Autor Ismael Faria
Autor Ismael Faria
January 30, 2025 at 02:36 PM
Chovia naquela noite, claro. Sempre chove em noites como essa. As gotas batiam na janela do meu escritório como dedos impacientes, e a fumaça do meu cigarro dançava no ar pesado. Eu era Tommy Greeson, detetive particular. Não o melhor, mas bom o bastante para resolver os problemas que ninguém mais queria. Foi quando ela entrou. Cabelos escuros como a noite que eu não via fazia anos, olhos que guardavam segredos suficientes para afundar um navio. O tipo de mulher que você sabe que vai trazer problemas antes mesmo de abrir a boca. Ela parou na porta por um momento, como se estivesse decidindo se deveria atravessar aquela linha imaginária que separa a esperança do desespero. Quando finalmente entrou, seu andar era firme, mas eu podia notar o peso invisível que ela carregava nos ombros. — Você é o Greeson? — a voz era baixa, mas firme. O tipo de tom que carrega mais perguntas do que respostas. — Depende. Quem está perguntando? — respondi, inclinando o chapéu para trás e apagando o cigarro no cinzeiro cheio. Sempre bom manter as cartas perto do peito. — Natasha. Natasha Bellamy. — Ela puxou uma cadeira sem pedir permissão e sentou-se de frente para mim. — Eu preciso da sua ajuda para encontrar minha irmã. Era um pedido direto, mas não existia nada de simples naquele olhar. Irmãs desaparecidas geralmente vinham acompanhadas de histórias complicadas. Eu peguei meu bloco de notas e comecei com as perguntas de praxe. — Nome dela? Quantos anos? E, mais importante, por que você acha que ela desapareceu? Natasha hesitou, como se cada palavra tivesse o peso de uma confissão. — O nome dela é Sophia. Tem 22 anos. Ela desapareceu há duas semanas, mas eu só soube disso ontem. — Duas semanas é muito tempo para não saber — eu disse, tamborilando os dedos na mesa. — Você e sua irmã não são próximas? — Nós éramos. Mas algumas coisas mudaram. — Natasha desviou o olhar, encarando a janela. A chuva refletia em seus olhos como se guardasse as respostas que ela não queria dar. Eu sabia que tinha algo mais por trás daquilo, mas empurrar logo de cara não era o meu estilo. — Onde ela foi vista pela última vez? Alguma ideia de com quem ela estava? — perguntei. Natasha respirou fundo antes de responder. — No clube Manhattan. Ela costumava trabalhar lá como cantora. Mas disseram que ela saiu com um homem... Alguém que ninguém consegue descrever direito. O clube Manhattan. Claro que seria o Manhattan. Lugar cheio de rostos bonitos e intenções sujas. Se Sophia estava metida com gente de lá, então essa história estava longe de ter um final feliz. — Vou precisar de mais detalhes, Bellamy. Fotografias, cartas, qualquer coisa que me diga quem era a sua irmã e por que alguém poderia querer que ela desaparecesse. Natasha assentiu lentamente e tirou um envelope da bolsa. Quando o colocou sobre a mesa, parecia mais pesado do que devia. Abri e encontrei uma foto de Sophia. Cabelos longos e um sorriso que não combinava com os lugares que frequentava. Também havia uma carta com garranchos de desespero. — Isso é tudo o que tenho — ela disse. — Espero que seja o suficiente. — Não se preocupe. Se Sophia está por aí, vou encontrá-la. — Eu me levantei, pegando meu chapéu e o sobretudo. — Mas devo avisar, Bellamy: eu não sou conhecido por finais felizes. Ela não respondeu. Apenas me olhou com aqueles olhos que pareciam guardar o peso do mundo. E, por um segundo, eu soube que estava prestes a me envolver em algo muito maior do que um simples desaparecimento. Quando saiu, ainda me deu um olhar cheio de mistérios e provocação, como se soubesse que eu estava entrando em algo muito maior do que imaginava. E, no fundo, ela provavelmente estava certa. O bar do clube Manhattan era uma obra-prima de decadência. Lustres brilhantes iluminavam o salão cheio de fumaça, e a banda no canto tocava jazz com a confiança de quem sabia que aquele som era a única