
Autor Ismael Faria
January 30, 2025 at 02:40 PM
O amanhecer chegou silenciosamente, como uma neblina suave que envolvia tudo à nossa volta, mascarando o peso das decisões da noite anterior. A luz fraca da manhã se filtrava pelas janelas do loft, tocando suavemente os objetos e os corpos ainda marcados pela noite. O cheiro de vinho e fumaça de cigarro ainda estava no ar, mas havia uma quietude agora, como se o mundo estivesse em espera.
Levantei-me da cama, sentindo o peso de cada movimento, ainda imerso na intensidade do que havia acontecido. O corpo dela estava ao meu lado, seu sono leve, como ela sempre dizia. Natasha se mexeu levemente na cama, o som suave de sua respiração interrompido por um pequeno suspiro. Ela estava acordando, os olhos se abrindo lentamente, ainda tentando se ajustar à realidade, como se a noite tivesse sido um sonho nebuloso, mas inesquecível.
— Você está indo? — ela perguntou em voz baixa, sua expressão ainda enevoada pelo sono, mas os olhos procurando por algo mais. Ela se virou ligeiramente, observando-me enquanto eu me vestia, como se procurasse entender o que aconteceria a seguir.
Eu hesitei por um momento, colocando a camisa e sentindo o peso das minhas próprias escolhas. O que havia começado como uma busca por respostas agora estava envolto em algo mais complexo. Natasha sabia disso, e mesmo em sua fragilidade momentânea, ela parecia estar mais consciente do que qualquer um poderia perceber.
— Não sei onde isso vai nos levar, Natasha. Mas não posso ignorar o que aconteceu ontem — eu disse, colocando a gravata com calma. Minha voz era baixa, mas determinada.
Ela sentou-se na cama, os olhos fixos em mim, um silêncio pesado entre nós enquanto ela absorvia as palavras. Seu olhar era uma mistura de algo mais profundo, de um entendimento silencioso que eu não podia ignorar. O que aconteceria agora? Como as coisas mudariam após aquela noite? As perguntas estavam todas ali, mas o que importava, naquele momento, era a verdade de nossos próprios sentimentos e intenções.
Ela se levantou da cama, sem pressa, e deu um passo em minha direção. O toque suave de suas mãos em meu peito foi a última coisa que eu senti antes de ela murmurar:
— A verdade, Greeson... ela ainda está longe. Mas, talvez, nós possamos caminhar para ela juntos.
E, nesse instante, eu soube que estávamos em um jogo maior do que ambos imaginávamos.
O som da porta de meu escritório se fechando atrás de mim parecia mais pesado do que o usual, como se o peso dos acontecimentos estivesse finalmente começando a se fazer sentir. Moira, com a calma habitual, me entregou uma mensagem dobrada, a letra de Peter visível na parte externa do papel.
— Ele quer vê-lo — ela disse, a voz sem emoção, mas seus olhos traíam uma curiosidade, como se já soubesse que algo estava para acontecer.
Desdobrei o papel rapidamente e li a mensagem. Peter queria que eu o encontrasse em um local específico na cidade, fora da vista do público. Um local isolado, não muito distante, o que me fez franzi a testa. Quando algo parecia simples demais, geralmente não era. Peguei o casaco, sem dizer nada, e saí apressado.
Cheguei ao local indicado, um beco mal iluminado, com os edifícios ao redor tão altos que pareciam engolir a luz do dia. O cheiro de sujeira e um leve odor metálico estavam no ar, e à medida que me aproximei, uma sensação de desconforto se apoderou de mim. Algo estava errado, mais do que o usual.
Peter estava lá, de pé, com seu rosto sério e tenso. Ele não disse nada até que eu estivesse ao seu lado, e logo me deu um olhar que dizia tudo.
— Você vai precisar ver isso — ele disse, a voz grave, antes de me conduzir até o centro da cena.
Quando entrei no local, o cenário era claro. Uma vítima caída no chão, o rosto pálido, o corpo contorcido de uma maneira que só poderia ser causado por violência. O sangue ainda estava fresco ao redor dela. Eu me abaixei para inspecionar, e então, ao ver o rosto da vítima, um arrepio percorreu minha espinha. Era ela. A testemunha de quem Natasha havia falado. A mulher que soubera de tudo sobre o desaparecimento de sua irmã, mas que, logo após, havia desaparecido sem deixar rastros.
