Autor Ismael Faria
Autor Ismael Faria
February 2, 2025 at 09:43 PM
A manhã fria de Nova York cortava até os ossos. Sentei-me em minha cadeira, o som da cidade vibrando por trás das janelas empoeiradas do meu escritório. As folhas do jornal estavam espalhadas sobre a mesa, e eu tentava me perder em suas páginas, mesmo sabendo que, em uma cidade como essa, não faltam histórias sombrias para contar. Mas, como sempre, a parte que me chamava a atenção era a seção de celebridades. Entre uma notícia e outra sobre quem estava namorando quem, meus olhos caíram sobre uma foto de Natasha. Ela estava ao lado de Sophia, sua amiga de longa data. Natasha... A "Rainha da Noite", como a matéria a chamava. Ela não parecia ser uma dessas celebridades vazias que brilham por um instante e desaparecem no mesmo piscar de olhos. Não. Natasha era diferente. Seu olhar, naquela foto, transmitia algo que eu não conseguia decifrar de imediato. Ela brilhava, mas era um brilho perigoso, como uma estrela prestes a desabar. A matéria falava sobre um grande evento que ela estava prestes a organizar no clube "Velvet Shade", um local onde os ricos e poderosos se perdem na noite. Um sorriso arrogante se formou em meus lábios. Eu já tinha ouvido falar daquele clube. Mas o que mais me intrigava não eram as palavras da matéria, mas a foto. A maneira como Natasha olhava para a câmera, o fundo escuro que a cercava, e aquele sorriso forçado de Sophia. Algo não batia. Levei o jornal até a mesa e deixei-o de lado, meu cérebro já começando a trabalhar. O que Natasha estava escondendo? Qual era o segredo por trás da imagem perfeita que ela tentava vender? Uma coisa eu sabia: a cidade estava cheia de mistérios, e eu estava sempre pronto para desvendá-los. Olhei para o casaco pendurado na cadeira. A rua lá fora estava fria, mas a verdade é que as ruas da cidade sempre me aqueciam. Levantei-me, ajeitei o colarinho e me preparei para mais um dia. Algo me dizia que eu estava prestes a mergulhar em algo muito mais profundo do que eu imaginava. A tarde passou em um borrão de sombras e luzes, como sempre acontece quando se está à caça de algo. Mas havia uma tensão no ar, algo que se intensificou quando o mensageiro chegou à minha porta. Ele era um homem alto, com um olhar sério, mas com a educação de quem estava apenas cumprindo uma tarefa. Ele não disse uma palavra, apenas entregou uma carta lacrada, com um selo vermelho. Natasha. O papel estava perfumado, um cheiro doce e inebriante, como se tentasse seduzir os sentidos antes mesmo de eu abrir as palavras. Que surpresa seria essa, afinal? Sabia que não era um convite para uma noite normal. Algo na carta me dizia que, se eu fosse, as regras iriam mudar. Abrindo a carta com um movimento lento, li as palavras em tinta preta, elegantes: _“Encontre-me no loft esta noite. Haverá uma surpresa que você não esquecerá jamais.”_ E o que mais? Nada. Não precisavam dizer mais. Natasha sabia como manter o mistério, e isso só aumentava a minha curiosidade. O relógio na parede parecia avançar mais rápido enquanto eu me preparava. Eu já sabia que as surpresas de Natasha nunca eram simples. Coloquei meu casaco e saí para a noite fria. O loft ficava na parte mais silenciosa da cidade, distante do agito dos bares e dos clubs, mas não menos enigmático. Atravessando as ruas, com a cidade fervendo em suas próprias histórias e segredos, pensei no que Natasha queria de mim. Ela era um enigma em si mesma, e estava claro que, de alguma forma, eu me tornei parte de um jogo que ela controlava. Cheguei ao loft pouco antes da meia-noite, a porta estava entreaberta, como se estivesse me esperando. Respirei fundo e entrei. A porta se fechou suavemente atrás de mim, o som abafado do meu próprio passo ecoando pelas paredes vazias. O cheiro no ar era o de um perfume doce, misturado com uma leve brisa de café, como se a noite estivesse apenas começando. Mas, à medida que eu avançava pela sala, algo chamava minha atenção. Peças de roupa estavam espalhadas pelo chão, como se alguém tivesse se desfeito delas