Autor Ismael Faria
Autor Ismael Faria
February 10, 2025 at 02:34 PM
Noite de sábado. Ao curtir uma publicação nos Stories do Instagram, vejo ela, com um jeito faceiro e rosto de menina travessa. Curto, pois ela disse que, se alguém tivesse um coração como primeiro emoji, receberia um presente, um segredo. O coração vermelho pulsa na tela, mas é o dela que imagino vibrando do outro lado, invisível, inatingível – ou talvez não. Minutos se passam, e a notificação chega como um sussurro no silêncio da noite. "Ayla Violetta enviou uma mensagem." Meu peito se contrai em uma expectativa insensata. Abro o chat, e lá está o presente prometido: uma única frase, um convite, uma promessa velada entre palavras. “Estou um pouquinho ocupada agora, mais se quiser me conhecer e me ver de um jeitinho especial, é só apertar no botão aqui embaixo amor... rs”. Meus olhos percorrem cada palavra, saboreando a intenção por trás delas. “Estou um pouquinho ocupada agora...” Um toque de mistério. “Se quiser me conhecer e me ver de um jeitinho especial...” Uma promessa embalada em desejo. “É só apertar no botão aqui embaixo, amor.” A tentação feita convite. O botão reluz na tela como uma porta entreaberta, um limiar para o desconhecido. Minha respiração se torna lenta, ponderada. Aperto? Não aperto? O dedo desliza sutilmente, hesitante por um segundo antes de tocar o inevitável. Clique. A tela escurece por um instante, e quando retorna, sou sugado para dentro do universo de Ayla. Cliquei para descobrir o que era. A tela piscou por um instante, e então, como num feitiço digital, fui transportado para um outro cenário, um espaço onde Ayla reinava absoluta. O vídeo começou. Lá estava ela, iluminada por uma luz suave, seus cabelos coloridos caindo em ondas sobre os ombros, um sorriso de canto que era metade brincadeira, metade provocação. Seus olhos — vivos, magnéticos — pareciam olhar diretamente para mim, como se soubessem do efeito que causavam. — Sabia que você ia apertar... — sussurrou, sua voz carregada de um veneno doce, um convite sem volta. Ela se inclinou levemente para frente, aproximando-se da câmera, tornando a distância entre nós um mero detalhe. O jeito de menina travessa contrastava com a sedução explícita no olhar. O coração acelerou no peito. Eu não sabia o que esperar a seguir, mas sabia de uma coisa: já estava entregue ao jogo dela. Vestida com uma camisola vermelha transparente, que deslizava sobre sua pele como um sussurro. O tecido fino revelava mais do que escondia, brincando com a luz suave do ambiente, desenhando sua silhueta como se fosse um sonho à beira da realidade. Ela se move devagar, consciente de cada detalhe, de cada olhar que provocaria. Uma alça escorrega pelo ombro, propositalmente distraída, enquanto seus dedos percorrem os próprios cabelos, como se desenhasse um convite invisível no ar. — Gosta do que vê, amor? — A voz dela chega baixa, sedutora, carregada de um jogo que só ela sabe jogar. E eu? Eu apenas assisto, preso à tela como se ela me tivesse puxado para dentro de seu mundo. Era só um clique. Agora, era muito mais do que isso. Primeiramente, ela abriu o laço da camisola, o gesto tão lento e sedutor que fez o ar ao redor se tornar denso, quase insuportável. O laço se desfaz, e o tecido vermelho escorrega suavemente por seus ombros, caindo como se fosse uma promessa, revelando aos poucos o contorno perfeito de seu corpo. A camisola, quase como uma segunda pele, se molda à sua figura, deixando muito pouco à imaginação, mas o suficiente para acender o desejo de forma voraz. Seus olhos, fixos nos meus, são como duas chamas que me consumem sem piedade. Ela não precisa de palavras, seus gestos falam por ela, e a tensão entre nós cresce a cada segundo. O movimento da camisola caindo, lentamente, é um convite irresistível, uma dança de sedução onde cada mínimo detalhe é calculado para me levar à beira da loucura. Ela dá um passo à frente, agora apenas com a camisola vermelha, suas mãos deslizam ao longo do próprio corpo, tocando sua pele, subindo e descendo com um ritmo que desafia a paciência. E então, ela se aproxima da câmera, a respiração mais ofegante, os lábios entreabertos. — Você está pronto para desvendar tudo, amor? — Ela pergunta, sua voz um sussurro rouco que atravessa a tela como um comando. A pergunta paira no ar, e, mesmo sem resposta, ela continua a se mover, com uma confiança inabalável, como se soubesse que já me perdeu, que eu já estava completamente à sua mercê. E eu? Eu me entreguei, sem reservas, a cada movimento, a