coisa pura naquele lugar. Eu me sentei no balcão e pedi um Bourbon, observando a movimentação. Catherine, a cantora da noite, subiu ao palco. Sua voz era doce e melancólica, como um whisky envelhecido que você não quer dividir com ninguém. Enquanto ela cantava, eu vasculhava o ambiente, procurando qualquer pista. Foi então que a porta lateral se abriu, e meu coração deu um salto. Sophia entrou. Mesmo de longe, eu a reconheci pela foto. Mas ela não estava sozinha. Ao seu lado, uma mulher de cabelos louros platinados e um vestido vermelho que brilhava como fogo sob as luzes do salão. Elas atravessaram o local como se ninguém pudesse impedi-las, sentando-se em uma mesa reservada. Observei enquanto elas conversavam, a tensão entre as duas quase tátil. Então aconteceu algo que me pegou completamente de surpresa. A mulher misteriosa segurou o rosto de Sophia com delicadeza, e as duas se beijaram. Não era um beijo qualquer. Era tórrido, sem um pingo de pudor ou medo do ambiente ao redor. Por um momento, o mundo ao meu redor desapareceu, e tudo o que restou foi aquela cena que dizia muito mais do que qualquer palavra poderia. Enquanto absorvia o que acabara de ver, meu informante, Peter, chegou. Ele se aproximou de mansinho, como sempre fazia, e ocupou o assento ao meu lado no bar. — Greeson — ele murmurou, pegando um copo de gim que parecia ter surgido do nada. — Estive perguntando por aí, mas ninguém sabe de nada sobre Sophia ou o homem que disseram que saiu com ela. — Nada? Nem uma pista? — perguntei, sem tirar os olhos de Sophia e sua acompanhante. — Nada que valha a pena, pelo menos por enquanto. Esse clube é cheio de segredos, mas as pessoas aqui só falam se você souber puxar as cordas certas. Eu suspirei, bebendo mais um gole do Bourbon. — Continue tentando, Peter. Alguma coisa não cheira bem nessa história, e eu preciso de respostas. E rápido. Peter assentiu e desapareceu na multidão, como um fantasma. Enquanto isso, eu continuava observando Sophia, tentando juntar as peças daquele quebra-cabeça que parecia mudar de forma a cada instante. Foi quando Natasha apareceu. Ela atravessou o salão com a mesma postura firme de antes e, sem cerimônia, sentou-se ao meu lado no balcão. Seus olhos passaram por mim, depois por Sophia e sua acompanhante, antes de voltarem a me encarar com uma expressão que misturava curiosidade e desafio. — O que você está fazendo aqui, Sr. Greeson? Não me diga que esse é o tipo de lugar que você frequenta por diversão. Eu dei um gole no Bourbon antes de responder, mantendo o tom leve. — Trabalho, Srta. Bellamy. Esse tipo de lugar tem a estranha capacidade de atrair respostas... mesmo que você não goste delas. Ela cruzou os braços e inclinou-se ligeiramente para mim, falando baixo o suficiente para que apenas eu pudesse ouvir. — Então você encontrou algo? Ou é apenas um detetive que gosta de ouvir jazz? — Talvez um pouco dos dois. — Eu dei de ombros, mantendo o tom casual, mas sem desviar o olhar do que estava à minha frente. Eu respirei fundo, observando a fumaça se dissipar lentamente, antes de lançar um olhar cauteloso para Natasha, ainda mantendo o tom de conversa casual. — Dependendo de quem você pergunta, Bellamy, ambos podem ser verdade. Mas, se você está perguntando sobre Sophia... — dei um pequeno sorriso, mas algo na minha expressão traiu minha curiosidade — ainda não encontrei tudo o que quero saber. Mas não é fácil. Ela é boa em esconder o que realmente pensa. Natasha relaxou ligeiramente, mas seus olhos, sempre atentos, não deixavam de me avaliar. — Sophia é um fantasma, Sr. Greeson. Aparece quando quer, desaparece sem deixar rastros. Se está atrás dela, você vai se afogar na sua própria busca. Só espero que não seja uma distração para você, porque aqui, todo mundo tem segredos — ela disse, suavemente, como se fosse um aviso. Eu dei mais um gole no Bourbon, sem desviar o olhar. — Distração ou não, Srta. Bellamy, ela está