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Genuínos Ortodoxos no Brasil

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About Genuínos Ortodoxos no Brasil

Somos uma missão Ortodoxa ligada ao Arcebispado Ortodoxo da Colômbia e toda América Latina Sob S.E.Rev. Arcebispo Pantaleimon, do Santo Sínodo Metropolitano dos Cristãos Ortodoxos Genuínos da Grécia GOX (ΓOX) do Calendário Patrístico, Metrópole de Avlona.

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Genuínos Ortodoxos no Brasil
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5/24/2025, 1:16:39 PM

​ *Por que o Batismo é por tripla imersão? * Nós, cristãos ortodoxos, batizamos por tríplice imersão, ou seja, mergulhando inteiramente a pessoa três vezes na água — em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo — porque essa é a forma que o próprio Cristo instituiu, que os Apóstolos praticaram, e que a Igreja preserva fielmente até hoje. 1. Porque a própria palavra "Batismo" significa "imersão". O termo grego original "baptisma" (βάπτισμα) significa literalmente "imersão", "submersão", "mergulho". Portanto, molhar a cabeça com água ou borrifar não é batismo, é aspersão — e isso não corresponde nem ao significado nem à forma correta do sacramento. 2. Porque Cristo foi batizado por imersão. Nosso Senhor Jesus Cristo desceu às águas do Jordão e delas saiu (cf. Mateus 3:16), não apenas teve a cabeça molhada. Ao sermos batizados, participamos do batismo de Cristo, e devemos fazer como Ele fez e ordenou aos Apóstolos que fizessem (cf. Mateus 28:19). 3. Porque nos torna misticamente participantes da morte e ressurreição de Cristo. Como ensina São Paulo: “Fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também andemos em novidade de vida.” (Romanos 6:4) A imersão simboliza o sepultamento do homem velho com Cristo, e o sair das águas, a ressurreição em Cristo. É um mistério pascal vivido sacramentalmente. 4. Porque é a prática apostólica confirmada pelos primeiros cristãos. Um dos documentos cristãos mais antigos fora do Novo Testamento, a Didaqué (século I), ensina: > “Batizai em água corrente, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Se não tiveres água corrente, batiza em outra água; se não tiveres água fria, usa quente. Se não tiveres nenhuma, derrama três vezes água sobre a cabeça em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” (Didaqué, cap. 7) Perceba que o derramamento (aspersão) só é permitido em último caso, por necessidade, e não é o ideal, mas uma economia da Igreja em situações extremas. 5. Porque os Cânones da Igreja exigem a imersão. A Tradição canônica da Igreja confirma de forma clara: Cânon 50 dos Santos Apóstolos: “Se um bispo ou presbítero não realizar três imersões, mas apenas uma, que seja deposto.” Cânon 95 do Concílio de Trullo (Quinisexto): Reafirma a tríplice imersão como norma, e regula a recepção de hereges, distinguindo o batismo válido do inválido conforme a forma e intenção. 6. Aspersão só em caso de real impossibilidade — por economia. A Igreja Ortodoxa admite a aspersão apenas em casos extremos, como quando a pessoa está gravemente doente ou fisicamente impedida de entrar na água. Nesse caso, age-se por economia (oikonomia), ou seja, uma concessão pastoral, e não por mudança da doutrina. A economia não substitui a norma. Portanto, nós batizamos por imersão porque: *É o significado da própria palavra "batismo"; *É a participação no próprio Batismo de Cristo, que nos torna participantes de sua morte e ressurreição; *É o ensinamento dos Apóstolos; *É exigido pelos santos Cânones e Padres da Igreja; *E é a forma plena e correta do sacramento.

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5/29/2025, 9:13:22 AM

Com alegria e reverência, celebramos hoje a gloriosa Festa da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo! Que este mistério da fé nos inspire a elevar nossos corações às coisas do alto, renovando nossa esperança na promessa de que, onde Cristo subiu, também nós um dia estaremos. Que a bênção e a graça do Senhor ascendido estejam sempre com você e sua família!