A descrição de Natasha estava se confirmando, e com isso, as perguntas surgiram com mais força. O homem de preto com a flor na lapela, o desaparecimento da testemunha... agora, a cena diante de mim parecia um quebra-cabeça em que as peças estavam se encaixando, mas não de forma tranquila. Cada pedaço de informação que Natasha havia me dado agora estava tomando um rumo inesperado e perigoso.
Peter, observando meu rosto, disse em voz baixa:
— O que você vai fazer agora, Greeson? Parece que as peças estão se movendo mais rápido do que você consegue acompanhar.
Assim que entrei mais profundamente na cena do crime, a presença de um policial em particular não passou despercebida. O chefe de polícia, Harris, estava ali, com sua postura rígida e arrogante. Ele não parecia muito feliz ao me ver ali. Na verdade, a expressão em seu rosto era de pura irritação. Harris sempre teve um problema com o fato de eu ser mais eficaz do que ele quando se tratava de desvendar mistérios. Ele sabia que, por mais que fosse o chefe da delegacia, eu, como detetive particular, tinha uma habilidade em ligar os pontos que ele nunca conseguira igualar.
Eu o encarei por um momento, antes de me aproximar da vítima. Harris não hesitou em se aproximar de mim, com um tom ríspido:
— O que você está fazendo aqui, Greeson? Esse não é seu lugar, como sempre. — Sua voz era cortante, a frustração estampada em seu rosto. — Temos o controle da cena, e não preciso de você por aqui, colocando mais suposições na cabeça da imprensa.
Eu podia sentir a tensão no ar, a competitividade não dita entre nós. Harris sempre foi daqueles tipos de policiais com o ego inflado, incapazes de lidar com o fato de que um simples detetive particular pudesse resolver casos que ele e seus homens falhavam em entender. E, claro, minha presença ali não ajudava em nada. Ele me via como uma ameaça à sua autoridade.
Eu o ignorei por um momento e me concentrei na vítima, mas, para ele, cada segundo que eu passava ali parecia aumentar sua frustração. Ele cruzou os braços e resmungou, mais para si mesmo do que para mim.
— Não tem nada aqui que você precise saber, Greeson. A vítima é mais uma dessas histórias sem importância. Não tem nada a ver com você ou suas investigações. Isso é um caso de assassinato simples. — Harris disse, tentando esconder a insegurança em sua voz com palavras duras.
Mas eu sabia que ele estava mentindo. As palavras dele não combinavam com a cena à minha frente. Havia algo mais ali. Algo que ele não estava vendo, ou não queria ver.
Olhei para ele por um momento e então, com calma, respondi:
— Harris, talvez você tenha razão. Talvez seja só mais um assassinato simples. Mas você sabe tão bem quanto eu que há algo muito mais complexo aqui. E, se você não quiser que isso se torne um caso mais embaraçoso para todos, seria bom deixar eu fazer o meu trabalho.
Harris me fulminou com o olhar, mas, por um instante, parecia hesitar. Ele não queria admitir que eu tinha razão, mas sabia que não poderia impedir que eu investigasse. Afinal, quando se tratava de casos como aquele, ele não tinha as respostas que eu tinha. E, no fundo, ele sabia disso.
Peter, que observava a troca de olhares e a interação tensa entre Harris e eu, não tardou a comentar, baixinho, para não ser ouvido pelo chefe de polícia.
— Eu vi isso. Harris não é fã do seu trabalho, Greeson. Não gostou nada de você ter se envolvido aqui. — Ele deu uma risada baixa, tentando aliviar a tensão do momento, mas seus olhos ainda estavam focados na cena do crime. Ele sabia, assim como eu, que aquela situação estava longe de ser simples.
Eu o olhei por um momento, reconhecendo o desconforto no ar, mas logo desviei a atenção novamente para a cena. Harris, ainda desconfiado de minha presença, não percebeu os detalhes que me saltaram aos olhos. Era como se algo estivesse fora de lugar, como se a cena tivesse sido cuidadosamente montada, mas não de maneira natural.
O corpo da vítima estava posicionado de uma forma que não condizia com a ideia de um assassinato espontâneo. Havia marcas nas mãos, uma expressão congelada no rosto, mas o que realmente chamou minha atenção foi o pequeno detalhe nos pés da vítima. Uma leve impressão de lama, quase imperceptível, como se a vítima tivesse sido arrastada ou forçada a caminhar antes de ser executada ali. E havia algo mais — um fio de cabelo preso na gola da jaqueta da vítima, um cabelo loiro, bem diferente da cor dos fios da mulher caída diante de mim.