no centro de algo maior do que imagina. E eu não sou do tipo que desiste facilmente. Eu dei um sorriso discreto, deixando o copo de Bourbon repousar sobre a mesa com um leve estalo. Natasha me observava, a dúvida nos olhos, esperando uma explicação. — Não estou atrás dela, Srta. Bellamy — eu disse, com a voz mais tranquila agora. — Mas, admito, o que me intriga é o beijo entre vocês duas. Parece... fora de lugar, sabe? Algo que não deveria ter acontecido, mas aconteceu. E agora, ninguém quer falar sobre isso. Ela arqueou uma sobrancelha, visivelmente surpresa pela minha ousadia. — Você está se metendo em algo que não entende, Sr. Greeson. O que aconteceu entre a gente não diz respeito a ninguém — ela respondeu, a voz baixa, mas com uma dureza perceptível. Eu a encarei por um momento, sem pressa de responder, como se as palavras ainda estivessem se formando na minha mente. — Talvez não, Bellamy. Mas a verdade, mesmo a mais escondida, sempre encontra um jeito de sair. E o que aconteceu entre vocês duas... isso vai voltar de algum jeito. Só me pergunto quando e como. Natasha pegou um pedaço de papel em sua bolsa e o deslizou para a minha direção com um gesto sutil. Olhei para o pedaço de papel, sentindo que o jogo estava prestes a mudar. Ela olhou ao redor, como se estivesse garantindo que ninguém prestasse atenção, e então, em um tom baixo, falou: — Encontre-me aqui. Às 22hs. Não se atrase. Você vai entender tudo, Greeson. Inclusive quem está realmente por trás disso — ela disse, apontando para o endereço anotado com uma caligrafia firme. A tensão no ar aumentou, e eu pude ver um reflexo de raiva e dor nos olhos dela, algo que não podia mais esconder. O mistério estava prestes a ser desvendado, e, com ele, um elo muito mais profundo do que eu imaginava. Eu olhei para o endereço, depois para ela, sem fazer qualquer movimento de imediato. A fumaça do cigarro subiu entre nós, como se o próprio ar estivesse carregado de segredos. — Sophia... — eu murmurei, finalmente compreendendo algo que estava fora de alcance até aquele momento. — Ela está envolvida no desaparecimento de sua irmã? Natasha não respondeu de imediato. Ela apenas fez uma leve inclinação de cabeça, como se já soubesse que esse seria o próximo passo na conversa. Seus olhos, agora mais intensos, me encararam com uma dureza implacável. — Sophia... é irmã do homem que eu desconfio estar por trás do desaparecimento de Natalia. Ela sabe mais do que diz, Sr. Greeson. E você vai entender isso quando se deparar com tudo o que está por trás dessa história. Ela se levantou, a expressão em seu rosto uma mistura de cansaço e determinação, e com um último olhar sobre o bar, ela se afastou, deixando o silêncio como única companhia para minhas próximas horas. Fiquei ali, sentado, observando Natasha desaparecer pela porta com passos firmes. A tensão no ar parecia densa, como se o próprio bar estivesse retendo a respiração, aguardando o que viria a seguir. O relógio marcava 20:30. Havia tempo, ainda, para o que seria uma noite decisiva. Mas uma sensação estranha se formava em meu peito. Sophia. A irmã do homem que Natasha acreditava estar por trás do desaparecimento de sua irmã. Era como se o enigma estivesse se entrelaçando, como se uma trama maior estivesse sendo montada diante de meus olhos. Mas havia algo mais, algo que eu ainda não compreendia totalmente. Eu me recostei na cadeira e peguei meu cigarro, tragando lentamente enquanto o som suave do jazz preenchia o espaço. A espera era insuportável, mas o que ela disse me ecoava na mente: "Você vai entender tudo." Eu precisava de mais. Precisava juntar as peças de uma história que, até agora, parecia um labirinto sem saída. Ao longe, em meio à névoa da cidade, algo me dizia que o desenrolar daquela noite ia me levar a um lugar onde nem eu mesmo gostaria de estar. Mas não havia volta. Eu sabia que, ao encontrar Natasha e Sophia naquela hora marcada, a verdade viria