Genuínos Ortodoxos no Brasil
Genuínos Ortodoxos no Brasil
May 27, 2025 at 03:28 PM
*Fuga da Realidade e Doença da Alma no Mundo Moderno: Um Clamor pela Sanidade Cristã* Vivemos um tempo em que a realidade objetiva, criada por Deus, é rejeitada em favor de fantasias subjetivas, impulsos incontrolados e delírios identitários. Essa recusa em aceitar a verdade da natureza humana tem gerado uma epidemia de distúrbios mentais, comportamentos autodestrutivos e desesperança. O homem moderno, afastado de Deus, escraviza-se em construções fictícias de identidade, em tentativas patéticas de substituir a Graça pela autoafirmação e a realidade pelo simulacro. Um dos sintomas mais evidentes dessa crise espiritual e mental é a sodomia, que a Sagrada Escritura e a Tradição dos Santos Padres sempre trataram como paixão contra a natureza. O Apóstolo Paulo, na Epístola aos Romanos, afirma: "... Deus os entregou a paixões infames, pois até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário da natureza. Semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros" (Romanos 1:26-27). Os Padres da Igreja foram unânimes em denunciar essa paixão não apenas como pecado, mas como sinal de decadência espiritual e desordem interior. No entanto, ao invés de buscar a cura em Deus, o homem contemporâneo tenta legitimar sua doença. Mesmo em países como o Canadá, onde a agenda LGBT recebeu amplo apoio social, legal e estatal, os índices de suicídio continuam alarmantemente altos. Um estudo publicado no Journal of Affective Disorders (2023) mostrou que mais de 56% dos entrevistados LGBTQ+ pensaram em suicídio ao longo da vida, e quase 25% tentaram tirar a própria vida. Esses números são muito superiores à média da população em geral. Isso indica que o problema não está na falta de apoio externo, mas na ferida espiritual e psicológica interna que não se cura com aceitação mundana. A crise se expande para outros aspectos do comportamento moderno. Vemos adultos que simulam ser pais de bonecos bebê hiper-realistas, conhecidos como bebês reborn. Tais indivíduos, ao transferirem afeto e instinto materno ou paterno para um objeto inanimado, revelam não apenas um vazio emocional, mas uma recusa em aceitar a vida real e suas responsabilidades. Alguns chegam a relatar que "deram à luz" ao boneco, criando narrativas fantasiosas que beiram o delírio. Temos ainda os "pais de pet", que substituem a paternidade natural por animais de estimação. Não só vestem e mimam seus animais como se fossem filhos, mas também os colocam como substitutos da geração de filhos humanos. Trata-se de uma inversão da ordem natural. A criatura racional abdica de sua dignidade e vocação divina à paternidade para projetar seu amor num ser irracional. Isso também está associado a crises de ansiedade, solidão e depressão. A infantilização dos adultos é outro sintoma grave. Pessoas que se recusam a assumir compromissos, responsabilidades e maturidade, e que consomem produtos, estética e comportamento infantil como meio de fuga, estão psicologicamente presas em uma forma de estagnação emocional. Isso tem sido objeto de análise psicológica e está frequentemente associado a traumas não resolvidos e à recusa de crescer. O caso dos therians – pessoas que se identificam como animais – leva essa degradação a um novo patamar. Elas vestem-se, agem e acreditam ser lobos, gatos, cachorros, entre outros. Algumas se locomovem de quatro, emitem sons e desejam ser tratadas como não-humanas. Não há aqui apenas uma excentricidade, mas sim um rompimento radical com a realidade, uma forma de dissociação da identidade humana. A psiquiatria reconhece que tais comportamentos podem estar associados a transtornos dissociativos de identidade ou mesmo a quadros esquizotípicos. E os dados não mentem: quanto mais as sociedades modernas incentivam essas identidades alternativas, mais crescem as taxas de suicídio, automutilação e internação psiquiátrica. O que deveria ser um "tempo de liberdade e expressão" revela-se um tempo de escravidão interior. Contrastando com essa decadência, encontramos a firmeza e a serenidade dos cristãos perseguidos. Durante os três primeiros séculos de perseguição sob o Império Romano, os cristãos eram queimados vivos, entregues aos leões e decapitados. Mesmo assim, não há registro histórico de epidemias de suicídio entre eles. Pelo contrário, os relatos são de coragem, esperança e alegria em sofrer por Cristo. Da mesma forma, os cristãos ortodoxos perseguidos pelo regime soviético ou pelos ustaches croatas resistiram sem abandonar sua fé, sem sucumbir a crises existenciais, sustentados pela esperança da vida eterna e pela Graça divina. Santo Antônio, o Grande, dizia: "Virá o tempo em que os homens enlouquecerão, e quando virem alguém que não enlouqueceu, atacarão aquele dizendo: 'Tu estás louco!', porque é diferente deles". Essa profecia se cumpre diante de nossos olhos. Em um mundo que idolatra o irracional, o pecado, a fuga da realidade e a distorção da natureza, quem permanece sã na fé parecerá louco. O homem foi criado à imagem de Deus. Ao rejeitar essa imagem e criar para si outras formas de existência, ele não se liberta, mas adoece. A solução para essa crise é o retorno ao Criador. Só em Deus o homem encontra cura, sentido e redenção. Enquanto a sociedade continuar encorajando a fuga da realidade, o adoecimento espiritual e mental apenas se aprofundará. A Igreja é o hospital da alma. Nela, o homem encontra o antídoto para a loucura moderna: arrependimento, ascese, vida sacramental e amor autêntico. A ortodoxia não apenas denuncia a mentira, mas oferece o caminho da verdade que liberta e cura. *A Cura para a Crise Existencial: Cristo, o Caminho da Deificação* Em meio a esta paisagem de alienação espiritual, autopercepções desordenadas e existências fragmentadas, a única cura real continua a ser Cristo. Ele é o único que compreende verdadeiramente o coração humano e que oferece não uma fuga da realidade, mas a sua plena transfiguração. O homem moderno foge de si mesmo, de sua cruz, de sua identidade espiritual, e ao fazê-lo, adoece. Mas Cristo, o Médico das almas, nos chama de volta à vida real: a vida em Deus. Como diz o Senhor: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” (Mateus 11:28-29) O caminho de Cristo é o caminho da deificação (theosis), da purificação interior, do crescimento na maturidade, na humildade e na sobriedade espiritual. Onde o mundo oferece máscaras e fantasias para encobrir o vazio, Cristo oferece a verdade, o autoconhecimento, a graça e a comunhão com o Pai. Ele não nos convida a criarmos identidades fictícias, mas a nos tornarmos aquilo que fomos criados para ser: templos vivos do Espírito Santo. São Justino Mártir advertia já no século II: “Aqueles que vivem segundo a verdade são cristãos, mesmo que sejam chamados loucos pelo mundo.” Portanto, a resposta à crise existencial do nosso tempo não está em novos rótulos ou fugas psicológicas, mas na conversão, na renúncia ao ego e na adesão radical ao amor e à verdade que emana de Cristo. Quando o homem se volta a Deus, ele reencontra a si mesmo. Só em Cristo o coração inquieto encontra descanso. Só n’Ele a vida se torna plena e luminosa, mesmo nas trevas da perseguição ou da dor. Que estejamos entre os "loucos" por Cristo, os sóbrios pela fé, e os curados pela verdade eterna. “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32) _Padre Cristovão Souza, Missão Ortodoxa de Santo André Apóstolo em Caruaru-PE._ Arcebispado da América latina do Santo Sínodo GOX de Avlona, sob S.E.R.Vladyka Panteleimon.
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