Genuínos Ortodoxos no Brasil
Genuínos Ortodoxos no Brasil
February 21, 2025 at 09:21 PM
SOBRE A ORTODOXIA (EM POUCAS PALAVRAS) O que se entende por “Ortodoxia”? A palavra “Ortodoxia” tem origem grega, formada por “orthós” e “doxa”, significando doutrina correta, credo verdadeiro, universal, ou seja, um ensino em continuidade direta e ininterrupta com a Tradição Apostólica, por meio da teologia patrística e neopatrística, constituindo a fé comum das Igrejas indivisas do primeiro milênio. A Ortodoxia se identifica com a própria Tradição Apostólica, conforme confirmada, interpretada e desenvolvida pelo consenso da Igreja Universal. A didascalia (apostolorum), isto é, a norma da fé apostólica, foi o critério fundamental da Ortodoxia. Por isso, qualquer ruptura com a Tradição Apostólica é vista como uma corrupção ou abandono da Ortodoxia, manifestando-se como heresia ou como uma “confissão” separada. Onde se encontra exposta a doutrina da fé ortodoxa? De maneira breve e clara, a exposição da fé ortodoxa se encontra na Dogmática de São João Damasceno. Como a fé ortodoxa tem sido preservada com exatidão e sem alterações até os dias de hoje? A Santa e verdadeira Fé da Igreja de Cristo (Ortodoxia) foi mantida intacta ao longo dos séculos por meio das Santas Escrituras, da Sagrada Tradição Apostólica, dos decretos dos cinco Sínodos Apostólicos, dos cânones dos sete Concílios Ecumênicos e dos sínodos locais. Como disse São João Crisóstomo: “O leme da Igreja de Cristo são os divinos cânones.” O que é um Concílio Ecumênico e um sínodo local? Um Concílio Ecumênico é aquele que reúne patriarcas, metropolitas, bispos e outros líderes espirituais da Igreja em todo o mundo. Ele representa a instância suprema dos discernimentos eclesiais, pois nele todos os patriarcas e Bispos do mundo cristão se unem em um único credo de fé. Já um sínodo local é aquele em que participam apenas os Bispos de um país ou de uma região específica. Quais foram os meios que preservaram a unidade e a integridade da Ortodoxia? Diversos meios espirituais e administrativos têm assegurado a unidade da Ortodoxia, como: •A estruturação do culto bizantino (sécs. VI-VIII), com destaque para a Liturgia Bizantina, que consolidou a unidade espiritual e litúrgica da Ortodoxia. • A síntese dogmática de São João Damasceno (séc. VIII), crucial na crise iconoclasta. •A teologia do Patriarca Fócio (820-895), que, em sua encíclica de 867, acusou o Papa Nicolau I de heresia. •O Sínodo Local de 879-880, que restaurou Fócio e reconciliou-se com Roma sob o Papa João VIII. •A missão de São Cirilo e São Metódio entre os eslavos (séc. IX), expandindo a Ortodoxia para a Europa Central. •A resistência ortodoxa contra os Concílios unionistas de Lyon (1274) e Florença (1438), que visavam à submissão ao Papa de Roma. •O Sínodo de Constantinopla de 1459, que rejeitou a União de Florença. •O hesicasmo (séc. XIV), formulado por São Gregório Palamás, distinguindo a essência divina das energias Divinas não-criadas, conforme aprovado nos sínodos de Constantinopla (1341, 1347 e 1351). •A definição sacramental por São Simeão de Tessalônica (séc. XV). •A resposta do Patriarca Jeremias II (séc. XVI) aos teólogos luteranos de Tübingen, rejeitando a teologia protestante. •A “Confissão de Fé” do Patriarca de Alexandria, Mitrofano Kritopoulos (1625), explicando a Ortodoxia aos protestantes de Helmstadt. •A Declaração Ortodoxa do Metropolita Pedro Moguila (1633-1646), aprovada no Sínodo de Iasi (1642) e em Constantinopla (1643). •O Sínodo de Jerusalém de 1672, que rejeitou o calvinismo de Cirilo Lucaris. •Os sínodos locais do séc. XVII (Iasi 1642, Moscou 1667, Jerusalém 1672), que aprofundaram a teologia sacramental da Igreja. •A resistência contra a formação das Igrejas Uniatas (greco-católicas) em Brest (1596), Úzhgorod (1649), Mucacevo (1664) e Transilvânia (1701), que impuseram a união com Roma. •O Sínodo dos Patriarcas Orientais de 1755, que declarou invalido o batismo latino e armênio, exigindo um novo batismo para convertidos ao Ortodoxismo. •A publicação da Filocalia (1782), organizada por São Nicodemos Agiorita e Macário de Corinto, preservando a espiritualidade ortodoxa. •A tradução da Filocalia para o eslavo por Paisios Velichkovsky (1793), protegendo a Ortodoxia russa da latinização. • A Encíclica dos Patriarcas Orientais de 1848, que condenou o papismo como heresia. • A resposta do Patriarca Antimo (1894) ao Papa Leão XIII, rejeitando a Imaculada Conceição e a infalibilidade papal. Além desses eventos históricos, outros fatores também garantiram a preservação da Ortodoxia, como: Escolas teológicas universitárias e seminários; Sínodos locais e nacionais; Assembleias diocesanas e conselhos paroquiais; Pregações sacerdotais em cidades e aldeias; Associações missionárias; Vida monástica canônica; Educação cristã ortodoxa nas famílias. Esses foram, resumidamente, os meios espirituais pelos quais a Ortodoxia tem sido preservada até os dias de hoje. Enviado por Vladyka Panteleimon, Arcebispo da América latina do Santo Sínodo GOX de Avlona na Grécia.
Image from Genuínos Ortodoxos no Brasil: SOBRE A ORTODOXIA (EM POUCAS PALAVRAS)  O que se entende por “Ortodoxi...
☦️ 🙏 ❤️ 5

Comments