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5/31/2025, 9:45:32 AM

*São Barsanúfio de Óptina (1845–1913)* > "Outro dia, um dos nossos monges do Grande Esquema do skete veio me ver. — Abba, caí em desânimo, pois não vejo em mim — aquele que porta o elevado hábito angélico — uma mudança para melhor. O Senhor exige rigorosamente se alguém é monge ou esquemamonge apenas de acordo com sua vestimenta. Mas como posso mudar? Como posso morrer para o pecado? Sinto minha total fraqueza. — Sim — respondi — somos absolutamente falidos, e se o Senhor julgar segundo as obras, não encontrará nada de bom em nós. — Mas há esperança de salvação, então? — Claro que há. Diga sempre a Oração de Jesus, e entregue tudo à vontade de Deus. — Mas que tipo de benefício pode haver dessa oração se nem a mente nem o coração participam dela? — Um benefício enorme. Claro, essa oração tem muitos níveis, desde a simples pronúncia até a oração criativa. Mas para nós, mesmo que estejamos no degrau mais baixo, ela será salvífica. As potências do inimigo fogem daquele que pronuncia essa oração, e cedo ou tarde ele será salvo, de qualquer forma. — Eu ressuscitei! — exclamou o monge do Grande Esquema. — Não ficarei mais desanimado. E assim eu repito: diga a oração, mesmo que apenas com os lábios, e o Senhor nunca o abandonará. A pronúncia dessa oração não exige o estudo de nenhuma ciência. O conde Liev Tolstói era um homem de educação completa, mas não tinha Cristo na alma — e pereceu. O conhecimento terreno não o ajudou. Ele rejeitou a Santa Igreja — e foi rejeitado." (Elder Barsanuphius of Optina, pp. 454–456) Este diálogo entre São Barsanúfio de Óptina e um monge do Grande Esquema revela com profunda simplicidade a realidade espiritual que todos os cristãos enfrentam: o peso da própria fraqueza diante da santidade de Deus. O monge, embora revestido do hábito mais elevado da vida monástica, sente-se vazio e impotente para vencer o pecado — uma experiência comum entre aqueles que lutam seriamente pela salvação. A resposta de São Barsanúfio é marcada por humildade e esperança. Ele não tenta encobrir a verdade da miséria humana, mas a reconhece: estamos “absolutamente falidos”, sem méritos próprios diante de Deus. Contudo, ele aponta imediatamente para a misericórdia divina, ensinando que a salvação não está em nossas forças, mas na graça de Deus, acessível por meio da Oração de Jesus: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade de mim, pecador.” Mesmo que essa oração seja feita apenas com os lábios, sem o envolvimento do coração ou da mente, ela já é suficiente para afastar os demônios e sustentar a alma. O Santo reconhece que há diversos níveis nessa oração — desde a simples repetição até a oração viva e iluminada — mas assegura que, mesmo no nível mais humilde, ela é salvífica. Com isso, ele consola o monge, que passa do desânimo à exultação: “Eu ressuscitei!” Por fim, São Barsanúfio adverte que nem todo conhecimento humano conduz à salvação. Usa como exemplo o conde Tolstói, homem instruído, mas que rejeitou a Igreja e, com isso, perdeu a comunhão com Cristo. Assim, ele ensina que a verdadeira sabedoria está na humildade, na fidelidade à Igreja e na oração contínua. Este breve diálogo é um verdadeiro ícone da espiritualidade ortodoxa: realista quanto à fraqueza humana, centrado na graça de Deus, e profundamente enraizado na tradição da oração do coração.