Eu me agachei para observar com mais atenção, ignorando o olhar penetrante de Harris que me seguia de perto. Peter, percebendo minha concentração, se aproximou.
— O que você está vendo, Greeson? — Ele sussurrou, com a curiosidade de quem sabe que eu já tinha algo em mente.
— A cena não bate com o que dizem, Peter — respondi baixo, o olhar fixo nos detalhes. — A vítima foi trazida aqui. Ela não morreu no local, foi colocada aqui para dar a impressão de um assassinato comum. Se olharmos bem, podemos ver que ela foi arrastada. As marcas nos pés indicam isso. E esse fio de cabelo... Pode ser a chave para entender quem esteve aqui com ela antes de morrer.
Peter franziu a testa, tentando conectar os pontos.
— Você está dizendo que a vítima não foi morta aqui? Mas, se é assim, o que isso significa?
Eu me levantei, olhando para o corpo mais uma vez, sentindo o peso da situação.
— Significa que a morte dela é parte de um plano maior, Peter. Alguém está tentando nos fazer acreditar em uma coisa, quando na verdade há outra por trás disso. E quem quer que esteja por trás disso não vai parar por aqui.
Peter balançou a cabeça, compreendendo a gravidade da situação. Mas Harris, ao perceber que eu estava apontando para detalhes que ele não havia notado, se aproximou irritado.
— Isso não é hora de suposições, Greeson. — Ele tentou intervir, mas eu já estava imerso no meu instinto, determinado a seguir a pista que se abria diante de mim.
Eu o ignorei, focando em cada pormenor da cena. Meu faro nunca me enganou, e agora, mais do que nunca, eu sabia que algo maior estava em jogo. Algo que envolvia mais do que apenas um assassinato isolado.
Voltei para o escritório e estava mais quieto do que o normal enquanto eu me sentava atrás da minha mesa, revisando mentalmente tudo o que havia observado na cena de crime. Cada detalhe estava gravado em minha mente, mas algo ainda me incomodava. A impressão de lama nos pés da vítima, o cabelo loiro preso na gola, os pequenos vestígios que pareciam tão claros, mas ao mesmo tempo estavam cuidadosamente encobertos. Era como se alguém tivesse tentado fazer com que tudo parecesse mais simples, mais direto, mas esses detalhes estavam tentando me contar uma outra história, uma história que eu ainda não tinha totalmente decifrado.
O cheiro da cena ainda estava no ar, e a frustração de não poder ver claramente tudo o que estava por trás disso começou a me consumir. Algo maior estava em jogo, e as peças se moviam de maneira bem calculada. Era como um tabuleiro de xadrez, onde eu precisava entender as intenções dos jogadores e suas jogadas antes que fosse tarde demais.
Olhei para o relógio e percebi que o final do dia já havia chegado. Moira estava pronta para sair, seu sorriso discreto anunciando que ela tinha planos. Ela, como sempre, estava impecável, mas havia algo diferente no modo como ela me olhava. Talvez fosse a preocupação, ou a curiosidade, mas ela não disse nada.
— Está liberada, Moira — disse, me levantando da cadeira e indo até a porta. — Aproveite o jantar com o marido.
Ela hesitou por um momento, como se quisesse me perguntar algo, mas logo percebeu que eu estava absorto em meus próprios pensamentos. O caso estava me consumindo e eu não tinha cabeça para mais nada.
— Espero que consiga resolver isso, Sr. Greeson. — Ela sorriu, tentando disfarçar a preocupação, e então se virou para sair.
Eu a observei por um instante antes de voltar a me sentar na cadeira, meu olhar fixo nas anotações sobre a cena de crime. Moira sempre foi confiável, mas agora não era o momento para conversas desnecessárias. Eu precisava de respostas, e isso significava olhar para os detalhes que ainda não compreendia.
Quando ela saiu e a porta se fechou atrás dela, eu fiquei sozinho, imerso no silêncio, com as luzes do escritório lançando sombras longas sobre a mesa. A sensação de estar à beira de algo grande se intensificava, e eu sabia que, ao seguir a trilha desses detalhes, eu estava prestes a descobrir mais do que gostaria. Era apenas uma questão de tempo até que as peças do quebra-cabeça se encaixassem.