à tona — com toda a sua dor e revelações. O relógio continuou a sua marcha silenciosa. A cidade parecia ainda mais sombria quando me afastei do bar e segui em direção ao loft. O Empire State se erguia imponente à distância, como uma sombra vigiando o que acontecia nas ruas abaixo. Ao chegar no endereço, o porteiro me reconheceu sem precisar perguntar. Ele apenas fez um gesto sutil, liberando minha entrada. O prédio tinha um ar de mistério, com corredores que pareciam ter histórias guardadas entre suas paredes. Subi até o andar indicado e bati na porta do loft. Ela se abriu rapidamente, e Natasha me fez sinal para entrar. A iluminação suave, quase íntima, dava um tom de seriedade ao ambiente. O silêncio ali parecia carregar mais segredos do que qualquer palavra dita até então. Sem perder tempo, ela se dirigiu para a sala de estar, onde uma mesa estava disposta com alguns papéis e fotos espalhadas. O cheiro do ambiente estava impregnado com a tensão que se formava entre nós. Ela me indicou uma cadeira e se sentou na outra, os olhos fixos em mim. — Como eu te disse, a história de Sophia e o que está acontecendo vai se revelar em pedaços. Mas agora, você precisa entender o que aconteceu com minha irmã, Natalia. — Ela puxou uma foto da gaveta e a colocou sobre a mesa, mostrando a imagem de uma mulher sorridente. "Minha irmã", disse Natasha com os olhos vacilando por um instante, como se lembrasse o quanto já perdera. Eu me inclinei para ver a foto, mas a sequência de acontecimentos ainda estava nebulosa. Natasha, sem pressa, continuou a história. — Quando minha irmã desapareceu, uma testemunha afirmou que a viu sendo levada por um carro preto. Ela estava acompanhada por um homem. Um homem vestido totalmente de preto, como se fosse parte de algum tipo de... conspiração. O mais estranho, no entanto, foi o detalhe da flor na lapela dele. Uma flor vermelha, bem distinta. A mesma flor que Sophia estava usando quando a vi pela última vez. A sala parecia congelar por um momento. Cada palavra de Natasha pesava mais do que qualquer outra coisa que já tinha ouvido. — Você acha que Sophia está envolvida no desaparecimento de sua irmã? — perguntei, tentando dar forma ao que estava começando a entender. Natasha se inclinou para frente, seu olhar agora mais firme e determinado. — Não tenho dúvidas, Greeson. E eu sei que o homem com a flor na lapela está muito mais próximo do que qualquer um imagina. Eu só não sei se Sophia está trabalhando com ele ou se é a próxima vítima, mas ela está no centro disso. E você precisa descobrir tudo antes que seja tarde demais. Natasha fez uma pausa, o olhar distante enquanto lembrava dos eventos que ainda a assombravam. A luz suave da sala parecia acentuar o peso das palavras que ela estava prestes a dizer. — A testemunha... desapareceu logo depois de nos contar tudo isso. Ela estava disposta a ajudar, até parecia ter medo do que sabia. Mas, antes que pudéssemos fazer qualquer coisa, ela sumiu. Sem deixar vestígios, sem um rastro de onde foi. Deixou para trás apenas mais perguntas, e um medo que não conseguíamos ignorar. Eu a observei, a tensão se acumulando entre nós, como se o ambiente tivesse se tornado mais denso. O que ela dizia não fazia sentido, e ao mesmo tempo, se encaixava em um quebra-cabeça que, até aquele momento, eu não conseguia ver por completo. — Então, além de Sophia, tem mais alguém por trás disso? Quem mais pode estar envolvido? — perguntei, tentando clarear o nevoeiro que começava a se formar em minha mente. Natasha suspirou e se recostou na cadeira, seus dedos tocando levemente a borda da mesa, como se procurasse força nas palavras que seguiram. — Eu não tenho todas as respostas, Greeson. Mas sei que o homem da flor na lapela não é alguém qualquer. Ele tem uma ligação com a alta sociedade, e há algo mais que ele está tentando esconder. Natalia... ela descobriu algo, isso é certo. Algo que estava sendo encoberto por cima