apressadamente. Camisas, vestidos, e sapatos... todos jogados com uma certa urgência, criando um caminho, uma trilha que me guiava em direção ao quarto. Não era uma cena de casualidade; era quase como se tudo fosse cuidadosamente orquestrado, uma pista deixada para mim, como se Natasha soubesse exatamente como me prender na teia de seu jogo. Minha respiração se tornava mais pesada, meu instinto de detetive agora em pleno funcionamento. Fui seguindo aquele caminho, cada passo me levando mais perto do quarto, mais perto da porta entreaberta. Quando cheguei perto, parei. O som de água correndo do chuveiro preenchia o ambiente, abafando qualquer outro ruído. Era o tipo de som que colocava uma camada de intimidade no espaço. E então, ao me aproximar da porta, vi. Natasha e Sophia estavam lá, no box, corpos entrelaçados, envolvidas em um ato de prazer que deixava a cena ainda mais carregada de mistério. O reflexo da água escorrendo sobre elas tornava a cena quase hipnótica. Havia algo completamente desconcertante na maneira como elas estavam ali, em um momento de entrega tão visceral e... estratégica. Meus olhos estavam presos à cena, e uma sensação estranha começou a se formar em minha mente. O que Natasha queria de mim? O que Sophia representava nessa equação? E o mais importante, qual era o segredo que elas estavam guardando? Fiquei parado, sem saber o que fazer, como se algo dentro de mim estivesse dizendo para não interromper o momento, mas ao mesmo tempo, havia a necessidade de desvendar esse enigma. Eu sabia que aquele encontro não seria como qualquer outro. Eu fiquei ali, observando, sem fazer um som. O calor da água misturado com a tensão no ar criava uma atmosfera densa. O que eu deveria fazer? Entrar? Espiar mais? Ou... talvez, me retirar? Antes que eu tomasse qualquer decisão, o som do chuveiro parou abruptamente. E então, como se o tempo tivesse sido congelado por um momento, uma voz suave, mas cheia de certeza, se fez ouvir. – Eu sabia que você viria, Tommy. A voz era de Natasha, inconfundível, como um feitiço lançado diretamente ao meu cérebro. Ela se virou lentamente para olhar na direção da porta, os olhos brilhando como se tivesse me esperado o tempo todo. Não estava surpresa, nem preocupada com a minha presença. Ela estava no controle, e isso era algo que eu não conseguia ignorar. Sophia, ainda parcialmente coberta pela névoa da água que caía, olhou para mim com um sorriso quase desafiador, como se quisesse me testar, como se quisesse ver até onde eu iria. Natasha, agora com a água escorrendo pelo corpo e os cabelos presos em um coque perfeito, sorriu de volta, sem pressa, sem qualquer vergonha. – Você gosta de mistérios, Tommy. – Natasha disse, como se fosse uma constatação simples. – Mas às vezes, o maior mistério é o que está bem na sua frente, esperando para ser descoberto. Eu a observei, sem saber o que responder. Ela estava me provocando, testando minha paciência. A questão não era apenas o que estava acontecendo ali, naquele instante. Era o que ela queria de mim. O que tudo isso significava. Ela deu um passo em minha direção, com os pés descalços tocando o piso frio do loft, mas sem pressa. Ela estava se aproximando com a mesma calma que uma aranha teria ao se aproximar de sua presa. – Entra, Tommy. – Ela sussurrou, sua voz quase um convite, mas também uma ordem. – Eu e Sophia temos algo para você. Algo que vai mudar tudo. Eu hesitei. Meu corpo sabia o que ela queria, sabia o jogo que estava sendo jogado. Mas minha mente... minha mente estava em outro lugar. A curiosidade, o desejo de saber o que ela guardava para mim, falou mais alto. Com um passo decidido, entrei na sala, a porta se fechando atrás de mim. Quando a porta se fechou atrás de mim, o som da madeira se encaixando parecia tão distante, como se eu tivesse entrado em um outro mundo. O loft, a água ainda escorrendo pelo box, o brilho das luzes baixas — tudo parecia se encaixar perfeitamente, como peças de um quebra-cabeça que só se revela ao ser tocado. Natasha e Sophia estavam ali, agora com