Genuínos Ortodoxos no Brasil
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March 1, 2025 at 01:45 PM
A Doutrina sobre a Impecabilidade Completa da Mãe de Deus: (Sobre a heresia da imaculada Conceição) 1. Não corresponde às Sagradas Escrituras, onde se diz repetidamente acerca da impecabilidade do “único Mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo” (1Tm 2:5), “e nele não há pecado”, “aquele que não cometeu pecado, não se achou engano em sua boca”, “tentado em tudo, à semelhança de Cristo, mas sem pecado”, “porque aquele que não conheceu o pecado, por nós pecou” (1Jo 3:5; 1Pe 2:22; Hb 4:15; 2Co 5:21); enquanto, sobre outras pessoas, declara-se: “Quem é puro de imundícia? Ninguém, ainda que viva somente um dia sobre a terra” (Jó 14:4–5). “Mas Deus demonstra o Seu amor para conosco, pois, sendo ainda pecadores, Cristo morreu por nós... Porque, embora sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho; quanto mais, estando reconciliados, seremos salvos em Sua vida” (Rm 5:8–10). 2. Essa doutrina contradiz também a Sagrada Tradição, contida em inúmeras obras patrísticas, que afirmam a elevada santidade da Virgem Maria desde o seu próprio nascimento e a sua purificação pelo Espírito Santo na concepção de Cristo – mas não em sua própria concepção por Ana. “Ninguém está limpo de imundície diante de Ti, nem sequer por um dia de sua vida, exceto Tu, o Senhor, sem pecado, nosso Jesus Cristo, que se manifestou na terra, ‘por meio de quem todos esperamos alcançar misericórdia e perdão dos pecados’”, diz Basílio, o Grande (Oração das Vésperas de Pentecostes). “Mas quando Cristo veio por meio de uma Mãe pura, virginal, célibe, temente a Deus, imaculada, sem casamento e sem pai, e, como tinha de nascer, purificou a natureza feminina, rejeitou a amarga Eva e desprezou as leis carnais”, acrescenta São Gregório, o Teólogo (Elogio da Virgindade). Contudo, mesmo então – como afirmam os Santos Basílio, o Grande, e João Crisóstomo – Ela não foi colocada na posição de não poder pecar, mas continuou zelando por sua salvação, vencendo todas as tentações. 3. A doutrina de que a Mãe de Deus foi purificada antes de nascer, para que dela pudesse nascer o Cristo Puro, não faz sentido, pois se o Cristo Puro só pôde nascer se a Virgem fosse purificada no ventre de seus pais, então, para que a Virgem nascesse pura, seria necessário que os Seus pais fossem puros do pecado original, e estes, por sua vez, teriam que ter nascido de pais purificados, e assim sucessivamente. Chegar-se-ia, então, à conclusão de que Cristo não poderia ter se encarnado se todos os Seus antepassados na carne – inclusive Adão – não tivessem sido previamente purificados do pecado original; mas, nesse caso, não haveria necessidade da encarnação de Cristo, pois Ele veio à terra para destruir o pecado. 4. A doutrina de que a Mãe de Deus foi preservada do pecado original, assim como o fato de que ela foi mantida livre dos pecados pessoais pela graça de Deus, apresenta Deus como implacável e injusto, pois se Deus pôde preservar Maria do pecado e purificá-la até mesmo antes do nascimento, por que não purifica outras pessoas antes do nascimento, deixando-as em pecado? Além disso, resulta que Deus salva as pessoas mesmo contra a vontade delas, mesmo antes de nascer, predestinando alguns à salvação. 