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5/25/2025, 11:07:20 AM

*Catequese para o 6º Domingo de Páscoa – A Cura do Cego de Nascença (Jo 9:1–38)* *Cristo, o Criador, dá olhos ao homem* Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém. Neste santo Domingo da Páscoa, a Igreja nos apresenta o milagre da cura do cego de nascença, relatado pelo santo apóstolo e evangelista João. Mas como nos ensina a Santa Tradição, esse milagre é muito mais que uma cura. Ele é uma obra de criação, um ato que revela abertamente a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo Encarnado. Existe uma condição na medicina chamada de Anoftalmia congênita (ou anoftalmia bilateral congênita, quando afeta ambos os olhos). É uma condição rara, Afeta cerca de 1 em cada 30.000 a 80.000 nascidos vivos. Pode ser causada por mutações genéticas, exposição a toxinas ou infecções durante a gestação (ex: toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola). O evangelista escreve que Jesus viu um homem “cego desde o nascimento” (Jo 9:1). No grego, a expressão é “τυφλὸς ἐκ γενετῆς”, que significa literalmente “cego desde o momento em que foi gerado”. Os Santos Padres, como São João Crisóstomo e São Cirilo de Alexandria, interpretam que esse homem nunca possuíra olhos, nem mesmo globos oculares. E aqui, a Tradição Apostólica confirma esse entendimento. O grande Santo Irineu de Lyon, que foi discípulo de São Policarpo, o qual fora discípulo do apóstolo São João, afirma com clareza: Cristo não apenas curou, mas criou olhos onde não havia – assim como o mesmo Verbo criador formou Adão do barro no princípio (cf. Contra as Heresias, 5.15). Irmãos, pensem no peso dessas palavras. Não se trata de um testemunho qualquer. Irineu está a duas gerações do apóstolo João. Ele recebeu esta tradição viva, não apenas por leitura, mas pela transmissão direta dos santos discípulos do Senhor. Vemos que Cristo cuspiu no chão, fez barro e ungiu os olhos do cego. Que gesto é esse? Não é um simples ritual ou símbolo. É ação criadora. Com a saliva que procede da Sua boca, o Senhor mistura a terra – tal como no Gênesis, quando Deus moldou Adão do barro da terra. A saliva representa o Verbo que sai da boca do Pai, e o barro representa a natureza humana. Aquele que formou o homem no início agora reforma o homem caído, criando o que não existia. Como nos diz o beato Agostinho, este milagre é a manifestação de que Cristo é Deus verdadeiro, Criador, e não um mero profeta. Cristo manda o homem ir lavar-se na piscina de Siloé. O próprio evangelista explica: “Siloé quer dizer Enviado.” Cristo é o Enviado do Pai, e a piscina é símbolo do Santo Batismo, pelo qual todos nós, cegos de nascença pelo pecado, recebemos a luz da alma. Assim como aquele homem recebeu olhos e passou a ver, também nós recebemos olhos espirituais pelo Batismo, e somos iluminados pela fé. Vejam a progressão da fé do cego curado: Primeiro, ele diz: “Um homem chamado Jesus.” Depois, afirma: “É um profeta.” Por fim, quando encontra Jesus novamente, confessa: “Creio, Senhor!” – e O adorou. Aqui está o caminho de toda alma que se abre à luz de Cristo: da ignorância à fé, da fé à confissão, da confissão à adoração de Cristo como Deus. Os fariseus rejeitam o milagre. Eles, que têm olhos, se recusam a ver a verdade. São João Crisóstomo diz que o cego recebeu a visão e a fé, enquanto os fariseus, vendo com os olhos, estavam cegos de alma. Cristo conclui com palavras duras: > “Eu vim a este mundo para juízo: para que os que não veem, vejam; e os que veem, se tornem cegos.” (Jo 9:39) A fé simples do homem curado contrasta com o orgulho e a cegueira espiritual dos religiosos da época, que assim como os "fariseus" de hoje, continuam a rejeitar Cristo em seu Corpo, a Igreja. E isso é um alerta para todos nós: não basta ter olhos, Bíblia, tradição, se não reconhecemos Cristo como Deus e nos prostramos diante d’Ele com fé viva. Cristo, o Criador, nos recria. O cego de nascença somos todos nós: nascemos na cegueira do pecado, privados da luz divina. Mas Cristo, em Sua misericórdia, veio ao mundo para nos recriar. Ele nos dá olhos novos pela graça. Ele nos envia a Siloé – ao Batismo, à fé, à vida na Igreja. E Ele nos convida, como ao homem curado, a confessá-Lo: “Creio, Senhor!” – e a adorá-Lo com todo o nosso ser. Como disse o santo Irineu, que recebeu esta fé do discípulo do próprio João: Cristo criou olhos onde nada havia, pois é o mesmo Deus que, no princípio, fez o homem do barro da terra. Abramos os olhos, irmãos. Não rejeitemos a Luz como os fariseus. Sigamos o exemplo do cego iluminado e prostremo-nos diante do Senhor com fé e reverência. A Ele seja a glória, com o Pai e o Espírito Santo, agora e sempre. Amém. Padre Cristovão Souza, Missão Ortodoxa de Santo André Apóstolo em Caruaru-PE. Arcebispado da América latina do Santo Sínodo GOX de Avlona, sob S.E.R.Vladyka Panteleimon.

