nele que merecesse mais que meia linha como remissão a equívoco que deu crias. Mas eis que lemos, como reação à descompostura que deixou toda a cúpula eurocrata desnorteada, algo como uma análise da conjuntura geopolítica, seguida de uma proposta, proposta sim que aí o "diferencia" da vala comum dos autoenganos europeísta-atlantistas. Após inferir que União Europeia e EUA não são mais aliados, após atribuir à Otan, visando talvez ignorá-la, o reles significado de "construção meramente teórica", vem o que merece destaque finalmente, a tal d' *a proposta*: uma Comunidade Europeia de Defesa, mediante retomada do projeto derrotado em 1954 no Parlamento francês. Só assim para evitar que Putin invada a Europa, ou melhor, nas palavras do "ex-deputado europeu": "a contagem decrescente para a próxima guerra na Europa começa no dia em que Putin não estiver mais atolado na Ucrânia". Antes de acabar esse primeiro episódio da série, um esclarecimento: "Reductio ad Hitlerum" é o nome de uma falácia, aquele argumento psicologicamente convincente mas inconsistente logicamente, e que uma vez identificado impede que se possa tratar sua conclusão, aquilo de que nos quer convencer, como se tivesse valor de verdade "verdadeiro". Essa locução nominal "reductio ad Hitlerum", é uma criação do filósofo de ultradireita Leo Strauss para designar argumentos que associam algo (aquilo que o argumento quer desqualificar) ou diretamente à pessoa do Hitler ou ao nazismo sob sua direção. O objetivo seria tornar repulsiva a posição posta, mediante tal associação, em relação de analogia com algum dos traços do nazismo trazido pelo argumento.

quando *_"nem a mãe reconhece o filho feio"_*, que dizer? eis a velha mudança de orden$ da matriz na a$$i$tência a vento$ ideológicos abrindo nova$ frente$ rumo a novo$ mare$, hein?


_Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) nos faz saber que *799,6 milhões de pares de sapatos foram destinados ao mercado interno nacional ano passado*._ _*Setecentos e noventa e nove milhões*, outros 97,2 milhões foram destinados à exportação._ _O incremento da demanda doméstica impulsionou a produção de calçados em 3,5% ante índices produtivos de 2023._