olhares fixos em mim, quase como se estivessem me esperando. Elas não precisavam dizer nada, seus corpos, seus gestos, a maneira como se posicionavam diante de mim, já falavam por si mesmas. Natasha, com um sorriso enigmático, se aproximou, seus olhos verdes brilhando de maneira hipnotizante. – Aqui, Tommy. – Ela disse suavemente, como se fosse um segredo revelado, algo que já era esperado, mas nunca totalmente entendido. Sophia, mais silenciosa, observava de longe, mas não era menos intensa. Havia algo no modo como ela me olhava, como se esperasse uma reação, um movimento meu. Ela, à sua maneira, me desafiava a mergulhar naquele espaço em que nada parecia o que realmente era. Natasha então estendeu a mão, convidando-me com um gesto leve, mas cheio de intenção. A suavidade de seu toque não escondia o poder que ela exalava. Ela sabia que estava no controle, e o mais curioso era que eu sabia disso também. – Vem até nós, Tommy. – Natasha disse, sua voz agora mais baixa, quase sedutora. – Deixe-se perder um pouco. Não precisa entender tudo agora... só siga o que nós temos para te mostrar. Eu fiquei parado por um momento, uma mistura de curiosidade e cautela me dominando. Mas algo dentro de mim, algo primal, me empurrou para o centro daquela cena, onde Natasha e Sophia estavam. Dessa vez, não era apenas uma investigação. Era um jogo de sedução, de poder, de controle. E, pela primeira vez em muito tempo, eu me permiti ser parte dele. Me aproximei. Quando a mão de Natasha tocou a minha, senti um arrepio, como se uma onda de eletricidade percorresse meu corpo, me dizendo que eu estava entrando em um terreno perigoso, mas também irresistível. Ela me guiou até o box, onde Sophia, agora mais relaxada, me aguardava. A noite estava apenas começando, e eu sabia que, naquele instante, eu não estava mais apenas observando. Eu estava dentro da história, sem saber até onde ela me levaria. Com um suspiro profundo, eu dei o passo que já sabia que iria dar. Não havia mais hesitação. Eu estava imerso no jogo que Natasha e Sophia haviam preparado, e agora, não havia volta. Minha mão se entrelaçou com a de Natasha, e ela me puxou suavemente para dentro do box, onde a água caía sobre nós como uma cortina líquida. Sophia estava ali, com o olhar fixo em mim, sem palavras, mas sua presença dizia tudo. Havia uma expectativa no ar, como se o tempo tivesse parado, apenas aguardando pela minha reação. Natasha, com seu toque firme e ao mesmo tempo suave, guiou-me para mais perto de Sophia, e então, as duas começaram a me envolver de uma maneira quase hipnótica. O calor da água misturado com o perfume doce e o toque das mãos delas era como um feitiço que não conseguia escapar. As mãos de Natasha deslizavam pela minha pele, enquanto o olhar de Sophia penetrava em mim, como se estivesse vendo tudo o que eu tentava esconder. Elas estavam me estudando, me desnudando não só fisicamente, mas também mentalmente. O jogo de poder que elas estavam jogando comigo não era apenas físico; era psicológico, uma dança silenciosa de dominação e entrega. “Você está pronto para ver o que temos para você, Tommy?” Natasha sussurrou, sua voz mais baixa, mais intensa. Eu só consegui acenar, a sensação de estar sendo consumido por elas, pelo momento, me dominava completamente. Elas me empurraram suavemente para o centro, e a água escorria por nossos corpos, cada gota parecia mais densa, mais carregada de significado. Natasha então se aproximou de Sophia, seus corpos se encontrando em um gesto que era ao mesmo tempo possessivo e carinhoso. Eu assisti, sem poder desviar o olhar. Não sabia mais o que era real e o que era parte do jogo delas. O tempo parecia ter se esticado, e eu estava ali, no meio de tudo, sem querer sair, mas sabendo que, no fundo, eu não tinha controle nenhum. Eu estava completamente absorvido pela cena, pelo mistério, pelo poder delas. Elas estavam me levando, sem pressa, para o fundo do desconhecido. Eu senti, então, que a realidade em torno de mim estava se distorcendo, derretendo como cera quente, fluindo para