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5/30/2025, 11:17:03 AM
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5/27/2025, 3:28:36 PM

*Fuga da Realidade e Doença da Alma no Mundo Moderno: Um Clamor pela Sanidade Cristã* Vivemos um tempo em que a realidade objetiva, criada por Deus, é rejeitada em favor de fantasias subjetivas, impulsos incontrolados e delírios identitários. Essa recusa em aceitar a verdade da natureza humana tem gerado uma epidemia de distúrbios mentais, comportamentos autodestrutivos e desesperança. O homem moderno, afastado de Deus, escraviza-se em construções fictícias de identidade, em tentativas patéticas de substituir a Graça pela autoafirmação e a realidade pelo simulacro. Um dos sintomas mais evidentes dessa crise espiritual e mental é a sodomia, que a Sagrada Escritura e a Tradição dos Santos Padres sempre trataram como paixão contra a natureza. O Apóstolo Paulo, na Epístola aos Romanos, afirma: "... Deus os entregou a paixões infames, pois até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário da natureza. Semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros" (Romanos 1:26-27). Os Padres da Igreja foram unânimes em denunciar essa paixão não apenas como pecado, mas como sinal de decadência espiritual e desordem interior. No entanto, ao invés de buscar a cura em Deus, o homem contemporâneo tenta legitimar sua doença. Mesmo em países como o Canadá, onde a agenda LGBT recebeu amplo apoio social, legal e estatal, os índices de suicídio continuam alarmantemente altos. Um estudo publicado no Journal of Affective Disorders (2023) mostrou que mais de 56% dos entrevistados LGBTQ+ pensaram em suicídio ao longo da vida, e quase 25% tentaram tirar a própria vida. Esses números são muito superiores à média da população em geral. Isso indica que o problema não está na falta de apoio externo, mas na ferida espiritual e psicológica interna que não se cura com aceitação mundana. A crise se expande para outros aspectos do comportamento moderno. Vemos adultos que simulam ser pais de bonecos bebê hiper-realistas, conhecidos como bebês reborn. Tais indivíduos, ao transferirem afeto e instinto materno ou paterno para um objeto inanimado, revelam não apenas um vazio emocional, mas uma recusa em aceitar a vida real e suas responsabilidades. Alguns chegam a relatar que "deram à luz" ao boneco, criando narrativas fantasiosas que beiram o delírio. Temos ainda os "pais de pet", que substituem a paternidade natural por animais de estimação. Não só vestem e mimam seus animais como se fossem filhos, mas também os colocam como substitutos da geração de filhos humanos. Trata-se de uma inversão da ordem natural. A criatura racional abdica de sua dignidade e vocação divina à paternidade para projetar seu amor num ser irracional. Isso também está associado a crises de ansiedade, solidão e depressão. A infantilização dos adultos é outro sintoma grave. Pessoas que se recusam a assumir compromissos, responsabilidades e maturidade, e que consomem produtos, estética e comportamento infantil como meio de fuga, estão psicologicamente presas em uma forma de estagnação emocional. Isso tem sido objeto de análise psicológica e está frequentemente associado a traumas não resolvidos e à recusa de crescer. O caso dos therians – pessoas que se identificam como animais – leva essa degradação a um novo patamar. Elas vestem-se, agem e acreditam ser lobos, gatos, cachorros, entre outros. Algumas se locomovem de quatro, emitem sons e desejam ser tratadas como não-humanas. Não há aqui apenas uma excentricidade, mas sim um rompimento radical com a realidade, uma forma de dissociação da identidade humana. A psiquiatria reconhece que tais comportamentos podem estar associados a transtornos dissociativos de identidade ou mesmo a quadros esquizotípicos. E