
Genuínos Ortodoxos no Brasil
June 20, 2025 at 03:50 PM
*Resposta Ortodoxa às Acusações do Judaísmo Contra Cristo e a Igreja*
Introdução: A verdade em caridade e firmeza
A Igreja Ortodoxa, como Corpo de Cristo, proclama a verdade do Verbo Encarnado, que veio ao mundo por meio da Virgem Santíssima, nasceu, sofreu, morreu e ressuscitou para a salvação de todos – judeus e gentios. Não respondemos por ódio ou preconceito, mas por zelo à verdade e por compaixão por aqueles que ainda resistem à luz da Revelação de Deus em Cristo.
Não nos opomos aos judeus enquanto povo, muito menos enquanto etnia – Nosso Senhor Jesus Cristo, a Theotokos, os Apóstolos e os primeiros milhares de fiéis eram todos judeus. O que denunciamos é a continuidade do espírito farisaico, o mesmo que Nosso Senhor condenou nos Evangelhos: orgulho religioso, rejeição do Messias e blasfêmia contra o Espírito Santo.
1. A blasfêmia contra a Theotokos: "Maria foi violentada por um soldado romano"
Acusação:
Alguns rabinos dizem que Maria (Miriam) foi desonrada por um soldado romano chamado Pantera, e que Jesus é fruto dessa união ilegítima.
Refutação Ortodoxa:
Essa acusação é uma blasfêmia satânica, registrada já nos escritos do século II por Celso, e repetida no Talmude (Toledot Yeshu e outras fontes). A Igreja sempre rejeitou essa calúnia com veemência.
A Sagrada Escritura (Lc 1:26-38) afirma com clareza que o Anjo Gabriel anunciou o nascimento virginal do Salvador, concebido do Espírito Santo.
A Igreja desde os tempos apostólicos confessou a virgindade perpétua de Maria, como atestado nos Símbolos da Fé, nos escritos patrísticos, e nas Liturgias do Oriente.
O insulto à Theotokos não é apenas heresia, mas blasfêmia que fere o próprio Cristo, pois se ataca Sua Mãe Santíssima.
> “Aquele que não confessa que o Emmanuel é verdadeiramente Deus, e que por isso a Santa Virgem é Theotokos... seja anátema.” (Concílio de Éfeso, 431)
2. A acusação contra a divindade de Cristo: "Jesus era apenas um falso messias"
Acusação:
Jesus de Nazaré não é o Messias prometido, pois não restaurou o reino de Israel nem trouxe paz mundial.
Refutação Ortodoxa:
O Messias prometido nas Escrituras viria primeiro como Servo Sofredor (Is 53), depois como Rei Glorioso. Os rabinos ignoram essa dupla missão messiânica.
As profecias messiânicas cumpridas por Cristo são incontáveis: Seu nascimento de uma virgem (Is 7:14), em Belém (Mq 5:2), Sua rejeição (Is 53:3), Seus milagres (Is 35:5-6), Sua morte redentora (Is 53:5), e Sua ressurreição (Sl 16:10).
O Reino de Deus não é político, mas espiritual: “O meu Reino não é deste mundo.” (Jo 18:36). Cristo reina já agora nos corações dos santos, e reinará em glória no Juízo Final.
3. A acusação de idolatria: "Os cristãos adoram um homem como Deus"
Acusação:
Adorar Jesus como Deus é idolatria, pois Deus é Uno e não tem forma humana.
Refutação Ortodoxa:
Os profetas anunciaram a vinda de Deus entre os homens: “O seu nome será Emanuel – Deus conosco.” (Is 7:14) e “Deus virá e nos salvará.” (Is 35:4).
Cristo é o Logos eterno de Deus, encarnado sem deixar de ser divino. Ele é Deus em natureza, mas assumiu plenamente a natureza humana – sem confusão ou divisão (cf. Concílio de Calcedônia, 451).
Adorar Cristo é adorar o único Deus verdadeiro, Uno em essência, Trino em Pessoas, conforme revelado em toda a economia da salvação.
> “O Verbo se fez carne e habitou entre nós.” (Jo 1:14)
“Quem Me vê, vê o Pai.” (Jo 14:9)
4. A acusação contra a cruz: "Maldito o que é pendurado no madeiro"
Acusação:
Jesus não pode ser o Messias pois foi crucificado, e “maldito é todo aquele que for pendurado no madeiro” (Dt 21:23).
Refutação Ortodoxa:
Sim, Cristo foi pendurado no madeiro, e assumiu sobre Si a maldição que era nossa, para nos redimir: “Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-Se maldição por nós.” (Gl 3:13)
A Cruz, outrora sinal de maldição, tornou-se trono da glória divina e instrumento de vitória sobre o pecado e a morte.
O escândalo da Cruz foi profetizado: “Feriram o Pastor... e olharão para Aquele a quem transpassaram.” (Zc 12:10)
5. A acusação de que os cristãos corromperam as Escrituras
Acusação:
Os cristãos teriam distorcido ou mal interpretado o Tanakh (Antigo Testamento) para justificar Jesus como Messias.
Refutação Ortodoxa:
A Igreja Ortodoxa preservou os textos do Antigo Testamento na forma da Septuaginta, traduzida por judeus no século III a.C. e usada amplamente nas sinagogas até ser rejeitada pelos rabinos após o advento do cristianismo.
Os Apóstolos e os primeiros cristãos eram judeus que conheciam perfeitamente as Escrituras e viram nelas o cumprimento em Cristo.
A acusação de corrupção é infundada, pois a própria Lei, os Salmos e os Profetas testemunham do Messias de forma tipológica e direta.
> “Examinais as Escrituras, e são elas que testificam de Mim.” (Jo 5:39)
6. A acusação moral e histórica: "Os cristãos perseguiram os judeus"
Acusação:
O cristianismo é antijudaico por natureza e sempre perseguiu o povo judeu.
Refutação Ortodoxa:
A Igreja Ortodoxa condena qualquer perseguição baseada em etnia ou origem, pois todos são chamados à salvação.
Sim, houve perseguições injustas no Ocidente medieval, mas muitas delas foram promovidas por poderes políticos e pelo catolicismo romano, não pela Ortodoxia.
A Ortodoxia sempre distinguiu entre blasfemadores do Cristo (os falsos mestres farisaicos) e o povo judeu comum – muitos dos quais se converteram ao longo dos séculos.
Conclusão: A Fé Ortodoxa é o cumprimento do Judaísmo
O Cristianismo Ortodoxo não é uma religião separada do Antigo Testamento – é o cumprimento da Lei, dos Profetas e dos Salmos. Os santos Padres, como São Justino Mártir, Santo Irineu e São João Damasceno, ensinaram que Cristo é o Messias de Israel, e a Igreja é o novo Israel de Deus, não segundo a carne, mas segundo a fé.
Que os judeus sinceros, assim como Nicodemos e São Paulo, possam abrir seus corações à verdade de Cristo, que não veio destruir, mas cumprir a Lei (Mt 5:17), e trazer a luz aos gentios e a glória de Israel (Lc 2:32).
> “A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a principal pedra de esquina.” (Sl 117:22)
“Bendito o que vem em Nome do Senhor!” (Mt 23:39)

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