João‬ ‭16‬:‭33‬ ‭NVI‬‬ “― Eu disse isso para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo, vocês terão aflições; contudo, tenham coragem! Eu venci o mundo.” ‭‭ Essas palavras foram escritas diretamente aos discípulos que ouviam os ensinamentos de Jesus, os quais, em breve, iriam passar por grandes aflições ao crer e pregar as boas novas sobre o Messias que veio, ressuscitou e subiu aos céus. Muitos, que não acreditaram, iriam perseguir esses discípulos. As palavras, as quais Jesus se refere, são os ensinamentos e revelações que Ele compartilhou com seus discípulos ao longo do seu ministério, particularmente no Discurso do Cenáculo (João 13-16). Jesus prepara seus discípulos para sua partida iminente e os desafios vindouros. Este aviso é um ato de amor e cuidado, garantindo que eles não sejam pegos de surpresa por eventos futuros, nem que percam a esperança, a fé, o amor e a alegria, confiando em quem creem. Embora não passemos pelas mesmas tribulações e perseguições dos primeiros discípulos de Jesus, indiretamente esse versículo recai sobre nós e fala conosco ainda hoje. Jesus tem nos ensinado sua Palavra para que nEle tenhamos paz. Contudo, a paz que Jesus oferece não é a ausência de conflito, mas um profundo e permanente senso de bem-estar e segurança encontrados somente nEle. Essa paz está enraizada no relacionamento com Cristo e é um cumprimento da promessa de paz dada em Isaías 9:6, onde o Messias é chamado de “Príncipe da Paz”. Ela contrasta com a paz temporária e frequentemente superficial que o mundo oferece. Jesus nunca enganou ninguém, obviamente. Porém, muitos pregadores em nossos dias enganam os cristãos, prometendo somente abundância, ausência de conflitos e muitas outras bençãos. O que o próprio Messias pregou, no entanto, é bem diferente. Jesus claramente disse: “Neste mundo, vocês terão aflições.” Qualquer mestre, pregador, evangelista ou pastor que excluir isso de suas pregações está cometendo um erro enorme e não está proclamando tudo que seu Mestre passou. As tribulações ou aflições se referem às provações, perseguições e dificuldades que os crentes enfrentarão. Este é um reconhecimento realista da vida cristã, como visto nas experiências da igreja primitiva em Atos e nas epístolas. O mundo, sob a influência do pecado e da oposição a Deus, naturalmente traz desafios para aqueles que seguem a Cristo. Se não há como fugir das aflições e dos desconfortos da vida como ela se apresenta, o que fazer? Ter coragem. Jesus chama seus seguidores para serem corajosos diante da adversidade. Mais de 50 vezes a Bíblia repete a expressão “não temas” e seus derivados para os seus crentes. A coragem não se deriva de nós, mas é fortalecida pela fé em Cristo e pela presença do Espírito Santo. O chamado à coragem é um tema bíblico recorrente e persistente. Jesus venceu o mundo. “Eu venci o mundo.”, é a declaração que Jesus fez há 2 mil anos atrás e que ecoa até os nossos ouvidos neste momento. Esta declaração de vitória é central para a esperança cristã. A vitória de Jesus sobre o mundo se refere ao seu triunfo sobre o pecado, a morte e Satanás por meio de sua morte e ressurreição. Esta vitória é profetizada no protoevangelho, em Gênesis 3:15, e cumprida nos relatos da ressurreição. Os crentes compartilham desta vitória, como visto em Romanos 8:37, onde Paulo afirma que somos “mais que vencedores” por meio de Cristo. Releia essa reflexão. Você percebeu que a paz, a coragem e a esperança residem no relacionamento profundo com Cristo? Se temos sentido medo, não estamos aperfeiçoados no amor. Se não temos paz, estamos distantes de Cristo. E se a nossa esperança não parece tão viva como Pedro afirmou, significa que nossa fé é precária, fraca e, talvez, inútil; uma fé distorcida, falsa. A verdadeira fé deve nos levar à confiança plena na esperança viva que temos. Em Cristo, vencemos o mundo, o pecado, Satanás e todas as dificuldades. Jesus nos disse que teríamos aflições, mas este não é o ponto central da sua pregação. O auge do seu discurso é que Ele venceu o mundo, que nEle temos paz, que devemos ser encorajados pelo seu amor, graça e verdade, e que devemos descansar na esperança viva, que um dia ressuscitaremos e seremos como Ele é: completamente santos e satisfeitos. 1505. 20.02.2025. Soli Deo Gloria.