os dados não mentem: quanto mais as sociedades modernas incentivam essas identidades alternativas, mais crescem as taxas de suicídio, automutilação e internação psiquiátrica. O que deveria ser um "tempo de liberdade e expressão" revela-se um tempo de escravidão interior. Contrastando com essa decadência, encontramos a firmeza e a serenidade dos cristãos perseguidos. Durante os três primeiros séculos de perseguição sob o Império Romano, os cristãos eram queimados vivos, entregues aos leões e decapitados. Mesmo assim, não há registro histórico de epidemias de suicídio entre eles. Pelo contrário, os relatos são de coragem, esperança e alegria em sofrer por Cristo. Da mesma forma, os cristãos ortodoxos perseguidos pelo regime soviético ou pelos ustaches croatas resistiram sem abandonar sua fé, sem sucumbir a crises existenciais, sustentados pela esperança da vida eterna e pela Graça divina. Santo Antônio, o Grande, dizia: "Virá o tempo em que os homens enlouquecerão, e quando virem alguém que não enlouqueceu, atacarão aquele dizendo: 'Tu estás louco!', porque é diferente deles". Essa profecia se cumpre diante de nossos olhos. Em um mundo que idolatra o irracional, o pecado, a fuga da realidade e a distorção da natureza, quem permanece sã na fé parecerá louco. O homem foi criado à imagem de Deus. Ao rejeitar essa imagem e criar para si outras formas de existência, ele não se liberta, mas adoece. A solução para essa crise é o retorno ao Criador. Só em Deus o homem encontra cura, sentido e redenção. Enquanto a sociedade continuar encorajando a fuga da realidade, o adoecimento espiritual e mental apenas se aprofundará. A Igreja é o hospital da alma. Nela, o homem encontra o antídoto para a loucura moderna: arrependimento, ascese, vida sacramental e amor autêntico. A ortodoxia não apenas denuncia a mentira, mas oferece o caminho da verdade que liberta e cura. *A Cura para a Crise Existencial: Cristo, o Caminho da Deificação* Em meio a esta paisagem de alienação espiritual, autopercepções desordenadas e existências fragmentadas, a única cura real continua a ser Cristo. Ele é o único que compreende verdadeiramente o coração humano e que oferece não uma fuga da realidade, mas a sua plena transfiguração. O homem moderno foge de si mesmo, de sua cruz, de sua identidade espiritual, e ao fazê-lo, adoece. Mas Cristo, o Médico das almas, nos chama de volta à vida real: a vida em Deus. Como diz o Senhor: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” (Mateus 11:28-29) O caminho de Cristo é o caminho da deificação (theosis), da purificação interior, do crescimento na maturidade, na humildade e na sobriedade espiritual. Onde o mundo oferece máscaras e fantasias para encobrir o vazio, Cristo oferece a verdade, o autoconhecimento, a graça e a comunhão com o Pai. Ele não nos convida a criarmos identidades fictícias, mas a nos tornarmos aquilo que fomos criados para ser: templos vivos do Espírito Santo. São Justino Mártir advertia já no século II: “Aqueles que vivem segundo a verdade são cristãos, mesmo que sejam chamados loucos pelo mundo.” Portanto, a resposta à crise existencial do nosso tempo não está em novos rótulos ou fugas psicológicas, mas na conversão, na renúncia ao ego e na adesão radical ao amor e à verdade que emana de Cristo. Quando o homem se volta a Deus, ele reencontra a si mesmo. Só em Cristo o coração inquieto encontra descanso. Só n’Ele a vida se torna plena e luminosa, mesmo nas trevas da perseguição ou da dor. Que estejamos entre os "loucos" por Cristo, os sóbrios pela fé, e os curados pela verdade eterna. “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32) _Padre Cristovão Souza, Missão Ortodoxa de Santo André Apóstolo em Caruaru-PE._ Arcebispado da América latina do Santo Sínodo GOX de Avlona, sob S.E.R.Vladyka Panteleimon.

