
"𝘗𝘰𝘦𝘴𝘪𝘢𝘴" 𝘥𝘪𝘢𝘳𝘪𝘢𝘴.★
June 4, 2025 at 12:55 AM
*Anti-sociando ou Dissociando?*
Me encontro sempre em cantos
Ninguém sabe dos meu planos
Meu olhar parece vazio
Meu cérebro está a mil
Mil voltas para trás, eu acho
Nada que eu não supere, é claro
Tudo o que vejo é reflexo
Reflexo de alguém acabado.
Dissociar-me
Com delicadeza, para não assustar meus vizinhos de quarto. Pois eles também assistem às suas vidas dentro de salas obscuras e usam máscaras para diferenciar seus tipos de humor fabricados.
Silêncio... a quem a minha vida acompanha.
Ele desperta a nítida fluidez do grande desastre que é estar morto-vivo.
Habito esse corpo como quem aluga um quarto estranho,
onde as paredes rangem, os espelhos mentem
e as janelas estão trancadas por dentro.
Observo meus próprios movimentos
como se fossem de um desconhecido —
gestos automáticos, palavras pré-gravadas,
expressões coladas no rosto com fita invisível.
A vida passa como um filme mal editado,
cheio de cortes bruscos, silêncios longos,
e cenas que se repetem até o desgaste total.
Dissocio não por escolha, mas por excesso.
Excesso de realidade, de barulho, de mim.
Sou só um ruído de fundo
num mundo que nunca me ouviu de verdade.
Sinto uma raiva acumulando em mim
Meu peito se tranca e minha mente desabrocha
Tento não gritar para não incomodar os vizinhos e n reclamarem da confusão
Me fecho completamente e fico só
—
Tento me distrair depois de um tempo e voltar ao "normal"
Mas sem resultados
Minha visão escurece, embasa e fico tonto
Com as portas trancadas comigo dentro
Com o fone no máximo deitado na cama
Surto comigo mesmo, mesmo sabendo que não é minha culpa
Minha carne esfriou e eu não sinto mais meu respirar,
Cada parte do tempo parece nunca ter existido,
Tenho apenas uma lâmina e uma vida,
Uma garrafa de vodka e aspirinas,
Não sei o que escolho,
Não sei o que faço,
Basta eu deitar e pensar em mais nada,
Tic tac,tic tac, só ouço esse barulho e vejo nada além de desespero,
Estou perdido,
Não quero me encontrar,
Estou vivendo,mas não estou mais aqui.
Minha mente grita em silêncio, mas ninguém ouve,
Os espelhos me ignoram como se eu nunca tivesse existido,
Carrego cicatrizes que o mundo não vê,
E cada pensamento é um campo de batalha onde sempre perco,
O amanhã me assusta mais do que o fim,
E o passado me prende como correntes invisíveis,
Gostaria de chorar, mas até as lágrimas me abandonaram,
Resta-me o vazio denso, frio, constante
Como um velho amor que nunca parte.
Quando menos percebo, o espelho da realidade se estraçalhava no chão.
Deixei cair pois a culpa estava pesando demais em minha mão.
E eu, preso dentro do reflexo, não mais grito, apenas me escondo no fundo.
Se você olhar demais, sentirá que tem algo errado, pois eu estou lá, mesmo que não veja no escuro.
Quando me calo, você me vê bem, mesmo sabendo como eu minto.
Acho que errado mesmo é a falta de mim naquele grito.
Agora, resta aqui apenas um pedaço de minha alma, vagando por minha mente bagunçada.
Eu estou preso, em um quarto cheio de lixo, bagunça e enxertado com oque ainda restou do que já fui.
Quem vê está situação de fora, já não consegue nem tentar entender oque se passa, muito menos como se passará no futuro.
Tudo que sou, já fui e ainda vou ser, estão acorrentados por essa prisão podre cheia de vultos.
> Todos os escritores do P.D,com uma exceção.

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