Reflexões e Inspirações
Reflexões e Inspirações
February 14, 2025 at 10:18 PM
Sem Definição O ser mais perigoso do mundo não são serpentes venenosas, não são os grandes felinos, não são os insetos que carregam doenças invisíveis nem os oceanos profundos que escondem mistérios insondáveis. Não são armas, não são bombas, não são os desastres naturais. Nada é tão destrutivo quanto o próprio ser humano. Somos a única espécie que mata por prazer, que rouba não pela necessidade, mas pela conveniência, que destrói não por sobrevivência, mas por ganância, por egoísmo, por sede de poder. Olhe para a sociedade ao seu redor. Olhe para o que nos tornamos. Presidentes desviam bilhões enquanto pessoas passam fome. O trabalhador acorda de madrugada, pega transporte lotado, encara chefes abusivos, retorna para casa exausto e, no fim do mês, percebe que o dinheiro mal dá para comprar comida. Enquanto isso, aqueles que deveriam zelar pelo bem-estar da população vivem no luxo, acumulam riquezas, fazem festas regadas a vinhos importados, e dormem tranquilos sabendo que nunca precisarão escolher entre pagar uma conta de luz ou colocar comida na mesa. A desigualdade é um monstro crescente, uma aberração que devora os sonhos dos que nasceram sem privilégios. E então, há aqueles que escolhem roubar. Não por desespero, não porque a vida os obrigou, mas porque é mais fácil. Por que estudar, por que trabalhar anos a fio, por que se sacrificar, se um roubo bem-feito pode render mais do que meses de esforço? A lei pune, mas a punição é branda. Dois ou três anos de prisão valem mais a pena do que seis anos de estudo, do que décadas de trabalho árduo. O crime se tornou um atalho, e a justiça parece frágil, quase cúmplice. E não para por aí. Pessoas matam por um celular. Tiram vidas sem pensar duas vezes, sem remorso. Um clique, um disparo, um corte, um golpe, e tudo se desfaz. Quando percebem que o celular não é o mais novo, jogam fora, deixando o sangue da vítima secar no asfalto, como se fosse só mais um dia comum. E a sociedade segue, indiferente, banalizando a violência, tornando-a parte do cotidiano. As ruas refletem o caos. As leis de trânsito são ignoradas porque cada um tem pressa, cada um acha que seu tempo vale mais do que o dos outros. A preferência é um detalhe insignificante, o respeito é coisa do passado. A buzina se torna um grito desesperado tentando impor ordem em meio à selvageria. Acidentes acontecem todos os dias, vidas são ceifadas porque alguém decidiu que chegar cinco minutos mais cedo era mais importante do que respeitar um sinal vermelho. Os animais, fiéis e inocentes, também sofrem. São abandonados, deixados para morrer na rua, são maltratados, espancados, envenenados por aqueles que se dizem humanos. E quando convém, são usados como ferramentas, amarrados a correntes, servindo de sentinelas sem receber nada além de migalhas e desprezo. São esquecidos no frio, ignorados no calor. Os mesmos que os tratam como objetos se orgulham de dizer que amam os animais. A hipocrisia se espalha para todos os lados. Policiais morrem todos os dias. Quando um bandido mata um policial, o luto dura pouco. Quando um policial mata um bandido, surgem protestos, indignação. A moralidade seletiva é um veneno que corrói a sociedade. O certo e o errado não importam mais, apenas a narrativa que cada um escolhe acreditar. E os relacionamentos? O amor virou motivo de piada. Ter um parceiro só é sinônimo de fraqueza. A traição se tornou banal, quase um requisito social. Quem ama demais é visto como tolo, quem se entrega por completo é visto como ingênuo. Bordéis oferecem descontos para casados, e ninguém se espanta. O compromisso se dissolve em meio às tentações, e as promessas são feitas apenas para serem quebradas. Os preços sobem, os salários não acompanham. Mas de quem é a culpa? Dos empresários que aumentam os valores ou do governo que cria impostos impossíveis de pagar? Quanto mais um empresário gasta para manter seu negócio de pé, mais ele precisa cobrar. No final, quem sofre é sempre o consumidor. O trabalhador que já mal consegue sobreviver. E a informação? Antes, confiávamos nos jornais, nas notícias. Agora, as fake news são um câncer. Não sabemos mais o que é verdade, o que é manipulação. Até os grandes veículos de comunicação mentem descaradamente. Qualquer um pode espalhar uma mentira e fazê-la parecer uma verdade absoluta. Não há mais quem mereça confiança. Vivemos em uma era de caos. O certo e o errado perderam suas definições. O justo e o injusto se confundem. E a pergunta que fica é: existe conserto? Existe esperança? Ou estamos fadados a assistir ao colapso da sociedade enquanto fingimos que tudo está bem? O mundo segue girando, indiferente aos nossos problemas, enquanto nos afundamos cada vez mais em nossa própria decadência.

Comments