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6/3/2025, 10:31:43 PM

“Constantino fundou a Igreja?” — Uma resposta ortodoxa à calúnia moderna Hoje a Igreja Ortodoxa celebra com reverência a memória de São Constantino, o Grande, e sua mãe, Santa Helena, igual aos Apóstolos. Entretanto, justamente neste dia santo, os difamadores da fé — de fora e até dentro dos círculos heréticos do ecumenismo moderno — tentam manchar a memória daquele que foi, não fundador, mas servo da Igreja, não adulterador, mas defensor da Ortodoxia. Ensinam, por exemplo, que Constantino usou o cristianismo como ferramenta política para unificar o império, o que não faz nenhum sentido visto que os cristãos eram a minoria perseguida e torturada pelo império que era predominantemente pagão. Estimativas razoáveis sugerem que menos de 15% da população do Império era cristã, espalhada e sem poder político real. Do ponto de vista “estratégico”, seria mais lógico manter e fortalecer os cultos imperiais tradicionais, e não apoiar uma religião perseguida, considerada subversiva. O gesto de Constantino rompe com o consenso político da época e arrisca sua autoridade junto às elites pagãs, o que incluía o senado romano pagão e anticristão. *A IGREJA JÁ EXISTIA ANTES DE CONSTANTINO* A Igreja é fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo. Seu Corpo é a Igreja, guiada pelo Espírito Santo, desde o Pentecostes. A estrutura, sacramentos e doutrina da Igreja são claramente anteriores ao imperador Constantino. Testemunhos anteriores ao século IV: Santo Inácio de Antioquia (c. 110 d.C.): > "Onde está o bispo, ali esteja o povo, assim como onde está Jesus Cristo, ali está a Igreja católica." (Carta aos Esmirnenses, 8) Didaquê (c. 90-120 d.C.): > Fala do batismo, da confissão, da Eucaristia, do jejum, da Liturgia e da vida moral cristã. São Justino Mártir (c. 150 d.C.): > "Este alimento é chamado entre nós de Eucaristia... não como pão comum, mas como carne e sangue do Verbo encarnado de Deus." (Apologia I, 66-67) Santo Irineu de Lyon (c. 180 d.C.): > "A Tradição dos Apóstolos manifesta-se em toda parte no mundo; e pode ser vista em toda Igreja por aqueles que desejam ver a verdade." (Contra Heresias, III, 3, 1) São Clemente de Roma (c. 96 d.C.): > "Os Apóstolos instituíram bispos e diáconos e deram mandamento que, ao morrerem, outros homens aprovados ocupassem seus lugares." (Carta aos Coríntios, 44) Tudo isso mostra que a Igreja já estava plenamente formada nos séculos I, II e III, muito antes de Constantino. *CONSTANTINO FOI CONVERTIDO PELO SENHOR * São Constantino não inventou a Igreja. Pelo contrário, ele mesmo foi por ela conquistado. Conforme relata o historiador Eusébio de Cesareia, Constantino teve uma visão celestial da Cruz: > "Viu no céu, sobre o sol, um sinal da Cruz com as palavras: 'Com este sinal vencerás' (In hoc signo vinces)." (Vita Constantini, I, 28-32) Com isso, abandonou os ídolos e começou a honrar a Igreja. Foi catecúmeno por muitos anos e batizou-se antes de morrer, seguindo um costume entre alguns que, por temor reverente, retardavam o batismo. Ele não se