de todo o resto. E agora, eu sinto que estamos todos sendo puxados para o centro dessa teia, sem saber como ou por quê. Eu observei sua expressão, percebendo a dor oculta, a frustração de quem ainda buscava uma explicação para o que parecia um labirinto sem saída. A mulher sentada à minha frente não estava apenas atrás de respostas para sua irmã. Ela estava à beira de um abismo, onde a verdade poderia ser mais perigosa do que ela imaginava. A testemunha desaparecida era mais uma peça de um jogo que ia além de qualquer detetive comum. E o homem de preto com a flor... Ele parecia estar no coração desse mistério, talvez mais envolvido do que qualquer um poderia imaginar. A atmosfera ficou mais densa, o peso da história e o sofrimento de Natasha agora se manifestando em lágrimas silenciosas. Quando ela pegou o lenço, seus dedos trêmulos tocando o tecido, parecia que toda a dor de meses, talvez anos, estava vindo à tona. Ela não tentou se esconder. E, naquele momento, algo dentro de mim me disse que o que estava acontecendo não tinha volta. Eu a observei com calma, mas meu coração batia forte, um misto de compaixão e algo mais — uma atração que eu não podia negar. Ela me agradeceu, o olhar ainda fixo em mim, como se estivesse buscando alguma forma de consolo que nem ela mesma sabia se era possível encontrar. O silêncio entre nós parecia profundo, como se o tempo tivesse desacelerado, fazendo com que cada segundo durasse uma eternidade. Então, com um movimento suave e hesitante, Natasha se aproximou mais. Seus olhos, agora úmidos de lágrimas, estavam tão próximos dos meus que pude sentir a intensidade do momento. Ela tocou meu rosto, o calor de sua mão contrastando com a frieza do ambiente ao redor. Eu sabia o que estava acontecendo. Podia sentir isso no ar, no modo como o espaço entre nós desapareceu. Ela me olhou com uma expressão de vulnerabilidade, mas também de desejo. Algo em seus olhos dizia que ela precisava de algo mais do que apenas respostas. E, naquele instante, eu soube que o que quer que fosse que ela desejasse, eu não tinha forças para recusar. Não agora. Ela se inclinou um pouco mais, e a tensão entre nós explodiu, sem palavras. Não havia mais espaço para dúvidas ou medos. Apenas o magnetismo daquele momento, onde o passado, o mistério e a atração se misturavam como se tudo já estivesse predestinado a acontecer. Eu já sentia o peso das consequências, mas, naquele instante, eu não queria pensar nelas. A urgência do que acontecia ali era tudo o que eu podia perceber. O momento se estendeu entre nós como uma linha tênue, e o mundo ao nosso redor parecia desaparecer, obscurecido pela intensidade do que estava acontecendo. Natasha se aproximou mais, seus olhos fixos nos meus, com uma confiança que me tomava de assalto. O toque suave de seus lábios nos meus foi como uma promessa, uma resposta não dita a algo que ambos sentíamos, mas que não precisava de palavras. Foi um beijo carregado de urgência, mas também de uma doçura inesperada, como se cada um de nós buscasse algo no outro que não poderia ser encontrado em nenhum outro lugar. O calor de sua pele, a suavidade de seu toque, tornavam o momento ainda mais envolvente. Não havia mais espaço para dúvidas, apenas a sensação de estarmos conectados em algo profundo e incontrolável. Eu sabia, com uma clareza que beirava o instinto, que aquele gesto não era apenas sobre desejo, mas sobre algo mais complicado — uma busca compartilhada por respostas, por consolo, por algo que não podia ser facilmente explicado. No entanto, naquele beijo, todas as palavras pareciam desnecessárias. Quando nos afastamos lentamente, o ar parecia pesado entre nós, a tensão ainda palpável. O olhar dela, agora mais intenso, refletia um misto de emoção e vulnerabilidade, e por um instante, eu soube que não havia mais volta. O que quer que acontecesse a partir dali, já estava escrito no destino de ambos. O silêncio foi interrompido