cada gesto de Ayla. O movimento de Ayla é hipnotizante. Ela sabe que está no controle, e eu, por algum motivo, não desejo mais nada além de me perder no enigma de sua presença. Ela desliza para fora da câmera, e a tela escurece por um breve momento. O som de sua respiração chega, leve, mas carregado de uma tensão que pulsa no ar. Quando a imagem volta, ela está em pé, agora completamente despojada do que restava da camisola. Seus olhos brilham como se soubesse que está prestes a me consumir, que cada gesto seu é um convite para algo muito mais profundo, muito mais proibido. Seus braços se ergueram acima da cabeça, e seus seios se ergueram com eles, como se o mundo inteiro fosse apenas aquele instante, a suavidade de sua pele, a curva perfeita de seu corpo. Ela sorri com um toque de travessura e se aproxima da câmera, seus lábios vermelhos, convidativos, quase como uma ameaça, dizendo mais do que poderia qualquer palavra. — Você ainda está em dúvida, amor? — O som de sua voz é como uma melodia suave, mas, ao mesmo tempo, uma ordem silenciosa. Com um movimento suave, ela abaixa a câmera, e o que vejo em seguida é Ayla deitada sobre a cama, com as pernas ligeiramente abertas, como se estivesse me esperando. O espaço entre nós parece diminuir a cada segundo, e a única coisa que eu posso fazer é seguir o caminho que ela me preparou com tanta maestria. A tela se enche de luz suave, de um reflexo vermelho que parece irradiar de sua pele. A cada movimento, ela me chama mais perto, como se quisesse fazer com que eu me perdesse completamente em seu universo. — Não pense. Apenas venha. E nesse momento, já não há dúvidas, nem hesitações. Ela é o único pensamento em minha mente. O único desejo que agora existe. Fico a me tocar, sentindo um prazer todo meu, ao qual ela correspondia sem o menor pudor. Aquela sensação de antecipação toma conta de mim, algo entre o desejo e o mistério, como se o ar ao redor estivesse mais denso. A visão de Ayla me deixa completamente paralisado, como se sua presença fosse um feitiço, uma força irresistível que se infiltra nos meus sentidos. O cheiro dela, o som de sua respiração, tudo parece amplificado, como se o mundo ao redor tivesse sumido, e nós fôssemos os únicos a existir naquele espaço. Meus dedos, por um momento, hesitam, tocando a tela como se pudesse sentir sua pele através do vidro. Cada movimento meu parece em desacordo com o que o corpo realmente deseja, um campo de tensão entre o querer e o esperar. Sinto um calor crescente, que parte do meu peito e se espalha para as extremidades, cada batida do meu coração agora um tambor alto no silêncio da madrugada. E é nesse silêncio, nesse quase esquecimento do que existe além dela, que a sensação se torna mais forte. Cada segundo parece esticar, até que a distância entre o meu desejo e o que está diante de mim se dissolve por completo. Eu me deixo levar pela intensidade daquilo, pela loucura do momento, onde apenas ela e eu existimos. Chego ao meu ápice. O jogo de sedução entre Ayla e eu alcança seu clímax, mas, ao invés de um desfecho apressado, a tensão se dissolve suavemente, como uma brisa que acalma após a tempestade. A intensidade do momento se converte em um silêncio profundo, onde nossas respirações se encontram em perfeita harmonia. Ayla sorri, não de vitória, mas de cumplicidade, como se soubesse que esse instante é mais do que um simples encontro de corpos. É a fusão de dois mundos, a colisão de desejos guardados, que agora se transformam em algo mais sutil, mais íntimo. Ela se aproxima mais uma vez, e, sem palavras, seus dedos traçam linhas invisíveis ao longo de minha pele, como se quisesse memorizar cada curva, cada detalhe. O toque, agora suave, é um lembrete de que, por trás da intensidade, há um desejo de conexão, de algo mais que vai além do que os olhos podem ver. Com um último olhar, carregado de promessas e mistérios, Ayla se afasta lentamente, como se a cena tivesse terminado, mas as emoções e os sentimentos persistissem no ar, invisíveis, mas presentes. O brilho em seus olhos diz mais do que qualquer palavra poderia expressar. E, enquanto ela desaparece da tela, um sorriso se forma no canto dos meus lábios, como se eu soubesse que aquele momento, embora efêmero, ficará gravado para sempre na memória. E o que é o desejo, se não a promessa de algo mais? Algo que, mesmo quando se desfaz, deixa marcas profundas e inesquecíveis. Autor Ismael Faria DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.
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