5. Esse ensinamento, aparentemente destinado a exaltar a Mãe de Deus, na realidade nega por completo todas as suas virtudes. Afinal, se Maria, enquanto ainda estava no ventre de sua mãe – quando ainda não podia desejar nada de bom nem de mau – foi preservada de toda impureza pela graça de Deus, e depois, por essa mesma graça, foi mantida livre do pecado após o nascimento, então qual seria o seu mérito? Se Ela foi colocada numa posição em que era impossível pecar e, de fato, Ela não pecou, por que Deus a glorificaria? Se Ela permaneceu pura sem qualquer esforço e sem motivo para pecar, por que foi coroada acima de todas as demais? Não há vitória sem um inimigo. A justiça e a santidade da Virgem Maria revelaram-se no fato de que Ela, sendo “um ser humano que se compadece de nós”, amou tanto a Deus e entregou-se a Ele que, por sua pureza, elevou-se acima do restante da raça humana. Por essa razão – preconhecida e preeleita – Ela foi considerada digna de que, pelo Espírito Santo que sobre Ela desceu, fosse purificada e concebida por Ele como o próprio Salvador do mundo. A doutrina sobre a graciosa impecabilidade da Virgem Maria nega a Sua vitória sobre as tentações e o seu direito de ser coroada com glórias como vencedora, transformando-a num instrumento cego da Providência de Deus. Não se trata de uma exaltação e maior glória, mas sim de uma humilhação de Maria o que está representado por esse “dom” que o Papa Pio IX e todos os outros que acham poder glorificar a Mãe de Deus mediante a invenção de novas verdades oferecem. A Santíssima Maria já está tão glorificada por Deus, tão exaltada por sua vida na terra e sua glória no céu, que as invenções humanas nada podem acrescentar ao seu honrório e à sua glória. O que o próprio povo inventa apenas serve para ocultar o rosto de Deus aos seus olhos. “Irmãos, vede que ninguém vos engane por meio de filosofias e sutilezas vãs, segundo as tradições dos homens, conforme os rudimentos deste mundo, e não segundo Cristo” (Col 2:8), escreveu o apóstolo Paulo, movido pelo Espírito Santo. Essa é uma espécie de “vã adulação” que constitui o ensinamento sobre a imaculada concepção da Virgem Maria, segundo Ana – que, à primeira vista, a exalta, mas na realidade a humilha. Como toda mentira, é semente do “pai da mentira” (Jo 8:44), o diabo, que tem conseguido enganar muitos que não compreendem que estão blasfemando contra a Virgem Maria. Juntamente com esse ensinamento, devem ser rejeitados todos os demais que dele derivem ou que estejam relacionados a ele. O desejo de elevar a Santíssima Virgem à igualdade com Cristo, atribuindo ao seu sofrimento maternal na cruz um significado equivalente aos sofrimentos de Cristo – para que o Redentor e “Corredentor” sofressem igualmente, conforme o ensinamento dos papistas, ou “para que o ser humano da Mãe de Deus, no céu, juntamente com o Deus-homem Jesus, revele a imagem plena do homem” (Arcipreste S. Bulgákov, A Sarça Ardente, p. 141), segundo o ensinamento dos falsos sofistas (sendo Sophia a Sabedoria) – constitui, igualmente, uma vã adulação e a sedução da filosofia. Em Cristo Jesus “não há varão nem mulher” (Gl 3:28), e Cristo redimiu toda a humanidade; por isso, igualmente, em Sua Ressurreição “Adão se alegrou, e Eva se alegrou” (Kontakias dominicais do 1º e 3º tomos), e, com Sua Ascensão, o Senhor exaltou toda a natureza humana. Além disso, afirmar que a Mãe de Deus é “o complemento da Santíssima Trindade” ou “a quarta hipóstase” ou “que o Filho e a Mãe são a revelação do Pai por intermédio da Segunda e Terceira Hipóstases”, que a Virgem Maria é “uma criatura, mas já não uma criatura” – tudo isso resulta de um raciocínio falso, insatisfeito com o que a Igreja tem contido desde os tempos dos apóstolos e que tenta glorificar a Santíssima Virgem além do que Deus Lhe concedeu. As palavras dos santos tornam-se realidade. São Epifânio de Chipre afirma: “Alguns insanos, em suas opiniões acerca da Santa Sempre Virgem, têm tentado – e continuam tentando – colocá-la no lugar de Deus” (São Epifânio de Chipre, Contra os Antidicomarionitas, heresia 78). Mas, nessa loucura, o que se atribui à Virgem, em vez de exaltá-la, acaba por ser blasfêmia, e a Imaculada repudia a mentira, sendo Mãe da Verdade (Jo 14:6).
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