um espaço onde o tempo não existia. Natasha e Sophia eram mais do que mulheres, mais do que figuras em um cenário. Elas eram o mistério em carne e osso, e eu, sem querer admitir, estava sendo puxado para aquele enigma com uma força irresistível. A água caía sobre nós, mas parecia não ser água. Parecia um véu, uma substância etérea que me envolvia e me impedia de distinguir o que era real do que era apenas uma ilusão criada para me prender. Eu estava ali, no meio delas, flutuando entre o prazer e a confusão, entre a descoberta e o desejo. Cada toque delas sobre a minha pele era como uma revelação, algo profundo, algo que tocava algo dentro de mim que eu mal sabia que existia. O olhar de Natasha, agora mais próximo do meu, era como uma chama. Sua presença me consumia. Ela não estava apenas me tocando fisicamente, estava moldando minha mente, meus pensamentos, me levando para um lugar onde eu não sabia mais quem estava no controle. Sophia, silenciosa, observava tudo com um sorriso sutil. Ela não era parte do jogo de Natasha de forma passiva, não. Ela era um contraste, uma presença que equilibrava, que me desafiava sem sequer mover um dedo. O silêncio dela falava mais do que qualquer palavra poderia. Era como se ela estivesse esperando que eu tomasse uma decisão, esperando que eu fizesse o primeiro movimento, enquanto Natasha me guiava mais profundamente. Eu fechei os olhos por um momento, deixando a água me envolver, sentindo o calor, o peso da tensão. Estava me perdendo, mas não queria sair. Eu queria me afogar naquilo. Queria descobrir o que elas estavam realmente me oferecendo, o que o jogo delas escondia. O toque de Natasha foi mais forte então, sua mão deslizando pela minha pele com uma firmeza que me trouxe de volta ao presente. Seus olhos brilhavam, como se estivessem me devorando por inteiro, e suas palavras, quando vieram, estavam carregadas de uma promessa: – Agora, Tommy… você vai ver o que acontece quando se perde no jogo. – E com essas palavras, a água ao nosso redor parecia brilhar, como se estivesse testemunhando um novo começo, um novo caminho que eu não poderia mais voltar atrás. Eu não sabia onde isso iria me levar, mas, naquele momento, algo em mim se entregou completamente, sem resistência. Eu estava pronto para seguir esse caminho até o fim, sem importar qual seria o preço. O ambiente ao redor se tornava cada vez mais denso. A água que caía do chuveiro agora parecia estar impregnada com um tipo de energia, como se ela mesma fosse parte do enigma que Natasha estava me oferecendo. Eu estava preso, mas não de uma maneira comum. Não era um tipo de prisão física; era algo mais complexo, mais psicológico. Natasha sabia exatamente como me guiar, e eu não podia mais negar a atração que sentia pela maneira como ela se movia, como falava, como parecia controlar tudo ao seu redor. Ela se aproximou mais, sua presença dominando o espaço. Eu podia sentir o calor de seu corpo, o toque suave de sua mão que agora descansava sobre o meu peito, como se fosse um lembrete constante de que eu estava ali, à mercê daquilo que ela queria me mostrar. Mas, ao mesmo tempo, havia algo em seus olhos, algo que me dizia que eu também tinha poder ali. Um poder que eu ainda não entendia completamente. Sophia, por outro lado, era mais quieta. Ela não falava, mas sua energia estava tão presente quanto a de Natasha. O que ela representava, exatamente? Eu ainda não sabia. Mas havia algo em seu olhar, algo em sua postura, que fazia com que eu a enxergasse como a chave para o segredo de Natasha. Eu estava prestes a descobrir algo. Algo profundo e, talvez, perigoso. Mas, em vez de hesitar, de recuar, eu dei um passo à frente. O caminho estava à minha frente, e eu sabia que não havia volta. O jogo tinha começado, e eu não tinha mais escolha a não ser jogar. A mão de Natasha se moveu lentamente para o meu pescoço, sua respiração quente agora perto da minha pele. Ela parecia querer me puxar mais para perto, mas havia algo em seu gesto que indicava que eu deveria ir mais devagar. Era um convite e, ao