A batida na porta foi suave, mas firme o suficiente para me tirar dos meus pensamentos. Quando a abri, o ar ficou mais denso, e, antes que eu pudesse falar, vi Natasha ali, com seus olhos cansados, como se já soubesse que as notícias não seriam boas. Ela entrou sem dizer uma palavra, seus passos hesitantes no ambiente silencioso.
Ela me olhou com um leve sorriso que logo desapareceu ao perceber a seriedade em minha expressão. O olhar dela procurava algo em mim, como se eu fosse a chave para dissipar a angústia que a acompanhava.
Eu respirei fundo antes de falar. Não havia como adiar a verdade, nem havia algo que eu pudesse fazer para aliviar o peso da informação que estava prestes a passar para ela.
— Natasha, eu encontrei a testemunha que você mencionou. — Pausei, tentando não dar a entender que a situação estava prestes a se tornar ainda mais difícil. — Mas... ela não está mais entre os vivos.
Eu vi a cor desaparecer do rosto dela, seus olhos se arregalando em choque, como se as palavras tivessem sido um golpe direto em seu peito. Ela se afastou um passo, como se precisasse de espaço para processar a notícia.
— O que aconteceu? — Ela perguntou em um tom que era mais um sussurro do que uma pergunta. Sua voz estava fraca, trêmula, mas seus olhos não deixavam de me observar, buscando respostas que eu não podia oferecer.
Eu respirei fundo, sentindo a gravidade da situação. Natasha sabia que algo grande estava em jogo, e agora, a verdade, embora dolorosa, parecia mais próxima do que nunca.
— Foi um assassinato, Natasha. O corpo foi encontrado hoje, e tudo indica que a testemunha foi assassinada antes de ser colocada naquela cena. Não foi um simples crime, houve algo por trás disso. Algo muito maior. — Eu a observei, tentando analisar sua reação, mas sabia que isso era mais do que ela poderia suportar de uma vez.
Ela se afastou um pouco, as mãos tremendo enquanto ela tentava controlar a emoção. Era visível o quanto aquela revelação a afetava. O desespero estava começando a tomar conta dela, mas ela se manteve firme, talvez por uma fração de segundo.
— Então, é isso... Agora não temos mais nada, não é? — Ela murmurou, seus olhos cheios de raiva e impotência.
Eu não sabia o que dizer. As palavras pareciam inúteis diante da dor que ela estava sentindo. O mistério estava mais profundo do que jamais imaginamos, e agora, sem a testemunha, a busca por sua irmã se tornava ainda mais obscura.
— Não, Natasha — falei com firmeza. — Ainda não. Isso só nos dá mais uma pista. A verdadeira pergunta agora é: quem estava atrás dessa testemunha e o que eles queriam esconder?
Ela me olhou por um momento, os olhos mais lúcidos do que antes, como se estivesse finalmente aceitando que as respostas estavam escondidas nas sombras mais profundas. E, apesar do desespero, havia uma chama de determinação ali. A busca ainda não havia terminado, e eu sabia que, ao lado dela, eu encontraria o que precisávamos para desvendar esse enigma.
Natasha me olhou por um momento, seus olhos agora com uma intensidade difícil de desviar. Ela parecia hesitar por um segundo, como se estivesse avaliando o que dizer ou fazer a seguir. O silêncio entre nós era carregado, quase palpável, como se ambos soubéssemos que a linha entre a necessidade de respostas e a atração que existia entre nós estava ficando cada vez mais tênue.
Com um movimento gracioso, ela deu um passo para trás, fazendo um gesto lento para que eu a seguisse até a janela, onde a luz suave da noite se projetava sobre seu rosto, tornando-o ainda mais enigmático. A sombra projetada pelo luar refletia a dúvida e o desejo que pairavam no ar.
Ela se virou então, de forma que agora estava de frente para mim, e lentamente começou a abrir seu sobretudo. A mudança no ambiente foi instantânea: o toque sutil do seu gesto, mais que qualquer palavra, fazia o clima entre nós mudar. A forma como ela se despojou das camadas que a cobriam não foi vulgar, mas calculada, cada movimento transmitindo uma confiança quase palpável. O que ela mostrava não era só o corpo, mas uma parte de sua alma, algo mais profundo que eu não conseguia definir.