apressa em receber o batismo, pois havia o costume entre alguns cristãos de retardar o batismo até o fim da vida, para recebê-lo como um último ato de purificação e penitência, não por desprezo, mas por profundo temor e reverência. Eusébio confirma: > “Ele recebeu o batismo na iminência da morte, considerando que jamais poderia purificar-se melhor do que após abandonar todo pecado da vida.” (Vita Constantini, IV, cap. 61) *No Concílio de Nicéia: o servo, não o mestre* No Primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia (325), o imperador não ensinou, não legislou doutrina, nem se comportou como um mestre. Pelo contrário: Convocou o Concílio apenas para que os Santos Padres declarassem publicamente a fé ortodoxa, e condenassem o herege Ário. Recusou-se a sentar no trono imperial, colocando o Santo Evangelho sobre ele, declarando que Cristo é o único Rei da Igreja. Beijou os estigmas dos confessores da fé, padres mutilados e torturados pelas perseguições imperiais anteriores. Em suas palavras, disse: > “Vós sois os servos do Deus verdadeiro. Vós que suportastes prisões e tormentos pela fé, vós sois mais dignos do que qualquer autoridade da terra.” (Eusébio, Vita Constantini, III, 10) Essa postura prova que ele via a si mesmo como um servo da Igreja, não seu senhor. *_Constantino: protetor e servo, não fundador_* São Constantino protegeu a Igreja, dando-lhe liberdade de culto pelo Édito de Milão (313), construiu basílicas como a do Santo Sepulcro e São Pedro, e ajudou no estabelecimento da liturgia pública, mas nunca adulterou a fé. Ele confiava nos bispos ortodoxos para manter a doutrina e via a si mesmo como um guardião externo, jamais como um “papa oriental”. É São João Crisóstomo quem nos recorda: > “Constantino, o Grande, usou a coroa como servo de Cristo, não como senhor de sua Igreja.” (Homilia sobre Constantino, atribuída) *O Ecumenismo e a mentira anticristã* Os que hoje acusam Constantino de “fundar” a Igreja são, em sua maioria, ecumenistas modernistas, liberais teológicos, ateus militantes, ou seitas heréticas. Todos têm em comum o desprezo pela única Igreja verdadeira. Atacam Constantino porque ele é símbolo de um cristianismo público, dogmático e hierárquico — tudo que eles odeiam. São os mesmos que negam a Presença Real de Cristo, os sacramentos, a hierarquia, a Tradição e os santos. Para eles, qualquer desculpa serve — até mesmo uma mentira histórica. Mas Nosso Senhor já alertara: > “Ai daquele por quem vier o escândalo.” (Mt 18,7) *O Santo Imperador da Cruz* A história verdadeira mostra que: *A Igreja existia antes de Constantino. *Constantino não fundou, mas converteu-se à Igreja. *Ele não adulterou a fé, mas ajudou a preservá-la, convocando os concílios e defendendo os fiéis. *Foi humilde servo, não arrogante imperador. *Recebeu o sinal da cruz como guia, e não o cálculo político. Por isso, a Santa Igreja Ortodoxa o venera como “igual aos Apóstolos”, e a ele se aplica a palavra de Davi: > “O Senhor ama as portas de Sião mais do que todas as habitações de Jacó. Gloriosas coisas se dizem de ti, ó cidade de Deus!” (Sl 86,2-3)