apenas pelo som de nossas respirações, ainda ofegantes, enquanto ambos tentávamos processar a tempestade de sentimentos que havia tomado conta de nós. Natasha se vira, de costas para mim, convidando-me a abrir o zíper do vestido. Quando cai de pé, ela se vira, suas curvas implorando pelo meu toque. Eu me aproximo, minhas mãos se estendendo para acariciar sua pele macia. — Você é tão linda, Natasha! — Eu sussurro e me inclino, nossos lábios se encontrando em um beijo apaixonado. Minha boca encontra seu pescoço, e eu a seguro firmemente em meu abraço. Ela sussurra no meu ouvido, pedindo-me para soltar o sutiã. Eu obedeço, meus dedos trabalhando suavemente o fecho aberto. À medida que as alças caem, paro um momento para apreciar a visão diante de mim. Ela me conduz para o quarto ao pegar minha mão. Quando chegamos próximos da cama, ela mesma tira a parte de baixo de sua lingerie, que ainda estava ali. Ela me ordena que eu a possua entre as pernas. Me ajoelho e ela abre as pernas para, colocando uma delas em minha cintura, me puxando para ela. Minha boca logo estava ali, sugando aquela intimidade de uma maneira maravilhosa. Enquanto minha boca explora Natasha, meus dedos encontram seu caminho entre suas dobras, provocando-a suavemente. Eu posso senti-la respondendo, seus quadris se movendo contra minha mão. Ela solta um gemido suave, encorajando-me a ir mais fundo. Eu obedeço, deslizando um dedo dentro dela enquanto minha língua continua a fazer sua mágica. Sua respiração trava, e ela agarra meu cabelo, me puxando para mais perto. É claro que ela está aproveitando cada momento. Enquanto eu a senti chegar ao seu ápice, Natasha me arranhou as costas. Com um grito forte, Natasha contorceu seu corpo, como se perdesse o controle... Como se ficasse fora do eixo. Natasha me puxa para mais perto, suas mãos ansiosamente tirando minhas roupas até que eu esteja completamente nua. Ela me olha de cima a baixo, seus olhos cheios de desejo. Seus lábios encontram meu peito, beijando seu caminho lentamente, provocando. Quando ela chega ao meu estômago, sua mão envolve meu membro, acariciando-o suavemente. — Você é tão duro. - Ela sussurra, enquanto sinto sua respiração quente contra a minha pele. — Mal posso esperar para ter você dentro de mim. Eu sinto o calor de Natasha me envolver quando eu entro nela. Ela envolve a outra perna em volta de mim, me puxando para mais perto. Eu começo a me mover, lentamente no início, deixando-a se ajustar ao meu tamanho. Suas mãos agarram minhas costas, suas unhas cavando na minha pele. Natasha me abraça. suas coxas me envolvendo enquanto ela me guia dentro dela. Eu posso sentir seu calor e umidade me envolvendo, e é incrivelmente satisfatório. Seus quadris começam a se mover no ritmo dos meus, e eu posso sentir seu desejo crescendo. Ela olha para mim, seus olhos cheios de paixão. Eu posso sentir o corpo de Natasha respondendo ao meu, seus quadris se movendo em sincronia com cada impulso. Suas unhas cavam nas minhas costas, e ela solta um gemido suave, me incitando. — Eu quero sentir você perder o controle. — Disse Natasha, com uma voz baixa provocante, ao pé do ouvido. Eu posso sentir o aperto de Natasha apertar ao meu redor enquanto nossos corpos se movem juntos. Sua respiração está quente no meu pescoço, e seus gemidos estão ficando mais altos. Eu sei que ela gosta quando eu assumo o controle, então eu começo a me mover mais rápido, meus quadris dirigindo para os dela. Suas unhas cavam nas minhas costas e ela sussurra no meu ouvido: — Não pare, Tommy. Estou perto. Enquanto eu a senti chegar ao seu ápice, Natasha me arranhou as costas. Com um grito forte, Natasha contorceu seu corpo, como se perdesse o controle... Como se ficasse fora do eixo. Autor Ismael Faria DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS LEI Nº 9.610 DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998

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