A lingerie preta, o contraste das meias longas, tudo parecia meticulosamente pensado, mas não como uma simples provocação. Ela estava me oferecendo um pedaço de si mesma, uma vulnerabilidade encoberta pela força de sua presença. Seu olhar estava fixo no meu, uma mistura de desafio e convite, como se eu fosse o próximo passo em um jogo de sedução, mas também de poder. Algo me dizia que ela sabia exatamente o efeito que causava, mas ao mesmo tempo parecia precisar da minha resposta, como se a interação fosse, de certa forma, uma continuação da busca que compartilhávamos.
Eu fiquei parado por um momento, meu olhar fixo nela, as palavras faltando-me, como se o peso da situação e da atração fossem mais do que eu poderia facilmente compreender. A tensão entre nós era mais forte do que o próprio mistério que nos envolvia.
— O que você quer de mim, Natasha? — Perguntei, a voz rouca, quebrando o silêncio, mas minha pergunta estava longe de ser apenas sobre o que estava acontecendo naquele quarto. Era sobre tudo o que ainda estava por vir, sobre a verdade que buscávamos, sobre a linha tênue que cruzávamos.
Ela deu um passo em minha direção, mais próximo do que eu esperava, sua respiração quase audível. E antes que pudesse fazer mais qualquer movimento, ela respondeu:
— O que eu quero, Tommy, é a mesma coisa que você: respostas. Mas também... um pouco de algo mais.
Eu sinto uma onda de desejo quando Natasha dá um passo para trás, seu vestido caindo no chão, deixando-a naquela lingerie preta sedutora. Ela parece confiante e convidativa.
— Você está incrível, Natasha!
— O que posso fazer para que você se sinta ainda mais apreciado? — Ela me diz em tom de provocação.
Enquanto Natasha abre o zíper da minha calça e se senta no meu colo, descartando sua lingerie, posso sentir sua umidade contra minha coxa. Ela está claramente pronta. Soltei um gemido baixo, dominado por sua ousadia.
— Natasha! — Eu sussurro, enquanto sigo com minhas mãos explorando ansiosamente seu corpo. — Você está me tira os sentidos.
Eu levanto Natasha e a coloco sobre a mesa, continuando meus movimentos dentro dela. Ela envolve as pernas em volta de mim, me puxando para mais perto, e seus braços apertam em volta do meu pescoço. Eu posso sentir seu corpo responder a cada impulso, sua respiração vinda em suspiros curtos. Quando ela se virou apoiando-se na mesa, se oferecendo em quatro apoios, toda a temperatura do momento aumentou consideravelmente. Foram instantes de um puro prazer entre nós dois, nos levando ao clímax.
O silêncio no escritório era denso quando Natasha, agora recomposta, ajeitou o sobretudo sobre os ombros e lançou um último olhar em minha direção. Algo tinha mudado, e eu sentia isso no ar. Não era apenas o calor do momento ou o mistério que ainda pairava entre nós. Era a intimidade recém-criada, uma conexão que não existia antes daquela noite.
Ela deu alguns passos até a porta, mas hesitou antes de sair. Virou-se, seus olhos encontrando os meus mais uma vez, com uma mistura de vulnerabilidade e determinação que eu começava a entender melhor.
— Obrigada, Tommy. Por tudo — disse ela, a voz baixa, mas carregada de sinceridade. Não era apenas um agradecimento pelas respostas ou pela busca. Era mais profundo que isso, algo que ela ainda não conseguia colocar em palavras.
Eu apenas assenti, sem dizer nada. Talvez porque palavras não fossem necessárias. Ou talvez porque, pela primeira vez em muito tempo, eu estivesse perdido nelas. Natasha era um mistério tão grande quanto o caso que me trouxe até ela, e eu sabia que me envolver com ela era tão perigoso quanto fascinante.
Quando a porta se fechou atrás dela, o som ecoando no silêncio, eu fiquei ali por um momento, sozinho com meus pensamentos. O ar do escritório parecia mais pesado, mas ao mesmo tempo, eu sentia um calor diferente — algo que ela havia deixado para trás.
Peguei um cigarro e acendi, observando a fumaça subir lentamente. O caso ainda estava longe de resolvido, e o que eu tinha agora eram mais perguntas do que respostas. Mas, ao mesmo tempo, sentia Natasha mais próxima, mais íntima de mim. E, de alguma forma, isso fazia tudo parecer um pouco menos solitário.
Ainda assim, no fundo, eu sabia que essa intimidade também vinha com um preço. E no mundo em que eu vivia, nada era gratuito.
Autor Ismael Faria
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS
LEI Nº 9.610 DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998