mesmo tempo, um teste. Ela queria ver até onde eu iria. Queria saber o quanto eu estava disposto a me entregar àquele momento. Eu respirei fundo, sentindo meu corpo reagir a cada movimento dela, a cada olhar. Estava prestes a atravessar uma linha invisível, e não sabia exatamente o que me aguardava do outro lado. Mas eu estava pronto para descobrir. A atmosfera ao nosso redor estava carregada, cada respiração era como um prelúdio para algo grande. Natasha e Sophia, agora mais próximas de mim, pareciam estar conectadas por algo que eu ainda não entendia, como se elas fossem uma extensão uma da outra. Elas se moviam juntas, fluindo como uma única entidade, e eu, no meio disso tudo, me sentia simultaneamente perdido e encontrado. A água, agora com a luz dourada refletindo nas gotas, parecia dançar ao nosso redor, criando um cenário etéreo, como um palco iluminado onde tudo se tornava possível. Eu estava ali, à mercê delas, sentindo cada movimento delas, cada toque. Natasha, com seus olhos de fogo, me guiava, mas não sem antes me deixar ver o olhar silencioso de Sophia. Ela observava, com uma intensidade que quase me consumia, como se estivesse me avaliando, como se fosse a chave do enigma que Natasha criava ao meu redor. Então, Natasha se aproximou de mim, sua mão deslizando até o meu pescoço, uma pressão suave, mas carregada de significado. Sophia, ao seu lado, não precisava fazer nada. Ela era o equilíbrio, o contraponto à energia de Natasha, e isso me fazia querer entender mais. – Tommy… – Natasha sussurrou, a voz quase um feitiço. – Agora você vai ver o que estamos preparando para você. Eu não sabia o que ela queria dizer com isso, mas o ar estava carregado de poder. Algo estava prestes a acontecer, e, ao meu redor, o espaço parecia se tornar mais denso, mais carregado de possibilidades. Eu não conseguia resistir. A energia delas, combinada, parecia me envolver de uma maneira que eu não sabia mais se deveria lutar contra ou se entregar. E então, as duas avançaram, com a sincronização perfeita, uma dança que se desdobrava diante de mim. Eu sentia que era mais do que apenas um jogo. Era um rito. Era uma mudança. Natasha e Sophia estavam me conduzindo por uma jornada, e eu não sabia onde ela terminaria, mas eu estava pronto para atravessar essa linha. – Isso é só o começo, Tommy – disse Sophia, com um sorriso silencioso que falava mais do que palavras poderiam expressar. Sua presença era a estabilidade que eu tanto precisava, a verdade que se escondia por trás do mistério. E Natasha, com seu olhar ardente, me lembrou de que eu estava ali para mais do que apenas observar. Eu estava ali para ser parte do que estava por vir. E foi então, naquele momento de intensa conexão entre os três, que a energia se intensificou. A água ao redor se iluminou, as sombras se dissolveram e tudo o que eu conhecia foi consumido por uma luz branca que cegava os meus sentidos. Eu estava sendo puxado para dentro de algo, algo que ultrapassava os limites do que eu imaginava ser possível. Quando a luz finalmente se dissipou, eu estava ali, em pé, no meio de Natasha e Sophia. As duas, com olhares que agora compartilhavam uma calma silenciosa, me observavam com uma compreensão profunda. – Bem-vindo ao que realmente somos, Tommy. – Natasha falou, com um sorriso tranquilo, como se soubesse que eu já não era mais o mesmo. – O jogo não é mais o que parece. Sophia, com um leve toque em meu braço, completou: – Agora, as escolhas são suas, mas o que acontece a seguir vai mudar tudo. Para você. Para nós. Eu sabia que minha jornada com elas estava apenas começando. O destino que elas haviam me mostrado era maior do que eu poderia compreender, mas, de alguma forma, eu estava pronto para aceitá-lo. O que quer que viesse depois, eu sabia que não seria mais apenas o detetive que entrava em uma história. Eu estava prestes a me tornar parte de uma narrativa que eu nunca teria imaginado. Autor Ismael Faria DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.

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