Genuínos Ortodoxos no Brasil
Genuínos Ortodoxos no Brasil
June 3, 2025 at 10:31 PM
“Constantino fundou a Igreja?” — Uma resposta ortodoxa à calúnia moderna Hoje a Igreja Ortodoxa celebra com reverência a memória de São Constantino, o Grande, e sua mãe, Santa Helena, igual aos Apóstolos. Entretanto, justamente neste dia santo, os difamadores da fé — de fora e até dentro dos círculos heréticos do ecumenismo moderno — tentam manchar a memória daquele que foi, não fundador, mas servo da Igreja, não adulterador, mas defensor da Ortodoxia. Ensinam, por exemplo, que Constantino usou o cristianismo como ferramenta política para unificar o império, o que não faz nenhum sentido visto que os cristãos eram a minoria perseguida e torturada pelo império que era predominantemente pagão. Estimativas razoáveis sugerem que menos de 15% da população do Império era cristã, espalhada e sem poder político real. Do ponto de vista “estratégico”, seria mais lógico manter e fortalecer os cultos imperiais tradicionais, e não apoiar uma religião perseguida, considerada subversiva. O gesto de Constantino rompe com o consenso político da época e arrisca sua autoridade junto às elites pagãs, o que incluía o senado romano pagão e anticristão. *A IGREJA JÁ EXISTIA ANTES DE CONSTANTINO* A Igreja é fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo. Seu Corpo é a Igreja, guiada pelo Espírito Santo, desde o Pentecostes. A estrutura, sacramentos e doutrina da Igreja são claramente anteriores ao imperador Constantino. Testemunhos anteriores ao século IV: Santo Inácio de Antioquia (c. 110 d.C.): > "Onde está o bispo, ali esteja o povo, assim como onde está Jesus Cristo, ali está a Igreja católica." (Carta aos Esmirnenses, 8) Didaquê (c. 90-120 d.C.): > Fala do batismo, da confissão, da Eucaristia, do jejum, da Liturgia e da vida moral cristã. São Justino Mártir (c. 150 d.C.): > "Este alimento é chamado entre nós de Eucaristia... não como pão comum, mas como carne e sangue do Verbo encarnado de Deus." (Apologia I, 66-67) Santo Irineu de Lyon (c. 180 d.C.): > "A Tradição dos Apóstolos manifesta-se em toda parte no mundo; e pode ser vista em toda Igreja por aqueles que desejam ver a verdade." (Contra Heresias, III, 3, 1) São Clemente de Roma (c. 96 d.C.): > "Os Apóstolos instituíram bispos e diáconos e deram mandamento que, ao morrerem, outros homens aprovados ocupassem seus lugares." (Carta aos Coríntios, 44) Tudo isso mostra que a Igreja já estava plenamente formada nos séculos I, II e III, muito antes de Constantino. *CONSTANTINO FOI CONVERTIDO PELO SENHOR * São Constantino não inventou a Igreja. Pelo contrário, ele mesmo foi por ela conquistado. Conforme relata o historiador Eusébio de Cesareia, Constantino teve uma visão celestial da Cruz: > "Viu no céu, sobre o sol, um sinal da Cruz com as palavras: 'Com este sinal vencerás' (In hoc signo vinces)." (Vita Constantini, I, 28-32) Com isso, abandonou os ídolos e começou a honrar a Igreja. Foi catecúmeno por muitos anos e batizou-se antes de morrer, seguindo um costume entre alguns que, por temor reverente, retardavam o batismo. Ele não se apressa em receber o batismo, pois havia o costume entre alguns cristãos de retardar o batismo até o fim da vida, para recebê-lo como um último ato de purificação e penitência, não por desprezo, mas por profundo temor e reverência. Eusébio confirma: > “Ele recebeu o batismo na iminência da morte, considerando que jamais poderia purificar-se melhor do que após abandonar todo pecado da vida.” (Vita Constantini, IV, cap. 61) *No Concílio de Nicéia: o servo, não o mestre* No Primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia (325), o imperador não ensinou, não legislou doutrina, nem se comportou como um mestre. Pelo contrário: Convocou o Concílio apenas para que os Santos Padres declarassem publicamente a fé ortodoxa, e condenassem o herege Ário. Recusou-se a sentar no trono imperial, colocando o Santo Evangelho sobre ele, declarando que Cristo é o único Rei da Igreja. Beijou os estigmas dos confessores da fé, padres mutilados e torturados pelas perseguições imperiais anteriores. Em suas palavras, disse: > “Vós sois os servos do Deus verdadeiro. Vós que suportastes prisões e tormentos pela fé, vós sois mais dignos do que qualquer autoridade da terra.” (Eusébio, Vita Constantini, III, 10) Essa postura prova que ele via a si mesmo como um servo da Igreja, não seu senhor. *_Constantino: protetor e servo, não fundador_* São Constantino protegeu a Igreja, dando-lhe liberdade de culto pelo Édito de Milão (313), construiu basílicas como a do Santo Sepulcro e São Pedro, e ajudou no estabelecimento da liturgia pública, mas nunca adulterou a fé. Ele confiava nos bispos ortodoxos para manter a doutrina e via a si mesmo como um guardião externo, jamais como um “papa oriental”. É São João Crisóstomo quem nos recorda: > “Constantino, o Grande, usou a coroa como servo de Cristo, não como senhor de sua Igreja.” (Homilia sobre Constantino, atribuída) *O Ecumenismo e a mentira anticristã* Os que hoje acusam Constantino de “fundar” a Igreja são, em sua maioria, ecumenistas modernistas, liberais teológicos, ateus militantes, ou seitas heréticas. Todos têm em comum o desprezo pela única Igreja verdadeira. Atacam Constantino porque ele é símbolo de um cristianismo público, dogmático e hierárquico — tudo que eles odeiam. São os mesmos que negam a Presença Real de Cristo, os sacramentos, a hierarquia, a Tradição e os santos. Para eles, qualquer desculpa serve — até mesmo uma mentira histórica. Mas Nosso Senhor já alertara: > “Ai daquele por quem vier o escândalo.” (Mt 18,7) *O Santo Imperador da Cruz* A história verdadeira mostra que: *A Igreja existia antes de Constantino. *Constantino não fundou, mas converteu-se à Igreja. *Ele não adulterou a fé, mas ajudou a preservá-la, convocando os concílios e defendendo os fiéis. *Foi humilde servo, não arrogante imperador. *Recebeu o sinal da cruz como guia, e não o cálculo político. Por isso, a Santa Igreja Ortodoxa o venera como “igual aos Apóstolos”, e a ele se aplica a palavra de Davi: > “O Senhor ama as portas de Sião mais do que todas as habitações de Jacó. Gloriosas coisas se dizem de ti, ó cidade de Deus!” (Sl 86,2-3)
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