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6/2/2025, 8:38:19 AM

Nossas decisões definem o céu ou o inferno em nós. Cada escolha que fazemos é uma semente lançada no solo do nosso interior. Há decisões que trazem paz, luz e crescimento — pequenos céus construídos com coragem, verdade e amor. Outras, nascidas do medo, do orgulho ou da negligência, erguem muros e acendem tormentas — infernos pessoais que nos aprisionam. O céu e o inferno não estão apenas em algum lugar distante; habitam cada gesto, cada palavra, cada silêncio. Somos, dia após dia, arquitetos do nosso próprio destino espiritual. Escolher com consciência é acender luz onde havia sombra. ☦Batyushka Miguel Gomes

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5/30/2025, 11:17:42 AM

A misericórdia de Deus se renova a cada manhã. A cada novo amanhecer, somos lembrados de que não estamos de pé por nossa própria força, mas pela infinita misericórdia de Deus. Mesmo em meio às lutas, fraquezas e quedas, Sua compaixão se renova, constante como o nascer do sol. É essa graça que nos sustenta, que nos levanta, que nos dá fôlego para continuar. Não merecemos, mas ainda assim Ele nos alcança com amor. Por isso, vivamos cada dia com gratidão, certos de que, enquanto houver manhã, haverá também misericórdia. ☦Batyushka Miguel Gomes - GOX

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5/29/2025, 8:54:52 PM

*Significado da Festa da Ascensão do Senhor* “Tu és o mesmo, e teus anos jamais acabarão” (Sl 101:27) Hoje, celebramos com santa reverência e jubilosa esperança a Ascensão de nosso Senhor, Deus e Salvador Jesus Cristo, que em sua humanidade glorificada foi exaltado acima de todos os céus e sentado à direita do Pai. Esta não é apenas a memória de um acontecimento histórico. É a revelação de um mistério eterno, que nos envolve, transforma e eleva. Os Santos Padres da Igreja nos ensinam que, na Encarnação, o Verbo assumiu nossa natureza humana sem deixar de ser Deus. Na cruz, essa humanidade foi justificada e purificada pelo sofrimento voluntário. Na ressurreição, foi vivificada e liberta da corrupção. Mas é na Ascensão que essa natureza humana é finalmente glorificada — não com uma glória criada ou simbólica, mas com a mesma glória da Sua divindade. > “A carne que o Verbo assumiu não permaneceu na terra, mas foi elevada àquela glória da qual jamais a natureza divina se afastou.” — São Gregório Nazianzeno A natureza humana, em Cristo, não apenas foi curada ou restaurada, mas foi introduzida no seio da Trindade, glorificada em união hipostática com a Pessoa do Verbo. Isso é mais do que salvação: é divinização (theosis). Como ensina São João Damasceno, Cristo nunca deixou o seio do Pai. Mesmo em Sua Encarnação e Morte, a Sua divindade permaneceu plenamente unida ao Pai e ao Espírito Santo. Ele desceu dos céus, não por mudança de lugar, mas por condescendência, assumindo a nossa carne. Mas agora, pela Ascensão, o corpo ressuscitado de Cristo, a carne mesma que foi crucificada, está onde sempre esteve a Sua divindade: na glória eterna do Pai. > “O que antes era próprio apenas da divindade — a presença no trono do Pai — agora é verdadeiro também para a carne do Senhor.” — São Leão Magno, Sermão 74 A Ascensão não é uma partida, mas uma transformação da presença de Cristo. Ele se ausenta visivelmente para se tornar presente invisivelmente na vida da Igreja. E ao subir, prepara o envio do Espírito Santo, para que a glória que Ele tem junto ao Pai nos seja comunicada pela graça. > “Era necessário que nossa Cabeça subisse antes, para que os membros tivessem a esperança de segui-la.” — Santo Agostinho A Ascensão nos revela que: *A carne humana foi feita digna da glória divina, em Cristo. *Nosso destino é a glória, não apenas o perdão. *Cristo intercede como Deus e homem, oferecendo ao Pai não só Seu sangue, mas também a humanidade redimida. *A nossa cidadania já está no céu (Filipenses 3:20), porque nossa Cabeça já reina lá. Caros irmãos, a Ascensão não é separação, mas exaltação. A natureza humana, unida à divindade em Cristo, já se encontra glorificada. O que celebramos hoje é a promessa viva de que também nós, sendo membros do Seu Corpo, seremos elevados àquela mesma glória. Vivamos, pois, com reverência, esperança e temor santo, como quem já contempla o trono da glória. “Cristo subiu aos céus, levando nossa natureza com Ele. Glória à Tua santa Ascensão, ó Senhor!” Amém.

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